Buodogena, a princesa

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Buodogena era a princesa real, filha do Rei Philip e da Rainha Lanis. Ela herdou os cabelos loiros quase brancos da mãe, e os olhos azuis profundos do pai. Parecia irradiar luz, e esse era um traço comum aos Buonavista, dizem que irradiavam luz por conta do sangue feérico que corria pelas suas veias.

A família mantinha desde seus primórdios um contrato mágico com a terra, no qual se comprometiam a serví-la e protegê-la, mantendo seu poder e soberania, e em troca a terra abençoava o reinado e a longevidade do reinado.

Buodogena, como todos na família, foi instruída nas artes mágicas desde muito cedo.  O tempo passou e finalemente chegou o dia da consagração do seu sacerdócio à deusa da terra; Quando então seria firmada uma aliança com a nova geração do reino.

- Minha filha, você está pronta? - Disse a Rainha Lanis.

- Estou nervosa... E se ela me rejeitar? - Respondeu a jovem princesa.

- Porque ela o faria? Há séculos nossa linhagem a tem servido, e é pelas bençãos dela que nosso legado permanece até os dias de hoje. Agora através de você nossos votos são renovados, e então você estará pronta para se tornar a rainha.

A luz do sol já quase sumia no horizonte, o céu assumia tons de laranja e cor-de-rosa. Quando a lua estivesse cheia no sol seria dado início ao ritual.

Buodogena, seus pais e a corte real foram se dirigindo ao local, uma clareira, mas um local muito sagrado. Os templos deles não eram de pedra, mas designados pela própria natureza.

- Ela já está a sua espera. - Sussurrou a rainha

Buodogena olhou à sua frente e viu uma mulher de semblante muito calmo, e olhos severos. A anciã. 

A anciã era uma mulher que assim como os Buonavista, era treinada nos mistérios dos deuses e da magia, mas não era uma integrante da família Buonavista. O papel da anciã era apoiar os monarcas e realizar ritos de passagem, além de eleger e treinar a próxima anciã.

- Venha, criança, a lua já nos banha em sua gloriosa luz. - Disse a anciã estendendo a mão para a princesa.

Buodogena se aproximou e começaram a rufar os tambores. A voz da anciã se sobressaía a eles:

- Hoje mais uma vez a aliança com a deusa da terra é firmada. Garantindo as bençãos dela sobre nosso povo e sobre os nossos soberanos. Princesa, hoje os vínculos sacerdotais de sua mãe são transferidos para você, entenda o peso disso, eles não nascem aqui, eles são os vínculos de suas ancestrais que agora recaem sobre você, assim como a responsabilidade sobre este povo e esta terra. Aceita?

- Sim. 

- Uma vez firmado este compromisso saiba que a terra te nutrirá e fortalecerá, como sempre o fez, e ela espera o mesmo de ti. Defenda a soberania do reino, a ferro e fogo se necessário. Estenda a sua mão.

A princesa estendeu a mão direita e a anciã sacou uma lâmina, abrindo um corte na palma da mão de Buodogena. E segurando a mão que vertia sangue sobre a terra declamou:

- Este sangue que agora a nutre, Senhora, é o sangue que será cobrado caso a aliança seja quebrada.

Nesse momento pássaros voaram em bando pelo céu noturno e uivos de lobos puderam ser ouvidos distantes. A terra havia aceitado, a aliança estava firmada.

- Receba seu sacerdócio. - Disse a anciã colocando no dedo de Buodogena um anel dourado com uma pedra azul. Uma bela jóia. - Este anel é a representação do vínculo que agora te liga a essa terra. Está feito.



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⏰ Última atualização: May 20, 2022 ⏰

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