Memórias

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                Quando eu e Bia nos conhecemos eu sabia que ela seria especial de alguma forma. Eu me lembro como se fosse ontem, nós tínhamos amigos em comum, e para ser sincera eu não gostava nem um pouco dela, quer dizer, da descrição que meus amigos davam sobre ela. Segundo eles ela era fria e mimada, aquela típica valentona de filmes de romance adolescente. Em um fatídico dia eles decidiram que nós deveríamos nos conhecer:

- A gente vai chamar Bia hoje, você vem? - disse um dos garotos, seu nome era Thales, ele era alto, esbelto e tinha cabelos negros e encaracolados no topo da cabeça

- Claro, por que não?- eu obviamente não queria, contudo, eu não tinha muitos amigos, e conhecer gente nova era muito fácil, então era melhor que me apresentassem. 

             Não fazia muito tempo que eu havia me mudado para aquele condomínio, eu nunca passara mais de 3 anos em uma casa fixa, então não tinha me apegado a nada nem ninguém. Eu não era a pessoa mais interessante, portanto não eram grandes os números que eu tinha de amigos.

               Segui meus meus amigos até a segunda rua à direita de minha casa, paramos em frente a grande casa, que seria de grande frequento meu mais à frente, um dos garotos dá um passo a frente e bate ao portão.

               Uma figura se projeta graciosamente no parapeito da janela e faz sinal de afirmação com a cabeça. Passamos algum tempo em silêncio até que fomos à rua para correr por aí. E como sempre, eu consegui cair e machucar todo o joelho:

- Você se machucou?- a menina para em minha frente de costas para o sol, eu conseguia ver os raios solares iluminando seus belos cabelos que com a refração da luz se tornou de um tom azulado. A figura ainda parada estende a mão para mim ainda esperando uma resposta.

- E-estou bem.- tento proferir enquanto aceito a ajuda e agarro a mão que estava em minha frente.

               Horas passaram em um piscar de olhos, mas ela tinha de ir para casa, eu queria vê-la de novo, eu não sei o porquê, mas eu queria. Parada de frente a mesma, a olhei nos olhos:

- Você.. poderia me dar seu número?- Eu digo e ela  sorri de modo sarcástico.

              Ela pega uma caneta que se encontrava em seu bolso e avançou até ficar frente a frente comigo e de modo sutil segurar uma de minhas mãos com a palma erguida para cima, de modo que ela conseguisse escrever uma sequencia de números. E foi o que ela fez.

           Enquanto escrevia o número, ela me lançava olhares que me faziam ter as clássicas "borboletas" no estomago.

- Me manda mensagem quando chegar em casa.- Ela sussurra em meu eu ouvido e logo após se vira e caminha até sua casa.

         Uau, apenas, uau. Eu consegui fazer amizade com ela? Meus parabéns a mim mesmo, digo, mesma.

Tudo que eu queria dizer, mas não disse.Onde histórias criam vida. Descubra agora