Flor de Pedra

Maldita Afrodite

Era uma linda casa aquela no fim da rua, uma linda casa no estilo feudal que se estendia pelo quarteirão à dentro, com caminhos cheios de curvas e jardins perfeitos cheios de arvores com flores e lagos repletos de peixes, escondidos por um portão discreto de madeira coberto de heras entre os muros de quase cinco metros de altura, na entrada da casa havia um enorme dragão esculpido e banhado em ouro, os sapatos sociais enfileirados com perfeição, e o pequeno par de botinhas cor de rosa, jogados no canto. Era uma linda casa aquela no fim da rua, a casa onde moravam vinte e sete pessoas, vinte e seis membros da Yakuza, incluindo o chefe da família Haruno, e a pequena e doce Sakura.

Era uma menina doce, meiga e extremamente carente de atenção, talvez por morar com tantos homens ao seu redor e sem a presença de uma única alma feminina, a mãe da pequena havia falecido ao dar a luz há ela, sete anos atrás, e desde então estava sendo criada pelo pai e os membros da Yakuza, mas este era um nome que ela ainda não era capaz de entender por completo o que significava.

Os cabelos cor de rosa voavam pelos corredores encerados enquanto ela corria alegre por eles, as meias brancas escorregaram e ela caiu estirada no chão, fazendo o homem barbudo de cabelos negros que caminhava atrás dela balançar a cabeça em negativa, mas não se deu por abatida, levantou-se e seguiu correndo pelo enorme corredor, fez uma enorme força para abrir as pesadas portas do dojo, e lá encontrou o pai, um homem de mais de quarenta anos, com cabelos em um tom de rosa pálidos penteados para trás, ele virou-se e olhou a pequena parada na porta, abaixou-se e viu a menina correr em sua direção. Era uma linda criança, usava um vestido azul cheio de babados e os cabelos cor de rosa presos em uma alta cola atrás da cabeça, os olhos verdes brilhavam em meio ao rosto e as bochechas permanentemente avermelhadas, ela pulou no colo do homem e abraçou-o enquanto ria.

— Papai, Asuma me comprou um doce que eu nunca tinha comido antes hoje.

O homem entrou atrás dela, a fumaça do cigarro o acompanhava onde quer que fosse, ele cumprimentou o homem abaixado e fechou a porta do lugar. O pai da jovem estendeu-lhe o vestido amassado da corrida e sorriu, levantando-se e falando com um tom alegre na voz.

— Querida, quero que conheça uma pessoa.

Só então a pequena percebeu a presença do outro ao lado do pai, era mais jovem que a maioria dos outros homens da casa, com cabelos espetados e bagunçados em um preto deslumbrante, usava camisa e calça sociais, e tinha um brinco em uma das orelhas, ele ajoelhou-se na frente dela, assim ficando a altura dos olhos da pequena.

— Muito prazer, eu sou Uchiha Sasuke.

— Muito prazer, me chamo Haruno Sakura. — Ela segurou o vestido com as duas mãos e curvou o joelho, cumprimentando-o com muita delicadeza.

— Você realmente parece uma princesa, jovem Sakura.

— Papai sempre diz que sou a princesa da família.

— Isso é ótimo. — Ele sorriu e foi lindo de assistir. — Eu sempre quis proteger uma princesa de verdade.

— Querida. — O pai chamou a atenção da jovem. — Sasuke é o novo membro de nossa família, ele será seu Kyodai; um de seus irmãos mais velhos, eu espero que você o receba muito bem, e que o respeite e o obedeça como aos outros.

— Em troca, eu prometo cuidá-la e protege-la pelo resto de minha vida. — Sasuke completou a frase do homem, e ela sorriu de volta.

— Seja bem vindo a família Sasuke.

E a partir daquele dia, eram vinte e sete membros da Yakuza e a jovem Sakura morando na bela casa no fim da rua.