CHAPTER 6

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Pov. Josie

Abri a porta e encontrei Hope, com uma expressão de nervosismo e um toque de hesitação nos olhos. O corredor estava iluminado por uma luz suave, e o som distante de conversas e passos ecoava, criando um pano de fundo sutil para o nosso encontro.

— Oi — disse eu, com uma leve surpresa na voz, tentando esconder a ansiedade.

— Podemos conversar? — Hope perguntou, a dúvida evidente em seu tom. Apenas assenti, fazendo um gesto para que ela entrasse. Hope entrou timidamente, passando pela porta e se acomodando na beirada da minha cama. O quarto, embora ainda um pouco desarrumado, com caixas espalhadas e algumas fotos penduradas nas paredes, tinha um ar acolhedor. O ambiente refletia a tentativa de criar um espaço familiar em meio à transição, com as paredes ainda precisando de um toque pessoal para se sentirem completamente como lar.

— Você sabe, eu costumava conhecer você tão bem — Hope começou, sua voz carregada de melancolia. Ela olhou ao redor, como se procurando algum sinal do passado que pudessem compartilhar. — Eu sabia tudo sobre você: quando você estava mentindo, quando não estava bem, mesmo que você dissesse que estava. Eu sabia quando você estava realmente brava... E agora, eu não sei nada sobre você. E é tudo minha culpa.

Eu me sentei ao lado dela, um sentimento de empatia me envolvendo. O silêncio entre nós estava carregado de emoções não ditas, e eu senti a necessidade de garantir a Hope que não havia culpa a ser carregada sozinha. O quarto estava agora em uma penumbra suave, apenas iluminado pela luz que entrava pela janela e pelos pontos de iluminação da lâmpada de mesa ao lado da cama. O ambiente, embora simples, estava impregnado de uma sensação de intimidade, como se as paredes estivessem atentas ao nosso diálogo.

— Não é sua culpa — respondi suavemente, enquanto enxugava suas lágrimas, mas o gesto parecia tão pequeno diante da profundidade da conversa, Hope balançou a cabeça, suas lágrimas caindo mais rápido, criando pequenas manchas em seu rosto pelo caminho que as lágrimas percorriam.

— É sim, se eu não tivesse te afastado, ainda estaríamos juntas, você não teria ido embora, e você não seria uma completa estranha para mim. — Suas palavras carregavam uma dor que eu conhecia bem. O quarto parecia se fechar ao nosso redor, cada detalhe, desde o cheiro das caixas ainda por abrir até as fotos penduradas nas paredes, parecia testemunhar a nossa luta emocional.

— Não é assim que funciona — eu disse, tentando manter a voz firme. — As coisas mudam, e a vida nos leva por caminhos diferentes. O importante agora é que estamos aqui agora — O tom suave das minhas palavras tentava criar um espaço seguro para que Hope se sentisse ouvida, mesmo enquanto a dor e o arrependimento continuavam a nos envolver.

— Mas podemos mudar isso — Declarei, enquanto peguava a mão dela com firmeza. — Vou te contar tudo sobre mim, até o que eu faço quando minto, provavelmente minha mãe é a única que sabe, eu rio quando minto, Hope, eu rio.

Hope sorriu, olhando para baixo, como se estivesse tentando processar as novas informações. A atmosfera entre nós começou a aquecer novamente, com um senso de familiaridade começando a se restabelecer.

— Acho que é melhor do que o que você costumava fazer — disse Hope, levantando o olhar. Eu levantei seu queixo suavemente para fazer contato visual.

— Sinto muito por ir embora, agora eu sei que não deveria, e prometo que não vou embora. De novo não. — As palavras saíram com sinceridade, cada uma delas carregando o peso da distância e do arrependimento que eu sentia. O quarto parecia envolvido em uma atmosfera de entendimento mútuo, com a luz suave da tarde criando sombras tranquilas nas paredes. Hope sorriu para mim, o alívio visível em seu rosto. — Estarei lá para seus altos e baixos, não importa o que aconteça. — Reafirmei, com um tom de sinceridade em minha voz.

Still Falling For You (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora