Por meio deste venho narra-lhes uma história
Que de tão triste se torna uma lição sem glória
Tudo começa com uma transa sem pretensão
Com sentimento factual de uma amorosa união
Uma menstruação que não desce
Um bebê que acidentalmente acontece
De espanto os dois se submetem a uma convenção
Pelos moldes da sociedade casaram sem questionar à opção
Ele era Carlos e ela a Melba
Ele em Boa Viagem residia
E ela na Madalena
Alugaram um apê no Cordeiro
Carlos era Católico Apostólico Romano
Mas gostava de ir nas sextas ao puteiro
Dizia que era para acalmar o tesão
Dizia que o pensar em ser pai lhe dava tensão
Melba coitada era também da fé Católica
Ficava sempre em casa, recatada e do lar
A sorte era morar perto dos pais reduzia seu pesar
Principalmente quando sofria de cólica
Era ano de terror o de 75
Em plena ditadura opressora a finco
Conservador ou subversivo
Uma escolha, a vida ou a morte sofrida
Ela queria parto em casa e normal
O médico convenceu em ser cesária e no hospital
Outro engodo do capital a cirurgia natal
Exames fizeram para revelação sexual
Será um menino! Um macho garanhão!
Feliz ficou de passar todo seu conhecimento, de homenzarrão!
Escolheu até o nome, Carlos Júnior
Outro Júnior, outro macho conservador
Um mês antes do nascimento foram comprar o enxoval
Poderia ser amarelo ou verde, pensou Melba sem mal
Carlos grosso falou: Amarelo é cor de afetado, Verde é cor de fragilizado!
Mas o Azul! O Azul é para macho!
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O Homem Engessado
PoetryA construção social masculina tende a ser conservadora, mas ela é imutável? Confira nessa saga poética a história de um "macho" criado nos moldes conservadores da sociedade brasileira! PS: Não é uma apologia a educação para ser "homem", mas uma crí...