Como o vento, ele voou

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" O ano era 1998. Tinha 18 anos quando o conheci. Mudei-me para Londres com a minha família. 

Os meus primos  queriam ir a um parque e como os adultos estavam ocupados, eu tive de ir com as 3 pestes.

Ao chegar ao parque, ele era tão lindo, tantas flores de tantas cores variadas, cada uma delas era diferente e cheirava tão bem.

Vou em direção a um banco onde tinha um rapaz que aparentava ter a minha idade, outros estavam cheios então decidir perguntar se podia me sentar ali.

Ao perto pude ver o quão lindo ele era, os cabelos de mel dele aparentavam ser ainda mais fofo e bonito, lindos olhos verdes esmeralda que até mesmo ofusca a luz do sol, um sorriso tão brilhante que as estrelas teriam inveja e as sardas dele que mais pareciam a constelações. 

- Posso me sentar aqui?- um pouco envergonhado.

- Claro.- disse o tão lindo rapaz.

- Sou o Dante, Dante Evans, e tu és?

- Prazer sou o Elliot James.

- O prazer é todo meu, Elliot.- respondo apertando a mão do dono dos olhos de esmeralda.

- Então Dante, o que te trás aqui?- perguntou o rapaz fechando o livro que estava nas suas mãos.

- Mudei á pouco tempo e os meus primos pediram para vir a este parque, então fiquei encarregado de trazer as pragas.

Ele riu assim deixando um clima super agradável entre nós os dois.

Continuamos a conversar e, quando ele teve de ir em bora, combinamos de nos encontrar naquele mesmo sitio no próximo sábado.

A partir desse dia, eu e Elliot começamos a sair juntos e depois de 1 ano decidi que estava na hora do pedido em namoro.

Naquele mesmo parque e naquele mesmo banco eu pedi o em namoro. Começando assim uma vida juntos. 

Nós viajamos para muitos sítios juntos, México, Brasil, Roménia, Itália e até mesmo para os Estados Unidos. Mas sem dúvida a viajem mais importante foi quando fomos para aquele mesmo parque depois de chegarmos de nova york e eu fiz o pedido mais importante que podia fazer. " Elliot, queres casar comigo?". Quando ele disse sim, o meu mundo ganhou uma nova cor.

E assim foi, 1 anos e 6 meses mais tarde, no dia 23 julho de 2006 aconteceu o nosso casamento.

Alguns anos mais tarde ele desmaiou enquanto almoçava e eu, desesperado, só consegui pegar no meu celular e ligar para a emergência. Quando chegaram, fomos ás pressas para o hospital. 

Liguei á família dele, que não parava de chorar. Eu também, mas fiquei sempre lá, naquela sala de espera em 2012. Horas mais tarde, eu pude entrar no quarto onde ele estava, recebi a notícia dele ter uma doença cardíaca e não sabia se conseguiriam o salvar.

Ao ouvir essas palavras eu chorei, chorei como nunca tinha chorado antes. Quando vi o meu lindo amor ligado a máquinas, eu queria arrancar o meu coração fora, eu queria gritar e tudo partir á minha volta. Mas eu acalmei-me e sentei-me na poltrona ao lado da cama dele.

Eu acordei no hospital com um cobertor sob mim e um pequeno recado da minha mãe. Do meu lado, ele estava adormecido, o amor da minha vida ainda respirava então fiquei mais calmo. Acompanhava os batimentos cardíacos para ter a certeza que ele estava bem. Logo depois ele também acordou. Falamos um pouco. Demos tantos abraços, beijos e tanta atenção um ao outro.

Ele pediu uma sobremesa favorita dele, um bolo de brigadeiro com recheio de gelado de natas. Eu comprei, mas cheguei de novo ao hospital, ele parecia fraco, ele parecia triste e um pouco angustiado. Ele estava afirmando que estava bem. Não acreditei, mas não queria tirar conclusões precipitadas, podia ser efeito dos comprimidos.

Comemos o bolo e os mais doces que havia comprado, enquanto via-mos seu filme favorito e ele parecia tão feliz. Por fim ele pediu-me para ler seu favorito, o livro que ele lera quando o conheci no parque de flores em Londres. 

Horas mais tarde, acabo de ler o livro, ele abraçou-me e deu-me um beijo, sendo as últimas palavras "Eu amo-te, Dante Evans e amo toda a nossa família" eu o vi dar o último suspiro. 

Corri pelo hospital e quando a única médica que se importou com a vida do meu amado correu comigo para o quarto, era tarde de mais. Ele morreu por causa dos médicos do hospital. Ele tinha apenas 31 anos e morreu assim. No dia 13/03/2012 ele voou.

No mesmo dia eu liguei para a mãe dele, pois não queria que o hospital lhe desse essa notícia. Pedi para ela me encontrar lá, ela chegou lá no máximo 10 minutos depois.

Ao dar-lhe a notícia vi o desespero e tristeza que ela sentia, só nos abraçamos. Ela pediu para ver o filho e obviamente levei a a velo.  

Dois dias depois, de branco assim como o meu amor pediu, eu encontrei-me a ver a pior imagem que podia imaginar. O nome dele naquele pedaço de pedra, o chão com as suas rosas favoritas, e tantas lágrimas que saiam de mim. Foi aí que a ficha caiu, ele morreu. Foram 14 anos juntos e ele morreu por culpa dos médicos de merda de um hospital.

Naquele dia de rosas brancas, eu recordei-me de tudo, todos momentos, todos os abraços, beijos, carinho, todas as conversas, encontros e, até mesmo, do seu cheiro a lírios. 

Eu amava-o, mas ele voou como o vento e levou parte de mim com ele. O amor da minha vida voou com o vento da primavera e hoje ele deve estar entre os céus mais azuis, e voar entre as mais lindas águas, pelas mais lindas estrelas, a viajar pelos mais lindos lugares e a observar nos lá do céu.

Um dia voaremos juntos sob os oceanos mais azuis. Veremos o Oceano Pacífico que tu tanto  dizias que te lembrava dos meus cristalinos olhos. E finalmente juntarei me a ti, Meu Amor.

Com amor,

      -Dante Evans"

E foi com esta carta que Dante Evans se despediu do mundo no dia 15 de abril de 2071 aos seus 91 anos. O escritor tão conhecido e prestigiado perdeu o seu amado aos 32 anos e, após 59 anos depois da morte do tão amado dono dos olhos esmeralda, ele permaneceu a amar o mesmo. 

O vento é uma corrente sem fim. Ele leva consigo o nosso amor, mas também dá a capacidade de nos fazer voar.

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Oi, oi, oi meu povo!

Deu um trabalhão para fazer esta história, já que histórias com um final triste não são bem a minha área.

Eu pensei em 300.000 finais possíveis, mas eu gostei deste!

Lembrando que os personagens são de minha autoria, então esta história é uma criação minha.

Adeus depressivos de plantação!

 By: Saturno <3

Como o ventoOnde histórias criam vida. Descubra agora