chapter six

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Gaia

Ele usava uma bandana preta com símbolos pequenos brancos em seus cabelos, e os mesmos escorriam pelos ombros, sua blusa era meia manga preta e a calça jeans rasgada. Ele ainda estava parado na porta, observava meu quarto detalhadamente, até pousar o olhar em mim, sorrio fraco, e o rapaz retribui.

— Não sabia que começaríamos hoje. — faço um sinal para que o encaracolado entre.

— Você não falou nada, então resolvi tomar iniciativa. — aproxima-se de mim e se senta ao meu lado. — Trouxe alguns livros. — abriu a mochila para pegá-los.

— Infantis? — indaguei analisando a capa colorida, com bichinhos e ele assente.

— Vamos começar do início, gracinha. — ele chega mais perto de mim e pude sentir seu cheiro de menta entrando em minhas narinas.

Styles, apontava para as palavras, as lia calmamente, separando sílaba por sílaba, me explicando o som de cada vogal, cada consoante, cada letra. Eu o acompanhava e fazia anotações em meu caderno, ele terminava de ler, fazendo-me repetir o que ele acabara de falar, e assim eu o fazia, e seguimos desse jeito por uma hora e meia, mais ou menos.

— Não consigo essa, Styles. — faço uma careta e ele ri anasalado. — É muito difícil, vamos pular essa, por favor! — faço beicinho e seu olhar se fixa em minha boca, fazendo meu coração acelerar.

— Claro que consegue, vamos lá, "though". O "t" tem som de "ti", nesse caso, seguido de "h", lê-se "dôu"— acompanho os movimentos de sua boca, repetindo junto com ele. — Muito bom! — encara minha boca e volta atenção para o livro. — Agora essa. — aponta para uma imagem com uma palavra ao lado.

— "Truoly"?! — leio rápido meio desengonçada, o rapaz nega, fazendo-me bufar pela minha dificuldade. — É impossível, Styles. — suspiro. — Amanhã vou conversar com o senhor Robinson, vou pedir 'pra' ele me colocar em uma turma que eu realmente me encaixe. Obrigada pela ajuda, mas, não dá. — olho para baixo e Styles segura meu rosto, virando-me para ele.

— Gaia, não desista, qual é, você só tem uma dificuldade, é normal, tenho certeza que é boa nas matérias. — assinto. — Não vou deixar você fugir. — me olha fixamente e volto meu olhar para o livro. — Thoroughly — lê como se fosse nada e sorri para mim. — O "th" seguido de "o", que é uma vogal e o "r", uma consoante tem a pronúncia de "tho", é assim que é lido e... — o imito, já identificando a palavra em meu vocabulário, o rapaz me olha atentamente.

— THOROUGHLY!!!!!!!! SIM, É ÓBVIO!!!! — grito batendo palminhas, o fazendo gargalhar.

— Isso mesmo, gracinha, sabia que conseguiria. — explica-me detalhadamente o processo de junção das palavras, sorrio para ele entendendo perfeitamente, ao terminar, ficamos em completo silêncio sem saber o que dizer.

Ele analisou meu rosto por inteiro, por último fitando meus olhos, com aquelas esmeraldas, nossa respiração era pesada, fazendo o peito subir e descer rapidamente, o ar presente no quarto tinha um cheiro diferente e uma tensão, nos olhamos em silêncio por longos minutos, que pareciam eternos, pousei meu olhar em sua boca, não pude deixar de notar o quão rosada ela era, estava rígida e podia imaginar o gosto de menta, em sua língua, lembrando-me das vezes em que ele a passara pela boca, a deixando molhada, o que aquela língua era capaz de fazer? Por um instante, quis senti-la, queria que ela tocasse a minha, ou meu corpo por inteiro. Nunca havia tido essa vontade. Ele encarava minha boca e depois subia para meus olhos, e repetia esse ciclo, como se estivesse pensando em algo. E por um segundo, uma ação precipitada e impensada, me vi com a mão direita em sua nuca, pressionando meus lábios contra os seus, passei minha língua, pedindo passagem e ele cedeu, sua mão esquerda alisava minhas costas, subindo lentamente para minha nuca, o que me fez arrepiar. O beijo era intenso e eu desejei nunca mais parar, o gosto, era de pura menta, sua língua era macia, e pude imaginar essa textura, passando em minha pele, isso me tiraria do sério. Saí de meu mundo fantasioso, parando nosso beijo. MEU DEUS. O QUE ACABEI DE FAZER? EU BEIJEI O STYLES!!!!! Meu semblante era de total desespero, ainda sem acreditar no que eu havia feito, uma ação completamente impetuosa.

𝙂𝙧𝙚𝙚𝙠 𝙇𝙖𝙣𝙙Onde histórias criam vida. Descubra agora