Gaia
Ele usava uma bandana preta com símbolos pequenos brancos em seus cabelos, e os mesmos escorriam pelos ombros, sua blusa era meia manga preta e a calça jeans rasgada. Ele ainda estava parado na porta, observava meu quarto detalhadamente, até pousar o olhar em mim, sorrio fraco, e o rapaz retribui.
— Não sabia que começaríamos hoje. — faço um sinal para que o encaracolado entre.
— Você não falou nada, então resolvi tomar iniciativa. — aproxima-se de mim e se senta ao meu lado. — Trouxe alguns livros. — abriu a mochila para pegá-los.
— Infantis? — indaguei analisando a capa colorida, com bichinhos e ele assente.
— Vamos começar do início, gracinha. — ele chega mais perto de mim e pude sentir seu cheiro de menta entrando em minhas narinas.
Styles, apontava para as palavras, as lia calmamente, separando sílaba por sílaba, me explicando o som de cada vogal, cada consoante, cada letra. Eu o acompanhava e fazia anotações em meu caderno, ele terminava de ler, fazendo-me repetir o que ele acabara de falar, e assim eu o fazia, e seguimos desse jeito por uma hora e meia, mais ou menos.
— Não consigo essa, Styles. — faço uma careta e ele ri anasalado. — É muito difícil, vamos pular essa, por favor! — faço beicinho e seu olhar se fixa em minha boca, fazendo meu coração acelerar.
— Claro que consegue, vamos lá, "though". O "t" tem som de "ti", nesse caso, seguido de "h", lê-se "dôu"— acompanho os movimentos de sua boca, repetindo junto com ele. — Muito bom! — encara minha boca e volta atenção para o livro. — Agora essa. — aponta para uma imagem com uma palavra ao lado.
— "Truoly"?! — leio rápido meio desengonçada, o rapaz nega, fazendo-me bufar pela minha dificuldade. — É impossível, Styles. — suspiro. — Amanhã vou conversar com o senhor Robinson, vou pedir 'pra' ele me colocar em uma turma que eu realmente me encaixe. Obrigada pela ajuda, mas, não dá. — olho para baixo e Styles segura meu rosto, virando-me para ele.
— Gaia, não desista, qual é, você só tem uma dificuldade, é normal, tenho certeza que é boa nas matérias. — assinto. — Não vou deixar você fugir. — me olha fixamente e volto meu olhar para o livro. — Thoroughly — lê como se fosse nada e sorri para mim. — O "th" seguido de "o", que é uma vogal e o "r", uma consoante tem a pronúncia de "tho", é assim que é lido e... — o imito, já identificando a palavra em meu vocabulário, o rapaz me olha atentamente.
— THOROUGHLY!!!!!!!! SIM, É ÓBVIO!!!! — grito batendo palminhas, o fazendo gargalhar.
— Isso mesmo, gracinha, sabia que conseguiria. — explica-me detalhadamente o processo de junção das palavras, sorrio para ele entendendo perfeitamente, ao terminar, ficamos em completo silêncio sem saber o que dizer.
Ele analisou meu rosto por inteiro, por último fitando meus olhos, com aquelas esmeraldas, nossa respiração era pesada, fazendo o peito subir e descer rapidamente, o ar presente no quarto tinha um cheiro diferente e uma tensão, nos olhamos em silêncio por longos minutos, que pareciam eternos, pousei meu olhar em sua boca, não pude deixar de notar o quão rosada ela era, estava rígida e podia imaginar o gosto de menta, em sua língua, lembrando-me das vezes em que ele a passara pela boca, a deixando molhada, o que aquela língua era capaz de fazer? Por um instante, quis senti-la, queria que ela tocasse a minha, ou meu corpo por inteiro. Nunca havia tido essa vontade. Ele encarava minha boca e depois subia para meus olhos, e repetia esse ciclo, como se estivesse pensando em algo. E por um segundo, uma ação precipitada e impensada, me vi com a mão direita em sua nuca, pressionando meus lábios contra os seus, passei minha língua, pedindo passagem e ele cedeu, sua mão esquerda alisava minhas costas, subindo lentamente para minha nuca, o que me fez arrepiar. O beijo era intenso e eu desejei nunca mais parar, o gosto, era de pura menta, sua língua era macia, e pude imaginar essa textura, passando em minha pele, isso me tiraria do sério. Saí de meu mundo fantasioso, parando nosso beijo. MEU DEUS. O QUE ACABEI DE FAZER? EU BEIJEI O STYLES!!!!! Meu semblante era de total desespero, ainda sem acreditar no que eu havia feito, uma ação completamente impetuosa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙂𝙧𝙚𝙚𝙠 𝙇𝙖𝙣𝙙
FanfictionGaia, em grego: Γαία, deusa da Terra. Uma menina do interior da Grécia, criada em um vilarejo, se muda para Londres com sua família, para cuidar de sua avó doente. Com sua mochila cargueira presa nas costas e seu ukulele na mão, ela segue para um m...