Pilares

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Eu estava no meio de uma tempestade de neve, os flocos brancos caindo pesadamente ao meu redor, tornando tudo ao meu redor uma nuvem de confusão. A visão estava turva, quase impossível de enxergar mais do que alguns metros à frente. O vento cortava minha pele como lâminas afiadas, e o frio parecia me congelar por dentro. Mas havia algo mais... algo que eu sentia, uma presença, uma sombra, uma ameaça.

De repente, os flocos de neve começaram a se dissipar, e então eu o vi. Ele estava lá, no topo de uma montanha, alto demais para alcançar. Um homem pálido, seus cabelos pretos como a escuridão da noite, e seus olhos... aqueles olhos vermelhos como sangue, que queimavam com uma intensidade que eu podia sentir mesmo a quilômetros de distância.

Eu não sabia quem ele era, mas sabia que ele estava me observando, me encarando com uma expressão que não conseguia decifrar.

Era como se o ar ao meu redor se tornasse mais denso, mais pesado, com o cheiro metálico de sangue pairando no ar, me entorpecendo, me engolindo. O vento gelado não conseguia apagar o cheiro horrível, uma mistura de ferro, podridão e morte. Ele exalava isso como se fosse parte dele, algo que estava incrustado em sua pele, em seu ser.

Não conseguia me mover. Meu corpo estava paralisado, mas meu olhar nunca se afastou dele. Eu sabia que ele estava lá, mesmo quando o vento e a neve impediam minha visão. O medo corria em minhas veias, me apertando o peito, me fazendo querer gritar, mas algo me impedia. Eu não sabia o que ele queria, nem por que ele estava ali, mas sua presença fazia o mundo ao meu redor desaparecer.

A cada passo que ele dava, a montanha parecia tremer. O som dos seus passos ressoava na neve como se o próprio chão estivesse sendo rasgado. Eu queria correr, queria me esconder, mas meu corpo não respondia. Ele estava lá, olhando para mim, e eu sabia que ele não ia embora.

Ele se aproximava, cada vez mais, e a neblina de neve parecia se dissipar por um momento, como se o tempo tivesse parado. Seu olhar era uma chama vermelha, ardente e vazia, e a cada instante eu sentia que ele estava me consumindo, me observando como se fosse a última coisa que faria.

Eu não sabia quem ele era. Eu não sabia de onde ele vinha. Mas sabia que algo muito ruim estava prestes a acontecer.

E então eu acordei, ofegante e assustada. Meu coração batia descontrolado, como se ainda estivesse lá, naquele lugar congelado, enfrentando aquela presença ameaçadora. Eu me forcei a respirar fundo, tentando afastar a sensação de pavor que ainda estava em mim, a sensação de que, de alguma forma, ele ainda estava me observando.

O quarto ao meu redor estava silencioso, as sombras dançando suavemente com a luz fraca que entrava pela janela. Mas o medo não desapareceu. Ele estava lá, nos recantos escuros da minha mente, como se tivesse deixado uma marca, uma impressão que eu não conseguia apagar.

Olhei para os lados, me certificando de que não havia mais ninguém ali. Mas, mesmo sabendo que tudo estava em paz, uma inquietação tomava conta de mim. Meu corpo estava em alerta, cada nervo tenso, como se eu estivesse esperando por algo que não conseguia entender.

Quem era aquele homem? Por que eu o via em meus pesadelos? E o cheiro... aquele cheiro de sangue, de morte. Eu não sabia o que significava, mas ele parecia tão real, tão próximo, como se ele estivesse me chamando, me atraindo para algum lugar desconhecido.

Levantei-me da cama, com as mãos tremendo. Não queria mais fechar os olhos, mas ao mesmo tempo, sabia que eu precisava descansar. Minha mente ainda estava turva, confusa com a mistura de sensações que o pesadelo havia me causado. Talvez, se eu tivesse mais tempo, se minha memória voltasse... Eu poderia entender o que isso significava. Mas por enquanto, tudo o que eu sabia era que algo iria acontecer, algo que eu não conseguia controlar.

𝑬𝒏𝒕𝒓𝒆 𝑷𝒊𝒍𝒂𝒓𝒆𝒔 ~ 𝚂𝚊𝚗𝚎𝚖𝚒 𝚂𝚑𝚒𝚗𝚊𝚣𝚞𝚐𝚊𝚠𝚊Onde histórias criam vida. Descubra agora