23 - narração

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Felix voltava da patrulha para casa, mas sem o grupo de patrulha e sem Changbin. Já que assim que eles se juntaram com as moças, ficaram divididos em dois grupos,  fazendo eles acabarem se desencontrando, puro destino injusto – o Lee pensou, isso fez eles nem conseguirem conversar depois do beijo mas seria uma história engraçada se um dia futuramente tivessem chance e quisessem falar sobre em algum momento ou apenas relembrar.

O garoto vez ou outra negava com a cabeça, parecia até mesmo falar sozinho, para quem olhasse de longe. Assim que Felix focou na sua frente sentindo ser observado, viu Changbin o encarando segurando o riso.

A última coisa que pensou é que iria atinar com Seo na volta pra casa, já que foram para direções opostas. Estava feliz por ter acontecido. Não sabia o que dizer, confessaria até que estava um pouco envergonhado por horas antes estar o beijando. Envergonhado, mas não arrependido.

– Oi – murmurou, sorrindo minimamente como ato involuntário.

– Você fica rindo sozinho assim mesmo? É algo natural?

– Não to sozinho, você tá aí falando sozinho por igual... E tem os espíritos aqui na rua – o mais baixo comenta em tom sarcástico, colocando as mãos no bolso da calça que usava, enquanto andava para perto do Lee.

– Changbin! – Felix falou como se chamasse a atenção do outro garoto, que apenas riu – Olha a hora que você quer falar de espírito, pelo amor de Deus. – reclamou, emburrando a cara assim que disse.

– O que? Não é como se realmente tivesse um aqui, mesmo com a luz do poste piscando não é um sinal de fantasma – apontou para as luzes de um poste com defeito em frente onde moravam. Felix percebeu que nunca tinha notado que aquele poste era quebrado, talvez por quase não sair e quando saia não reparava nas coisas assim. Agora era estranho, ele não conseguiria passar por ali sem notar aquilo.

– Nossa eu nunca reparei... – Felix comentava sobre, mas foi interrompido pelo susto que Changbin lhe deu encostando a mão fria na lateral de seu pescoço o que teve como reação dar um pulo enquanto Changbin ria, o objetivo era o assustar,mas não imaginava que ele se assustaria fácil assim, mas com o berro que reverbou no ar, não deu outra além da crise de riso. – EI, nunca mais faça um treco desses. Encostar a mão gelada quando to distraído.

– Eu não posso prometer algo, que não sei se cumprirei – Changbin fala parando de rir, enquanto Felix o encarou feio – Ok, tá legal, não faço mais.

– Ok, obrigado pelo seu sacrifício – falou em tom de drama – Já percebeu que somos os vizinhos que mais se esbarram, eu chamo isso de destino não é mesmo? não destrua a graça com frase tipo "somos vizinhos".

–... mas

– Não.

– E como foi a patrulha, vizinho que sempre esbarro? Deve ter sido melhor que a minha, que foi andar e andar sem parar. – Seo perguntou, colocando as mãos no bolso da calça e olhando para o rosto do australiano.

– Elas eram cachaceiras, bem na verdade elas foram pra um barzinho depois que andamos atoa e na hora da patrulha mesmo, elas me fizeram entrar em um terreno vazio por ouvirem um barulho estranho e era um rato, um rato! Juro que nunca mais ajudo ninguém. – fez outro drama e até fingiu choro enquanto o Seo negou com a cabeça devagar.

– Essa é maior mentira que contou hoje, a primeira foi que você não joga vídeo game faz tempo, três dias não é muito tempo. – dessa vez foi Felix que riu da fala, Changbin era inacreditável. Ambos pararam de andar quando chegaram em frente ao curto caminho divisório dos apartamentos onde moravam.

O caminho que os meninos acharam que seria silencioso demais, no fim, por terem se esbarrado foi o completo oposto, apenas cheio de provocações entre Changbin e Felix que tinham o próprio mundinho.

– Você não acha que sabe muito não?

– Sei só o que conta. – respondeu simplista, piscando pro garoto e viu um sorriso pequeno no rosto de felix.

Quem diria que alguém gravava mesmo toda sua tagarelice do dia a dia. Isso seria alguma prova que Changbin era mesmo diferente para si.

– Então vou te contar mais uma coisa para sua lista, que to com muito sono – falou um pouco baixo pela proximidade e com direito de bocejar no fim da frase.

– Também estou, isso de patrulha me quebrou. – repetiu da mesma forma.

– A gente podia dormir juntos, já que somos duas pessoas com sono – o Lee supôs a ideia e Changbin fez uma cara engraçada, o que fez Lee Felix travar por uns segundos.

– Não acha que tá cedo pra isso não? – Seo responde com ar de riso, mas na verdade estava envergonhado.

– Caraca Changbin, eu nem insinuei nada, eu disse dormir...aí vem você, já todo malicioso me acusando – o garoto comentou rindo tentando disfarçar as bochechas avermelhadas e Changbin riu junto – Eu sou um homem de respeito, que isso.

– Mas eu também não disse nada – defendeu-se e riu de Felix o remidando.

A noite não parava de ter alguns ventos, pela mudança de tempo e de estação que teria naquela semana e já estava começando esfriar, por conta disso algumas pequenas folhas voavam.

Felix sorriu e nada respondeu, apenas se aproximou tirando uma folha que agarrou no cabelo do mais baixo, que por conta dos ventos algumas pequenas folhas das árvores próximas voaram sem direção da onde cairia.

Trocaram o olhar uma última vez antes de se despedirem " decentemente", afinal pensando que uma hora atrás se beijavam e se gostavam, era óbvio para eles que era justo ao menos um selinho demorado. Foi isso que aconteceu no segundo seguinte, terminaram de aproximar os rostos quebrando a curta distância que os lábios ficaram e sem mais demora, trocaram dois selinhos demorados. Dessa vez não ligando muito para se tinha algum olhar julgador em volta, como se nunca tivesse visto um simples beijo entre duas pessoas novas descobrindo, que se gostavam e resolvendo assuntos dos corações.

vizinho gostoso ~ changlix  [ repost]Onde histórias criam vida. Descubra agora