"qual seu pedido?"

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O ar frio soprou os cabelos castanhos de Maitê para trás, fazendo com que ela tivesse que apertar mais o casaco contra si. Foi difícil abrir a porta da cafeteria com os livros da faculdade em seus braços. Odiava ter gastado quase todo seu dinheiro com os livros, mesmo sua amiga tendo a avisado que não era necessário.

Seus olhos passaram rápido pelo ambiente aquecido, tentando encontrar algum lugar vazio para que pudesse se sentar. Porém esse pensamento é dispersado após perceber o homem usando óculos sentado no canto da parede. Nunca acreditou que poderia sentir atração à primeira vista, porém poderia mudar esse conceito após avistar aquele homem.

Fingiu não ter sido afetada pela beleza dele e seguiu até o balcão, fez seu pedido de sempre, colocou os livros à sua frente e tentou fixar sua mente no texto, mas essa atividade se tornava impossível com o sentimento de que havia alguém a encarando.

Sentiu uma movimentação ao seu lado e, curiosa do jeito que é, levantou seus olhos e viu o objeto de seus pensamentos impróprios. Voltou correndo os olhos para o livro, desejando não ter sido pega o observando.

— Sabe quanto pesa um urso polar? — o desconhecido perguntou enquanto pegava um sachê de açúcar

— Não faço ideia — Maitê respondeu com as sobrancelhas franzidas.

— O suficiente pra quebrar o gelo entre nós. Prazer, eu sou o Guilherme — falou se virando de frente para ela com um sorriso encantador no rosto.

Maitê riu desacreditada com a ousadia do homem. Pensou se ele faria isso com qualquer uma, mas não deixou que isso tomasse sua cabeça e se tornasse mais uma insegurança.

— Maitê, e o prazer é todo meu — respondeu com mais segurança.

— É um belo nome, combina com você.

— Hm, muito obrigada. Sempre tive uma queda pelo nome Guilherme.

— Já é um ótimo motivo para você ter uma queda por mim — os dois riram. — Posso me sentar?

— À vontade.

Guilherme então puxou uma das banquetas que estava ao seu lado e se sentou de frente para Maitê.

Desde o momento em que a viu passando pela porta, Guilherme soube que a queria. Suas curvas marcadas pela regata preta que usava, suas coxas grossas delineadas pelo jean azul. Não seria mentiroso ao dizer que o belo par de seios não foi a primeira coisa que lhe chamou a atenção. O pensamento de como seria os tê-los na boca…

— Então, faz faculdade de quê? — Guilherme perguntou encarando os livros que a garota deveria estar lendo.

— Direito, e você?

— Medicina.

— Um curso difícil de entrar, bato palmas para você — riu ao final da fala.

"poderia bater outra coisa para mim…" pensou Guilherme. Gostaria de dizer isso apenas para ver sua reação, mas tinha consciência de que não era o momento.

— Sinto-me honrado pela sua salva de palmas — disse, pondo uma mão sobre seu peito.

Os dois riram novamente.

As horas passaram rápido, a conversa fluindo com simplicidade e leveza. O sentimento de conforto que pairava em volta de ambos era algo que nenhum ali tinha experimentado, pelo menos não tão rápido.

— Está tarde, acho que preciso ir. — A garota comentou, ainda rindo da fala antetior de Guilherme.

— É uma pena, eu amei conversar com você.

take me to hellOnde histórias criam vida. Descubra agora