Ainda dói quando penso em você, pouco, talvez como um incomodo vazio no buraco que você deixou, mas ainda dói.
É difícil passar por coisas felizes – ou até mesmo as tristes – e não ter mais você ali para dividir a qualquer hora do dia. Mas eu estou superando, viu?Já consigo ouvir seu nome e fingir que não construo uma barreira em volta de mim, consigo sentir seu cheiro e fingir que não sinto falta dele nas minhas roupas – até daquela coberta você está desaparecendo.
Mas eu espero que você esteja feliz. Não posso te desejar o mal, não quando foi a sua mão que me fez enxergar o bem, não posso te odiar porque já dizia o Projota "Não deve haver rancor, onde já se teve amor". Mas, as vezes, nas noites que a saudade bate forte, que procuro em mim qualquer pedaço que sobrou de você e não encontro nada além de lágrimas, eu gostaria de poder, gostaria de te odiar e te amaldiçoar como uma criança, porque nós dois temos, né? Temos alma de criança, jovens demais para saber como amar... Pequeno Príncipe e sua Rosa, lembra?
As coisas acabam, não é? A gente acabou, cada plano, cada riso, cada bordão, cada desejo, cada felicidade nossa ficou dobrada entre as estrelas onde nenhum de nós dois é capaz de alcançar. E talvez seja melhor assim, talvez seja melhor estarmos dobrados e eternizados em Meu Lar porque, por um momento fomos sim o lar um do outro... Mas, Young people fall for the wrong people, know that my one was you.
Vai passar, eu te prometo isso, meu idiotinha. Vai passar porque você assassinou as borboletas e eu não as farei nascer de novo, vai passar porque prefiro que a gente permaneça na dúvida de um futuro do que na certeza da inexistência. E eu sei que desejo em vela nenhuma mudará isso.
Nossas borboletas viraram poeira cósmica, nossos planos viraram o vento que ainda nos balança, mas nós? Nós acabamos... Essa história, escrita com linhas, olhares, sorrisos e lágrimas acabou. E acabou assim, como um sussurro no espaço.
Um simples resquício do que já fizemos ser constelações.
