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Pov Maraisa

Mai: irmã, chega! Eu vou e ponto final! 

Mara: então é assim agora? Você ignora todos os meus conselhos, me abandona e vai morar com aquele animal?!

Mai: eu não vou abandonar você, eu só vou viver a minha vida com o homem que eu amo! Nós ainda vamos ser uma dupla e trabalhar juntas! 

Mara: Você não percebeu que faz tempo que vem me deixando de lado? Porra, quando nós temos folga você me larga aqui e vai viajar com ele, liga pra ele todo dia e até nos shows você fica de namorico! Maiara, eu nem me lembro da última vez que nós duas conversamos ou passamos um tempo juntas que não fosse trabalhando...

Mai: não é bem assim, Maraisa... - ela faz uma pausa - talvez eu tenha me distanciado um pouco de você, mas a gente pode resolver isso 

Mara: eu cansei, Maiara! Eu cansei de me dedicar a uma pessoa que pouco se importa, cansei de doar cada parte de mim pra fazer isso dar certo, só o meu esforço não adianta. Eu cansei de tentar ser a irmã legal, tá? Tá claro que eu não faço parte da nova fase da sua vida. Mas quando você quebrar a cara de novo, vai lembrar da menina que cresceu com você, que sabe tudo sobre você e que é igual a você. Mas não vai adiantar vir correndo pra mim, eu não sou idiota. - digo chorando de raiva - 

Mai: Maraisa, não fala assim. Você é minha metade, é minha gêmea, eu não vou simplesmente te excluir da minha vida. E mesmo que eu tente esquecer de você, quando eu me olhar no espelho eu vou lembrar, por que você tem a mesma cara que eu. Eu sei que eu vacilei com você, me deixa tentar concertar tudo. 

Mara: eu preciso de um tempo. 

Me tranco no meu quarto e choro até dormir.  

...

(7:30) 

desço pra comer alguma coisa e a Maiara já está de malas prontas. 

Mara: já vai? - digo com um semblante triste -

Mai: não faz essa cara...

Mara: eu tô bem, pode ir... - forço um sorriso - eu fico feliz por você...

Coloco a xícara na pia e pego meu casaco. Respiro pesadamente e pego as chaves do meu carro. A Mai caminha até mim e pega a minha mão.

Mai: onde você vai?

Mara: eu vou pra casa da mamãe, mas vou voltar pra almoçar.

Mai: eu te ligo na hora do almoço, tá bom?

Ela pega a mala e caminhamos até a porta. Antes de sairmos, colo nossas testas e ela deixa algumas lágrimas cairem.

Mara: eu só quero que você seja feliz, nem que pra isso eu precise ficar longe, metade...

Mai: eu não imaginava que isso fosse doer tanto...