Capítulo 5 - Heather?

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*POV da Heather*

Anne está com as costas contra a parede e eu estou em sua frente. Eu e ela estamos extremamente próximas, prestes a nos beijar, mas ouço uma voz.

— Heather?!

Carter.

Meu deus. Merda, merda, merda, merda. MERDA!!!
Não fazem nem dez minutos que terminamos e Carter já me vê prestes a beijar minha melhor amiga.

— Você... terminou comigo... por causa dela...? — Consigo ver lágrimas em seus olhos.

— Carter! — Eu me desespero — Não é isso que você está pensando...

— Assim, depende — Anne interfere — Se o que estava pensando é que estávamos prestes a nos beijar... Então é exatamente o que estava pensando.

— Anne! — Eu a repreendo. Quando volto o olhar para Carter, ele não está mais lá — PORRA, ANNE! — Grito, irritada.

— O quê? Ele ia sair correndo mesmo se eu não tivesse falado nada.

— MAS PRECISAVA DIFICULTAR, CARALHO?! — Já consigo sentir os olhares dos alunos que estão vindo para suas aulas sobre nós. Eu me viro e entro na sala, sentando em meu lugar e pegando o celular.

Heather
|Carter, podemos conversar?
|Por favor?
|Carter?
10:34

-Bloqueada-

Merda, merda, merda.

Consigo sentir meu rosto se esquentar, minha visão fica embaçada e sinto lágrimas escorrerem por minha face e cairem sobre minha mesa.

Merda, merda, caralho, merda.

Saio correndo da sala até o banheiro, tentando esconder meu rosto e lágrimas pelo caminho.

Heather...? HEATHER!... Merda.

Ouço Anne me chamar cada vez mais de longe, mas a ignoro.

Eu chego no banheiro e entro em uma cabine. Sento em cima da tampa do vaso sanitário de forma em que posso abraçar minhas pernas e deixar minha cabeça sobre meus joelhos.

Tento controlar minha respiração, sem sucesso, então começo a surtar.

Alguns segundos depois eu ouço alguém entrar correndo no banheiro, e Anne falando comigo do outro lado da porta da cabine.

— Heather! Heather...

— Vai embora, Anne — Eu digo entre soluços, tentando limpar as lágrimas de meu rosto.

— Não. Abre a porta, vai... — Ela bate suavemente o punho sobre a porta, que range por sua velhice.

Eu olho para a porta, ainda com minha visão embaçada e as lágrimas escorrendo. Sinto a tristeza se transformar em raiva e tenho vontade de bater em alguma coisa.

— VAI EMBORA, ANNE!

— Não. — Agora chega. Abro a porta e grito com ela.

— VOCÊ NÃO CONSEGUE DESGRUDAR DE MIM POR CINCO MINUTOS?! NÃO CONSEGUE ME DEIXAR EM PAZ POR TRINTA SEGUNDOS?! VOCÊ ACABA COM O QUE EU TENHO TENTADO FAZER DAR CERTO HÁ MESES E AGORA QUER FICAR ME ENCHENDO O SACO?!

— Heather... — Anne me olha assustada, com lágrimas se formando em seus olhos.

Merda.

— Sai daqui Anne. Me deixa em paz por um segundo.

Uma história complicadaOnde histórias criam vida. Descubra agora