Yes, please.

Capitulo 1 - Meet Nate Prescott

Me deparo em frente ao espelho encarando-o como se fosse um inimigo. Meu cabelo está solto, mas arrumado. Olho para a direita e lá está Camilla, minha melhor amiga, retocando sua maquiagem que com certeza gastou muitas horas fazendo, enquanto eu reclamo de ter que passar uma simples base.
Cam é bonita, sabe se vestir bem, gosta de usar coisas caras, consegue ficar com todos os meninos que quer... ela simplesmente ganha de mim em tudo. A sortuda separou a pouco tempo, e quer aproveitar a vida solteira, e me obriga a vir junta. Patético.

- Querida, podia se arrumar um pouco mais, não acha? - ela mantém seu olhar crítico sobre mim - Estamos indo para uma festa, não para um mercado.
- Só acho que você deveria me deixar em paz, se quiser companhia.
- Desculpa, nervosinha. - ela volta a se olhar no espelho - Será que o Nate estará lá?
- Nate? Desconheço.
- Aquele ricaço moreno, você até fez estágio na empresa do pai dele.
- Ah, o nome dele é Nate... Eu não sabia.
- Como não? Todas as garotas queriam ficar com ele na época da faculdade!
- Exceto eu. Ele é mais um desses ricos idiotas.
- Claro que não. Você que é uma tapada que só quer estudar e ter sei lá quantos gatos.

Cam e essa sua mania de sempre me criticar. Somos amigas desde sempre, mas é meio complicado aguentar isso. Hoje eu só ignoro, mas ela não cansa.

[...]
Chegamos ao bar onde a festa acontecia. Graças ao poder de sedução de Cam, furamos uma fila enorme que estava sendo organizada por uma loira que usava um vestido preto e um salto altíssimo. Ela tinha um cordão com uma enorme letra S e um batom vermelho. Parecia ter mais de 20 anos, talvez 28, seu olhar era maduro e um tanto frio. Passamos rapidamente pela porta do bar, e chegamos enfim ao hall. Ele parecia mais com uma boate do que tudo, era escuro, mas eu conseguia ver. Havia mulheres praticamente nuas sobre o palco. Cam acenou para algumas garotas e foi em direção a elas, e eu decidi pegar uma bebida. Sentei-me e pedi uma cerveja. Algo simples, não sou de beber muito, tenho péssimos momentos com a bebida. Fiquei ali sentada enquanto Cam já estava dançando com um cara.
- Posso sentar aqui? - Uma voz masculina disse próximo ao meu ouvido, graças à música ensurdecedora. - Ou está esperando alguém?
- Ah, não, fique a vontade.
Quando me virei, fiquei rosto a rosto com o rapaz, ele tinha olhos verdes, um cabelo meio bagunçado, uma barba por fazer, e um sorriso incrível. Estava com uma blusa social com a manga dobrada, uma calça jeans e um tênis preto. Um olhar muito dominante e intenso, perfeitamente lindo. Ele não me parecia estranho, já o vi antes, em algum lugar.
- Então, como veio parar aqui? - O rapaz me perguntou.
- Ah... Eu vim com minha amiga. - Dei um gole em minha cerveja ¬- E você?
- Minha irmã que organizou. - ele sorri - Estava com saudades dessa festas de faculdade.
- Ah, você já fez? - ele estava me encarando enquanto eu só queria me esconder.
- Sim, terminei a dois anos.
- Ah...

A bebida dele chegou e ele saiu dali rapidamente com dois copos na mão. Deveria estar acompanhado. Assim que ele saiu, Cam chegou agitada. Ela sentou e pediu uma cerveja.

- O que Nate estava fazendo aqui?
- Nate? Sabia que o conhecia de algum lugar. - pedi outra cerveja ao barman - Então, a irmã dele que organizou isso aqui?
- Sim. Ela e Sabrina.
- Sabrina, a mulher da porta?
- Sim, aquela mesmo. - ela deu um gole em sua cerveja.
- Que nome de stripper. - ouvi uma risada abafada.
- Também acho. - Uma voz masculina surgiu de trás de mim, era conhecida, mas queria acreditar que não era de quem eu imagino.
- Oi Nate. - Kate olhava para o homem atrás de mim.
- Oi... Camilla, não é?
- Sim, é isso. Como vai? - me virei um pouco enquanto eles se falavam.
- Vou bem. - ele deu um sorriso para ela - Ah, desculpe meu erro. Qual seu nome? - ele me olhava atentamente.
- Khloe. Khloe Benson.
- Hm... - ele coçou um pouco sua barba - Acho que te conheço de algum lugar.
- Já trabalhei na empresa de seu pai. - senti meu rosto esquentar. - Falar nisso, como ele está? - Kate arregalou os olhos ao ouvir o que eu disse.
- Morto. - senti o clima ficar tenso e no mesmo momento, fiquei sem reação.
- Oh. - minhas bochechas ficaram mais vermelhas - Me desculpe.
- Não, não fez por querer. - Ele sorriu - Não sabia, não é mesmo?
- Sim... Posso saber como?
- Câncer. Você o conheceu, ele sempre foi muito chato com essas coisas.
- Sim, eu sei. - eu já não conseguia mais olhar para a cara dele de tão envergonhada que estava - E sua mãe?
- Ela ficou meio abatida, mas hoje já está bem. - Ele então colocou a mão no bolso e então tirou algo do mesmo. Era seu cartão. Ele o ergueu em minha direção e fiquei o olhando atentamente - Tome meu cartão, se precisar de algo, pode ligar.
- Ok. Obrigada. - um sorriso envergonhado apareceu em meu rosto.
- Bom, vou indo, até algum dia.
- Até.
- Tchau! - Camilla já estava na segunda garrafa de cerveja. Assim que ele se distanciou, ela me encarou com um olhar critico. - Você é muito otária!
- O que? - ela se levantou e voltou à pista.

O que eu fiz de errado? Além de perguntar pelo pai dele, óbvio. O Sr. Prescott era um cara e tanto. Sempre me tratou muito bem. Era muito fiel, um ótimo pai, e maravilhoso chefe. Não tinha nada que reclamar. Essa noticia me pegou surpresa. O que será que aconteceu com a empresa? Será que a Sra. Prescott assumiu a presidência?
E Nate? Que homem! Ele está mais bonito, a idade chegou muito bem para ele. Hoje ele deve ter 28 anos, talvez 29, mas parece tão jovem ainda. E aquele olhar? Oh céus, estou parecendo as garotas da minha sala de Ciências Políticas. Ele realmente é bonito, mas continuo com minha idéia principal: ele é mais um ricaço idiota.