Se Memórias Não Fossem A Unica Coisa Que Durasse...

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(Musica recomendada: matt maltese - as the world caves in)

Era estranho pensar que talvez ou com certeza essa fosse a ultima noite ao lado de chuuya, mas do que poderia ter certeza? Não é como se ja não tivessemos feito isso outras vezes, sempre a procura de um ao outro no final da noite mesmo que não soubessemos se seria em todas elas.

Mas lá me via deitado naquela cama preso aos toques de chuuya que me pressionavam a não ir embora, mesmo que ambos de nós tivessemos que ir.

Se tivessemos mais tempo, se tivessemos mais coragem, mais força...mais...paixão?..

Chuuya

o chamei soltando um longo ar que saia de minha boca completamente cansado e desapontado pelas tantas coisas que me vinha a cabeça de forma confusa e sem certeza.

Hm?

Resmungou chuuya cansado também e desapontado por minha chamada, não que ele não tivesse se confortado com minha voz.

Estava dormindo? Desculpe não quis te acordar.

Lhe fiz um breve carinho em seus cabelos alaranjados e macios , talvez ele cuidasse mais daqueles fios do que de sua propria vida.

Não, não, dazai. Estava acordado.

Sempre me respondia de forma tão direta e que não expressasse um pingo de laços, mas mesmo assim não me incomodava com isso, era chuuya, e esse era o jeito dele, não tinha o que fazer, mas eu o entendia.

Continuamos ali, por alguns poucos minutos em completo silêncio enquanto eu mexia em seus fios de cabelo que assim como seus olhos me encantavam e me faziam ficar completamente hipnotizado.

Era difícil assumir para mim mesmo amar chuuya, mas naqueles breves minutos em que podiamos sentir e ouvir ambas nossas respirações o quebrei. O quebrei com um " eu te amo ", mesmo que eu soubesse que com certeza ele não espera isso de mim.

Chuuya, eu te amo.

Pude obviamente sentir todo meu corpo se esquentar mais ainda e chuuya se virar lemtamente para me olhar, não que isso fosse justamente o que ele fosse fazer em qualquer situação que eu dissesse isso mas ele me olhou. Me olhou no fundo de meus olhos, mas ao invés de irritação, ego ou uma resposta em troca ele apenas me abraçou.

Ja estavamos la a um bom tempo colados, mas aquele abraço sim, aquele sim foi sincero, mesmo que todos os primeiros também tivessem sido, esse soou como uma resposta de retribuição, um " eu tambem te amo, dazai ", e eu não pude negar, foi bom.

O abracei como se não tivesse um amanhã, tão forte mas ao mesmo tempo de forma que o visse como algo fragil. o abracei com amor e cuidado, mesmo que chuuya não se mostrasse tão fraco e muito menos fosse.

Mas mesmo assim, pude sentir poucas lágrimas se sairem de seus lindos olhos azuis , que só pude as notar por suas bochechas e nariz levemente avermelhado o que por acaso o deixava ainda mais fofo.

Poucos minutos após nosso abraço nos soltamos em silêncio e calma, até que teve um momento em que chuuya se levantou na intenção de pegar um cigarro enquanto eu só o observava.

Chuuya pegou o mesmo o acendendo de primeira soltando tal fumaça para fora de sua boca. Ele estava sentado e eu podia ver todo seu corpo de sua cintura para cima enquanto ele usufruía do cigarro,ja eu estava deitado, levemente apoiado sobre a cabeceira enquanto o olhava com um olhar completamente cegado por ti.

Podia ver o sol nascer e a luz fraca de fora se misturar com seus fios ruivos os tornando cada vez mais amarelados na ponta devido ao sol. de fato era lindo mas me causava tensão por nossa hora de ir embora estar tão proxima.

Chuuya sentiu meus olhares sobre ti e logo se virou me encarando.

Diga-me dazai, o que foi?

Perguntava ele com sua voz ainda meio diferente por seu choro enquanto me olhava a fumar.

Nada chuuya, só estava olhando para a janela.

Mentira, era ele quem eu estava a reparar, mas eramos egoistas demais para admitir isso então acabavamos sempre negando olhar um ao outro.

Hm, ta.

Provavelmente chuuya apenas respondeu qualquer coisa por não saber o que dizer, mas logo mais se deitou novamente proxímo de mim, ou melhor, por cima de mim.

Aproveitei tal situação "roubando" o cigarro de sua mão, de primeira o ruivo fez cara feia, mas logo depois ficou de boa apoiando seu rosto em meu peito novamente.

Enquanto segurava seu cigarro sob meus dedos pude sentir seu olhar me secar , seja la chuuya dessa forma?

Logo entendi suas reações sobre a cada vez que aquele cigarro acendido naquela noite se grudava aos meus labios, era obvio, ele os queria.

Deixei o pequeno objeto ao seu devido lugar na mesa e logo o encarei. Por breves minutos nos olhando simplesmente me grudei nele de uma forma inaceitavel que fosse solta, o beijei, beijei como se não ouvesse um amanhã e senti seus lábios junto a fumaça que saia do meu se misturando aos poucos e sumindo ao ar.

De fato eu estava apaixonado, eu o amava...amava o suficiente para entender que devo ir embora.

Primeira E Ultima Noite...|| soukoku ||Onde histórias criam vida. Descubra agora