Capítulo único.

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S/N pisca repetida vezes seus olhos, logo se espreguiçando e levando a cadeira pra trás consigo. Ela olha pra sua frente, vendo que ainda estava acontecendo uma aula sem graça de matemática, suas notas eram ótimas, mesmo não assistindo as aulas. Não tinha nada para fazer, então ela abre seu caderno e fica rabiscando desenhos, procurando inspirações na sala de aula, vendo o aluno mais incomum da mesma... S/n, em questão, não se lembra do nome do rapaz alto, com uma tatuagem na lateral de sua cabeça e uma trança mal feita, aquilo a deixava um pouco intrigada, então desenhava o mesmo, com rabisco de cores que encontrava em seu estojo, para ter alguma desculpa para falar com o mesmo. Quando ele se virava para falar com algumas pessoas em volta de si, uma vez ou outra seus olhares se cruzavam, mas S/n não virava seu rosto, apenas sorria pra ele e piscava para o mesmo, que dava um sorriso de canto por achar bobo. Ele não parecia ser alguém que se importava muito com as suas notas, mas mesmo assim, escrevia algumas coisas passadas na lousa.
Finalmente, após uns 30/40 minutos, o período de aulas havia acabado, juntando suas coisas e metendo tudo de uma vez em sua mochila desgastada, mal percebe que jogou o desenho junto... Correndo em direção ao mesmo, s/n cutuca seu ombro e olha para o mesmo com um sorriso amigável, entregando um papel que não era o desenho para ele, na hora ele não olha mas sorri e da um "tchau" com uma de suas mãos, saindo com um garoto mais baixo que o mesmo.

pov Draken

— Ken-chin, quem era aquela garota? — Mikey me questionava enquanto andava comigo.

— Como vou saber? Ela é apenas da minha sala, e parece interessada em mim. — Lembro do papel que ela me deu, desamasso o mesmo lendo algumas palavras sobre o "corpo ideal", técnicas de pintura e informações corporais... minhas? Aquilo me assusta um pouco, pois era detalhado até de mais. Ela conseguiu decifrar até o sabonete que eu uso, se em 30 minutos de avaliação ela teve tudo isso, imagina em 1 hora... Aquela garota poderia vir a ser útil.

pov s/n

Sinceramente, era a primeira vez que eu não queria voltar pra casa a pé, meu corpo estava cansado, qualquer forçada que eu dava ele estalava. Única coisa que posso fazer é engolir a seco minha dor e ir pra casa. Eu ia caminhando e pensando no quão bom esse rapaz poderia ser meu modelo, as fisionomias físicas dele eram ótimas, a aparência e senso estético também, provavelmente, se eu for atrás dele posso sentir o mínimo de adrenalina que eu estou precisando... Minha vida está tão chata recentemente, eu estou vivendo sozinha, basicamente, isso não é algo que eu goste muito. Minha casa ficava um pouco depois do centro de Shibuya, então ter lugar pra comer e entretenimento barato não faltava. Uns 15 minutos andando, eu chego na porta da minha casa, ela ficava nos fundos de um mercadinho, eu pagava aluguel parcialmente barato pras minhas condições, e o dono era fantástico de incrível.

Tiro meus sapatos, o deixando do lado de fora e entro em minha residência aconchegante, tudo estava como de costume, o abajur rosado no canto esquerdo perto do puff, minha tv encostada na parede, meu colchão e uma cozinha americana meia a boca. Abro meu armário de bens, onde ficam minhas artes, tintas pincéis, cds, mp3, cadernos, minhas roupas e sapatos, no fundo do fundo, tinha uma portinha para as minhas coisas mais valiosas... Coloco minha mochila ali, em sequencia indo ao banheiro e começando a tomar banho.

A água nunca foi tão fria, mas nunca foi tão quente, então eu passava um pouco de calor no verão e um pouco de frio no inverno ao tomar banho. Não se passa muito tempo, não queria gastar tanta água, então me seco e coloco uma roupa confortável, precisava ir atrás da "Dragão" que eu estava a caçar. Pego minha chave chamativa abro a porta e coloco meus sapatos, tranco a porta com apenas um giro e vou atrás da minha presa.

A última pessoa que eu pintei, foi uma garota ruiva que era uma prostituta, ela era bonita pra caralho, mas chata na mesma quantidade, então eu joguei o dinheiro pra ela como um porco e vendi a pornográfia explícita da minha arte pra traficantes que queriam a cabeça dela. O bom de ser uma pessoa independente, é que você sabe com quem mexer ou não, isso sendo, você faz aliados sem confiança. Voltando a situação atual... Eu estava correndo por Shibuya para voltar a estação e ir a escola, mexer nos papéis para encontrar algo sobre o dragãozinho. A falta de sentir meu pincel na tela, tendo uma inspiração em minha frente, a falta do cheiro de tinta acrílica e de tecido se misturando, o cheiro forte de verniz, os olhos de minha inspiração e os meus se entrelaçando como linhas em casacos... Isso sim, era a adrenalina que eu precisava. Perdida nos meus pensamentos, vejo uma pessoa na minha frente, quase esbarrando na mesma, dou uma curva mal feita para o lado, quase caindo, porém sinto mãos quentes e ásperas segurarem meu antebraço, olho para o dono dessas mãos e vejo o tão procurado Dragão.

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