Prólogo

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A vida dança de acordo com o caos... e talvez eu seja este caos.

Nova Orleans estava enfeitada e colorida, mais um festival mundano estava por acontecer esta noite. Logo a cidade estaria totalmente inundada de turistas e dos mais diversos aromas que se pudesse sentir. Alguns dos músicos ensaiavam suas respectivas músicas e outros tocavam em pubs ou na rua. O cheiro de bebida alcoólica pairava sobre o ar, dando o velho toque que esta cidade tinha ou ao menos costumava a ter há eras atrás.

Eu observava o movimento das ruas subirem rapidamente, observava também os olhos das crianças brilharem ao ver algumas pessoas fantasiadas, crianças tolas... não percebem que é mentira? como podem ser tão tolas a esse ponto, mas eu também não as culpo se olhasse bem poderia ver as faíscas de "mágica" no ar. e era isso que os turistas adoravam ver, a magia no ar, coisa que não tinha, talvez se você entrasse em algum beco escuro veria alguma bruxa de verdade, ou apenas um bêbado com sua garrafa de Bourbon barato.

Dei meu ultimo gole em minha dose e observei pela ultima vez a rua que já estava lotada de pessoas, eu sinceramente ignorava o cheiro de sangue que invadia minhas narinas, pareciam estarem deliciosos, mas aquilo não me chamava tão facilmente iria precisar bem muito mais que aquilo para que eu bebesse sangue... talvez seja meu lado que eu gostava de chamar de "puro". Hora veja que ironia, não é mesmo? De um lado: um vampiro, criatura da noite do outro um arcanjo, criatura de luz... veja, não é a mais perfeita ironia?

Adentrei a multidão fantasiada e caminhei em direção ao meu carro, ele não estava tão longe, porém parei subitamente ao sentir um cheiro, aquele cheiro era esplendoroso, eu nunca havia sentido aquilo em todo os meus mil anos... era esplendido, eu tinha que provar aquele sangue, tinha que possui-lo só pra mim...

Abandonei a direção em que caminhava e fui seguindo aquele cheiro em meio a multidão, usei minha velocidade para chegar mais rápido quando parei ao sentir o cheiro se intensificar, varri todo o lugar com os olhos até que parei e o vi sair de uma loja de chá, ali, ali estava a quem pertencia aquele cheiro...

Ela fechava a porta enquanto guardava seu avental surrado em sua mochila, subitamente quis me aproximar, toca-la, talvez até beija-la. Eu só queria sentir aquele aroma de perto. Seu corpo era esguio, mas ainda sim possuía belas curvas, cabelos acima dos ombros com pequenas ondas, olhos azuis cristais assim como os meus, mas os seus... os seus me remetiam a ondas do farol de Saint Helier a que tantas vezes eu sentei e observei por horas até que me sentisse entediado.

Seus lábios eram poucos carnudos e avermelhados, pele esbranquiçada quase transparente. parecia algodão, pela primeira vez em milênios eu estava experimentando uma coisa que eu nunca havia provado, perder o autocontrole. Era estranho, muito estranho...

Meu corpo estava implorando para que eu sentisse seu toque, pensei mais uma vez em me aproximar, mas pensei ser evasivo demais, eu não queria que ela fosse embora, também não queria que ela sentisse medo de mim ou de quem eu era.

Eu estava ali a 10 minutos, mas parecia a eternidade. Eu estava a encarando com as mãos no bolso de meu sobretudo e quando de repente nossos olhares finalmente se encontraram pela primeira vez. De alguma forma eu sentia que podia mergulhar em seus olhos. Sua boca ficou um pouco entre aberta, parecia balbuciar alguma coisa. Sorrir para ela que logo fez o mesmo e em seguida saiu caminhando. A observei sumir na multidão de turistas.

Me desperto com meu celular tocando, Rebekah...

— Rebekah... — atendi e voltei a caminhar em direção ao meu carro.

— Cadê você Henry William? — esbravejou e eu gargalhei baixo — você está atrasado, esqueceu o que tínhamos hoje? — perguntou.

— Não irmã querida, eu não esqueci da sua "noite em família" — frisei bem as palavras "noite em família "

— Vê se aparece logo, o namorado de Hope chega a qualquer instante e você já sabe como é Niklaus! — falou e depois desligou.

Entrei em meu carro e suspirei ainda com os efeitos do pequeno encontro que eu tive minutos atrás. Parecia que o cheiro havia me seguido até dentro de meu carro. Respirei fundo novamente e liguei o carro, mas logo paro em um sinal.  Quando a figura de minutos atrás passou em frente ao meu carro e novamente nossos olhares se encontraram. Tudo parecia estar em câmera lenta, mas logo o sinal abre e eu tenho que pisar fundo.

— *** —

— Finalmente Henry! — Rebekah me abraçou e me guiou até nossa sala no quartel francês. Todos estavam reunidos lá, Freya usava sua magica para fazer mimica. Sorrir com tamanha franqueza de minha irmã.

— Aposto como você está imitando Kal — sorrir enquanto pegava uma das taças que estavam disponíveis em cima da mesa e me sirvo com o vinho que estava ao lado.

— Estraga prazeres! — Freya revirou os olhos pegou minha taça e sentou, gargalho de leve e logo sinto leves cheiradas em minhas pernas, era meu amigo mais fiel e peludo.

— Hei garoto, sentiu minha falta? — me abaixei até nível o que não era muito visto que ele parecia um urso grande e peludo. Kal latiu e balançou seu rabo. Me sento e logo ele pula em meu colo.

— Pulguento insuportável... — Kol resmunga e logo ganha um tapa em sua cabeça. Kal rosna de leve pra ele o assustando, ele que tivesse cuidado. ele era um cão do inferno, sabia se defender muito bem.

— O que estão esperando para começar a diversão em família? — Klaus apareceu com seu famoso sorriso.

— Você e seu sarcasmo, irmão.... — afaguei levemente Kal que agradeceu com pequenas lambidas em minha mão.

— O que seria da vida sem o sarcasmo, irmão? — sorriu e se sentou em uma das poltronas presentes na sala. — onde estar Hope? — perguntou.

— Presumo que esteja chegando... — Freya falou.

— Assim espero...! — Niklaus falou enquanto se servia de um dos vinhos.


M I S T E R - Henry Cavill Onde histórias criam vida. Descubra agora