Don't blame me || Rudy Pankow

Cap. 11

Rudy Pankow

Viajamos em dois carros até Indio, onde seria o Coachella, estávamos todos muito animados

Uma viajem de três horas cantando todas as músicas que tocavam na rádio e fazendo paradas aleatórias em lugares aleatórios do deserto pra conhecer

Vimos até uma cidade fantasma e eu nunca vou assumir pra ninguém que não estava com a gente, que sai correndo

Chegamos no hotel a noite, ficamos em quartos separados, com exceção do nosso casal preferido, é claro

Eu tomei um banho, me troquei e me joguei na cama, já eram quase meia noite, então não faríamos mais nada hoje

Foi passando os canais da TV e o próximo filme que passaria na fox era Gente Grande, e eu amava, então deixei no canal e esperei

Até a porta do meu quarto ser batida, e a essa hora não seria nenhuma camareira, então só podia ser um dos meus amigos

- Oi - Diz Lia assim que abro a porta

- Oi, tá tudo bem?

- Tá, quer dizer, mais ou menos

- Entra, vem - Falo dando passagem pra ela e fechando a porta em seguida - O que aconteceu?

- Acho que eu to tento uma crise de ansiedade, não daquelas que você precisa me abanar e lever pro hospital, mas daquelas do tipo "nossa tô ansiosa pro meu pacote da amazon chegar, mas to com medo de vir errado" - Fala acelerada andando de um lado pro outro e eu tento acompanhar

- Ótima metáfora, mas, o que ta te deixando assim? ou quem?

- Meio que é o que e quem - Fala se sentando na cama e faço o mesmo

- Lia você vai ter que ser mais clara, porque assim eu não consigo ajudar você - Falo e ela suspira - Se for um cara babaca, eu mato ele

- Não tem nada haver com isso - Fala - Se eu te contar, promete não contar pros outros? você tem fama de fofoqueiro Pankow

- Achei um insulto - Falo levantando o dedo e arranco uma risada dela - Isso é meio verdade, mas eu guardo seu segredo

- Promete de dedinho? - Fala esticando o dedo

- De dedinho - Falo a olhando e entrelaçando nossos dedos, dando um beijinho neles ainda juntos que faz ela sorrir

- Depois da entrevista com o Jimmy, o Harry entrou em contato comigo

- Espera, Harry Styles?

- O próprio - Diz e ponho a mão na boca - Então, ele viu que meu sonho era cantar com ele, aí ele disse que adorava minhas músicas e me chamou pra cantar duas músicas com ele amanhã no Coachella, por isso eu fiquei mais duas semana em Nova York pra acertar isso e por isso eu convidei vocês pra virem

Fico de boca aberta uns dez minutos e talvez a ansiedade dela tenha passado pra mim

- Lia, isso é incrível, meu deus, parabéns - Falo a abraçando - Eu to muito, muito feliz por você

- Obrigada - Fala sorrindo largo quando a solto - Mas é por isso que eu to surtando, porque eu vou cantar com o fucking Harry Styles no COACHELLA, eu nunca fiz nada tão grandioso desse jeito, eu to com muito medo de ser um fracasso e dar mais um motivo pras pessoas que me odeiam na internet, tacarem mais pedras em mim

- Você é a fucking Lia Edward, a mulher mais talentosa que eu conheço, a única coisa que pode acontecer naquele palco é você brilhar demais, e é exatamente o que vai acontecer, você vai brilhar, você vai subir lá e ser a melhor artista que você já foi, porque você é a melhor, não tem como você fazer nada errado - Falo segurando suas mãos e ela sorri, respirando fundo e soltando o ar pela boca

- Mas e se eu fizer? e se der errado Rudy?

- Não vai

- E se eu cair?

- Se você cair, eu vou tá em baixo pra te segurar - Falo e ela me abraça

- Obrigada, por me ajudar - Fala ainda me abraçando

- Eu to aqui pra isso - Falo e ela sorri fraco - Okay, vamos ensaiar

- Que?

- A cama é palco, sobe e da seu show - Falo e ela ri

- Ta zoando?

- To não Edward, já pro palco - Falo em voz de comando

- Sim senhor - Diz fazendo reverência e fica em pé no meio da cama - Cadê meu microfone?

- Aqui, o controle - Falo entregando o controle e ela ri

Coloco uma música aleatório já que ela não quis me dizer qual seriam as músicas que os dois cantariam e ela dubla fingindo que o controle era o microfone

Claro que se tratando de nós dois, isso não durou sério nem por um segundo, já que começamos dançar de qualquer jeito, ela em cima da cama e eu no chão

- Olha esse passinho - Fala fazendo uma dança esquisita e dou risada

- Só não é melhor que esse - Falo fazendo um pior ainda

Ela anda um pouquinho pra frente da cama e acaba tropeçando, mas consigo a pegar pela cintura e nossos corpos ficam extremamente colados e seus braços em volta do meu pescoço

- Te peguei - Falo sem me mover um milímetro

- Pegou - Diz ofegante, olhando nos meus olhos

Encaro seus olhos de volta e fico preso neles, dividindo a atenção entre eles e sua boca, o que faz minha respiração pesar e meu coração acelerar pela proximidade, nenhum de nós se movia

Até que a aquela mini distância entre nossos lábios pareciam tortura, então eu a beijo, que é correspondido no mesmo momento

Nossas línguas dançavam juntas, e se conectavam em um beijo quente, nossas cabeças indo de um lado pro outro

Minhas mãos ainda apertando sua cintura e as mãos dela na minha nuca se atreveram a subir até meu cabelo, o que foi bom

Eu não era mais eu, aquele beijo parecia ter me tirado de órbita

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E veio aí!

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