[HISTÓRIA EM ANDAMENTO]
Série: 🚫 AMORES PROIBIDOS 🚫
"CONTRATO INESPERADO: MUITO MAIS DO QUE UM ACORDO!"
Maya Sanchez investiu incansavelmente em forjar uma extraordinária carreira virtual, e hoje, olhando para trás, ela não poderia estar menos...
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MAYA
— Meu carregador, meu carregador, aonde raios eu enfiei o meu carregador?!
Corro freneticamente pelo meu apartamento, revirando gavetas e armários, transformando a sala em algo que parece ter sido vasculhado por policiais em busca de drogas em questão de segundos.
Justo agora, após meu empresário me ligar com uma das melhores notícias da minha vida, meu celular decide dar o fora?
Enquanto procuro desesperadamente o fio, percebo duas coisas que começo a odiar neste exato momento. Primeiro: por que escolhi um apartamento tão grande? Segundo: preciso urgentemente aprender a me organizar!
Não importa o quanto tentem, quantos avisos espalhem pela casa ou quantos organizadores tenha, sempre dou um jeito de fazer sumir as coisas mais importantes.
— Aposto que esse maldito vai aparecer quando eu menos precisar dele! — resmungo, após verificar até mesmo a geladeira. Nunca se sabe, certo?
Bufando, volto para a sala tentando me acalmar — quase impossível — e revisito minhas memórias com o bendito cabo.
— Cheguei de Portugal ontem à noite. Desfiz as malas. — observo a montanha de roupas aos meus pés, que há apenas algumas horas estavam perfeitamente dobradas dentro da minha mala. Continuo forçando minha mente para lembrar quando tirei o fio da bagagem. — Não mexi mais nele... nem o vi desde o hotel!
O desespero toma conta. Diedro deve estar tentando ligar de todas as formas, e tenho certeza que se não estivesse em Portugal, já teria batido à minha porta há tempos.
Se eu demorar mais, posso esperar por um pombo-correio ou sinal de fumaça. Ele pode até estar no próximo voo de volta a Madrid, ou talvez tenha enviado policiais e a força aérea para verificar se estou viva.
Me jogo no sofá, completamente perdida. Sei que é exagero de minha parte, mas vida está nesse aparelho! Trabalho, dinheiro, até meus documentos estão aprisionados ali. Usar o celular para tudo deveria ser proibido por essas razões.
Anoto mentalmente pedir cartões de crédito físicos a Diedro para resolver isso em uma loja quando ocorrer de novo — e sei que vai!
Mas, me conhecendo muito bem, esquecerei disso em minutos, então levanto do sofá e vou ao meu quarto para anotar num papel.
Meu quarto não está muito diferente da sala, apenas alguns graus abaixo de destruição. Pego um bloquinho de post-it e rabisco o aviso, colando-o em um enorme mural à frente da minha escrivaninha, cheia de produtos para divulgação e brindes.
Inicialmente, a ideia de se tornar uma influencer, de trabalhar com a internet, parecia ser apenas um sonho distante, alcançado apenas pelos mais afortunados que conquistavam a "glória máxima".
Entretanto, dois anos após abandonar a faculdade de Direito, causando completo desespero aos meus pais, e me lançar de cabeça nesse universo, foi quando percebi que nada neste mundo é conquistado sem esforço. Não importa a lei da atração que você pratique, sem esforço e dedicação, nada vai cair no seu colo.
Agora, parece que as coisas finalmente estão se encaminhando. E se a notícia de Diedro antes do meu celular desligar for verdade, minha carreira como influencer atingirá níveis cósmicos.
Sento na cama, com os lençóis ainda bagunçados, e algo chama minha atenção. Sob roupas, produtos de cabelo, e outras tantas bugigangas, uma pequena bolsa preta está escondida.
Conheço essa bolsa. Lembro de pega-la ontem à noite, de levá-la ao banheiro e colocar várias coisas nela. Ontem à noite, coloquei meu celular para carregar no banheiro.
Num salto, pego a bolsa e a abro, quase arrancando o zíper. E lá está ele, enrolado como uma pequena cobrinha branca, meu carregador!
Corro de volta à sala, conecto-o na primeira tomada e, como esperado, Diedro ligou tantas vezes que até mesmo travou o aparelho. Antes mesmo de retornar a ligação, meu telefone vibra e o nome do meu empresário brilha na tela.
Atendo ao primeiro toque:
— AH! FINALMENTE VOCÊ ATENDEU, MAYA! — explode Diedro. — Aonde você se meteu? Já estava ligando pra polícia!
— Tive um pequeno problema com o carregador, não precisa desse escândalo todo!
— Não precisa?! Se algo acontecesse com você antes da maior oportunidade da sua vida, eu jamais te perdoaria!
Mudo logo de assunto para o que realmente importa. Eu sei que Diedro se preocupa comigo, mas seus shows podem esperar.
— É verdade? — pergunto.
— Sim, Maya. A Sports In Series quer fechar um contrato de um ano com você. Salário fixo, hospedagem paga, e moradia em uma das casas da empresa. – fala Diedro, meio cansado, mas feliz. Essa é a oportunidade das nossas vidas. A oportunidade que ele sempre acreditou que eu conseguiria.
E agora estamos aqui, a um contrato do melhor ano da minha vida.
Contendo a vontade de sair correndo e gritando por todo apartamento, foco nos detalhes jurídicos.
— Quando será a reunião para assinar o contrato? — pergunto.
— Sábado de manhã. Você precisa ir à sede em Barcelona. Não se preocupe, estarei com você.
— No dia da festa da Poppy?
Poppy é uma marca que venho acompanhando ao longo dos anos, e é claro que é uma das minhas favoritas.
Recentemente, tive a oportunidade incrível de desfilar para a marca, o que só aumentou meu amor por suas peças. Elas têm esse estilo vitoriano, mas modernizado para o século 21, algo que realmente admiro.
Não vou perder a festa deste sábado de jeito nenhum. Poppy é como uma espécie de figura materna para mim; foi a primeira marca a acreditar no meu trabalho e a primeira a me pagar. E ainda mais estarei fazendo presença VIP na festa.
— Não se preocupe, será rápido. Já avisei que sua presença será necessária em um evento logo depois. Esteja lá na hora certa e assine os papéis, e logo será a nova influencer da Sports In Series.
— Vai levar um tempo para me acostumar com isso. — respondo, sorrindo para o cômodo bagunçado.
— Terá um ano para isso. — fala Diedro, cansado, mas tenho certeza que ele exibe um sorrisinho tímido do outro lado da linha. — Tenho que ir, Maya. Te vejo amanhã em Madrid.
— O.K., boa viagem, Diedro! — ele desliga sem se despedir, sua mania inconveniente que já aceitei.
Deixo meu telefone na cômoda com o sorriso mais feliz e orgulhoso que já tive. Sem dúvida alguma esse é a melhor coisa que me aconteceu.
