Os Quatro Reis

A história que contarei hoje remonta aos tempos de quando nossos reinos eram um só: o grande Reino de Moriáh. Os quatro filhos de Balian, o Grande, governavam cada qual uma região. Cada uma delas tinha suas singularidades, que permanecem até hoje.

Os quatro governantes adotaram estandartes únicos para suas terras, mesmo elas sendo parte de um só reino, e os usavam em batalha. Tomavam isso como uma forma de separar suas tropas nos conflitos. Ao invés de usarem a bandeira de Moriáh - um cálice dourado sobre um fundo negro – o mais velho, governante do Leste, adotou o estandarte de um grifo branco em campo vermelho; o segundo, senhor do Oeste, escolheu o leão dourado sobre um campo alaranjado; o terceiro, no Sudeste, adotou a flor de lis prateada sobre um fundo azul celeste; o último, mestre do Sul, escolheu uma serpente de três cabeças branca sobre um campo preto.

E muitas batalhas lutaram juntos e, triunfantes, dobravam os joelhos inimigos, fazendo o Reino de Moriáh prosperar. A fama dos irmãos alcançou o mundo todo: exímios guerreiros que não temiam batalha alguma.

Mas o tempo passou e o rei partiu. Mesmo que a lei apontasse Balor como o herdeiro legítimo, ele não aceitou governar sobre seus irmãos, visto que tinham lutado juntos por tanto tempo. Em um conselho organizado após o funeral, decidiram dividir as terras, tornando-as independentes entre si.

Então, sob governo de Balor, nasceu o Reino Livre do Oeste. No Leste, no território comandado por Elmor, surgiu o Reino Comprido. Ao Sudeste, Valaroth foi fundado por Valamor. Por último, no Sul, Thaor fundou o Reino das Ilhas, onde hoje conhecemos como Reino Partido. Os países se mantiveram como grandes aliados por muitas gerações, mas a ganância é a maior inimiga do homem. Conflitos começaram a surgir e alianças foram desfeitas.

- Senhor, algum dia nossos reinos voltarão a se unir? – Questionou uma garotinha que ouvia, atenta.

- Isso, pequena, só o tempo nos dirá. Mas, a cada geração, isso parece mais distante. – Respondi.