♟♟
O xadrez é apenas um jogo recreativo na visão de alguns. Um jogo entre dois participantes, jogo de lógica, estratégia, sem sorte e sem favoritos iniciais. Sem previsão. Inesperado. Tudo dependendo de como cada jogador irá utilizar suas peças a seu favor. Dentro do jogo existe uma hierarquia, cada peça tem um sistema de valor relativo que ajuda a analisar o desenvolvimento da partida. Rei, Dama, Bispo, Torre, Cavalo e o peão.
Se você derrubar o peão, está a um paço mais próximo de uma vitória, mas se derrubar o rei, se o colocar em xeque, você pode ter seu mate.
A vida real também funciona dessa forma. Em um regime autoritário, onde temos chefes de estados, ministros, militares, membros do clero e "cuidadões comuns" para o regime ser vencido seria preciso atacar o chefe, tirá-lo, derruba-lo do poder, assim como no xadrez, deixar o topo da hierarquia em cheque. Em um submundo, onde as leis federais não chegam, onde é cada um por si, há sempre uma partida importante acontecendo. Dois jogadores, que manipulam cada peça do jogo a seu favor e que tentam ganhar de qualquer forma.
♟♟
Roma, Itália.
16:00 pm.
Anne sorriu largo ao ver sua amiga de infância a esperando ao lado do carro preto. A garota desceu as escadas do jatinho correndo para o abraço dela.
- Eu não acredito, você está aqui. — Anne abraçou Elizabeth. — E seu cabelo está vermelho!
- Muitas coisas mudaram, Anne. — Elizabeth sorriu fraco. — Que bom que está de volta.
- Eu também estou feliz de voltar, lar doce lar. — Anne se arrepiou ao sentir o vento frio.
- Vamos, seu pai está esperando você em casa.
Anne sorriu.
- Preciso te contar todas as novidades, o povo dos Estados Unidos são loucos. — Anne falava.
- Imagino que sim.
♟♟
Seul, Coreia do Sul.
23:00 pm.
- As negociações com os espanhóis estão sendo mais complicadas que o esperado. — Taehyung comentou.
- Espero que de um jeito nisso. O controle do império vai passar todo para você, Taehyung. — O homem velho, com um terno perfeitamente alinhado, respondeu.
As negociações que aconteciam por baixo do tapete da principal empresa de exportação coreana eram, sem dúvidas, as mais importantes. Os próprios CEOs cuidavam de cada detalhe, com suas próprias mãos, ações e palavras. Acordos sujos. Disputa por poder e dinheiro. A corrupção coreana era talvez uma das mais sujas do mundo, entretanto era tão bem camuflada que sequer haviam suspeitas. KM corporation era quase um orgulho nacional, o velho Kim e seu primogênito estavam sempre estampados nas capas de todos os jornais e revistas por conseguirem ótimas negociações para a economia da Coréia.
- Se tivesse pensado direito nada disso estaria acontecendo. — Jimin declarou e Taehyung o fuzilou com os olhos. — Você sabe que é verdade, não é? Taehyung pode até ser o melhor pra comandar uma empresa, mas não para negociações.
O velhos bufou e olhou duro para Taehyung, que apertava seu punho, sentindo o sangue ferver.
- Eu tenho outros planos pra você, Jimin.— O velho declarou e os três ali o olharam. — Tenho plano para vocês dois. — Apontou para Taehyung e Jimin.
