Sweetie

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Essa one foi escrita exclusivamente para comemorar o aniversário da maior que temos:

Docinho, obrigada por existir. Você é uma das pessoas mais incríveis que tive o prazer de conhecer!

Espero que gostem!

Capa feita por Pacolte! Obrigada vida!

Boa leitura!

1 — Sweetie

Draco POV

Eu sempre soube escolher um bom livro.

Sabia passar os dedos por uma prateleira, observar as capas e ler sinopses com a atenção de um gavião, e sempre encontrava algo muito interessante nas minhas análises.

Todas as pessoas, em algum momento, já tiveram vontade de nascer com um dom especial, super poder ou alguma fonte de magia.

Poder voar. Poder fazer dinheiro. Poder encontrar o amor verdadeiro, ou conseguir qualquer coisa que quisesse.

Qualquer criança, algum dia, já pensou em quais desejos faria caso encontrasse uma lâmpada mágica, ou se pudesse ter padrinhos mágicos.

Fomos programados para querer mais. Para querer magia, para querer poder.

Para querer soluções fáceis que nunca viriam.

Diferente das outras pessoas, eu tinha um dom mágico que surgiu há alguns anos, e poderia afirmar com toda segurança do mundo que era uma idiotice, na maior parte do tempo.

Poderia ter nascido com qualquer tipo de coisa especial, que me ajudaria a ser melhor, a ser incrível, a ser lembrado eternamente.

Mas eu apenas nasci com o dom da leitura.

Literalmente dom, e literalmente leitura.

Eu descobri muito fácil quando aconteceu. Não era o tipo de coisa que passava desapercebida, afinal estava ali na palma de minha mão.

Outra vez, literalmente.

Apenas de tocar a capa de qualquer livro, eu conhecia a história inteira. Apenas um toque, mesmo que de segundos, em qualquer livro, fazia automaticamente a história existir em minha mente, e isso era cruel.

É claro que era cruel.

Nem sempre foi assim, entretanto.

Eu costumava ser como qualquer outro garoto que gostava muito de ler. Passava dias enfiado na biblioteca, me deliciando em todo tipo de história, em todo tipo de obra e conto. Devorava avidamente qualquer livro, e me fascinava em milhares de universos.

Mas houve um dia qualquer onde eu peguei um novo livro, com capa bonita, e me sentei para ler, na biblioteca da cidade.

Mal cheguei ao final da primeira página ao me sentir confuso, por reconhecer a história e seus detalhes, e me perguntei quando havia ficado maluco a ponto de não me lembrar do nome de um livro. Eu fazia listas, marcava cada leitura e decorava os nomes e capas. Esquecer era... bizarro.

Então eu procurei outro, e a mesma coisa aconteceu.

Foi apenas depois de tocar o sétimo livro, é que passei a desconfiar.

Então fechei meus olhos, e deixei meus dedos acharem sozinhos qualquer um dos livros na prateleira, e senti imediatamente conhecimento novo e rico em minha mente. Como algo decorado e aprendido.

Apenas com um toque.

No começo, era incrível. Poderia responder e ir bem em todas as provas na escola, apenas de ter um livro para tocar por baixo da mesa, sem precisar estudar ou colar de um jeito que seria pego.

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