Paixonite | itafushi

Borboletas no estômago

Oiii!
Mais uma one-shot Itafushi do desafio de escrita que fazia, dessa vez o tema era paixonite! Espero que gostem <3
(Irá ser postada também no Spirit Fanfics).

Yuji Itadori nunca foi alguém sutil. Essencialmente quando o assunto era sentimentos.

Ele era a definição da frase "viva o momento", sempre que se sentia feliz – o que era bem frequente –, deixava essa felicidade o consumir e viver essa emoção ao máximo que conseguir era seu objetivo. Não era só felicidade, era com todas, tristeza, raiva, tédio tudo. Ele adora sentir suas emoções.

Mas havia um pequeno problema, na verdade pra ele um enorme problema.

Algumas semanas atrás ele e seu melhor amigo Megumi Fushiguro passaram a tarde na varanda de sua casa vendo a cor alaranjada do céu com o entardecer. Yuji era falador, tagarela que só', mas naquele dia ele não tinha feito um pio. O que era estranho. Muito estranho.

Fushiguro era um apreciador do silêncio, mas do silêncio vindo de Itadori era novidade. Gostava de ouvir o menino falando, e céus ele falava até pelos cotovelos, mas ainda sim gostava. Era estranho o silêncio de sua parte, mas resolveu aproveitar o momento de sossego com sua presença, mesmo sem conversarem de fato.

Mas na verdade o silêncio por fora de Itadori não era mais nada do que pânico por dentro. O garoto estava grintando eternamente! Um sentimento confuso e novo tomava conta de seu ser e tudo isso aconteceu após Megumi tocar em sua mão quando lhe deu um copo de suco.

Era estranho? É claro que sim!

Mas seu desespero era plausível, afinal, seu corpo reagiu com um formigamento onde o moreno o tocou, e como um choque atravessou todo seu corpo.
Percebeu que sempre suava frio quando o garoto aparecia em sua casa com um livro em suas mãos, e travava quando ele se aproximava muito. Ou quando ele sorria que fazia seu coração acelerar e sentia sua barriga mexer, meu Deus! Ele estava tendo um infarto era a única explicação!

Seus olhos se arregalaram com a possibilidade, não era possível! Era muito jovem e acabou de completar quinze anos, não podia morrer tão jovem! Ele tinha prometido a Nobara que iria ao shopping com ela semana que vem, se morresse antes disso ela iria o buscar onde quer que ele vá após a morte.

Céus. Malditas borboletas no estômago. Iria vomitar todas elas quando Fushiguro for embora!

Meu Deus o que Megumi iria pensar?

— Itadori você tá bem?

— Que? – Se virou bruscamente para o moreno que já fazia tempo que o observava fazendo caras e bocas, algumas um tanto preocupantes. Os olhos verdes o olhavam como olhavam para os livros que lia, tentando absorver cada informação.

— Você tá estranho. Quer dizer, você anda estranho comigo.

— Não sei do que você tá falando.

— Sabe, não é normal você ver uma pessoa e sair correndo.

Vermelho de vergonha, Itadori desviou o olhar. Porque Deus? Havia esquecido que tinha corrido de Megumi na escola quando ele o chamou. Nem ao menos olhou para trás enquanto corria, deixando Megumi plantado no chão sem entender.

— Você tá bem? Sabe que pode falar comigo sobre qualquer coisa.

Yuji o olhou novamente, os olhos preocupados do amigo fez com que ele se sentisse culpado. Afinal raramente Megumi se mostrava preocupado com algo, principalmente com alguém.

— Qualquer coisa – reforçou.

Inquieto mexendo os pés descalços, chutando as pequenas pedrinhas da varanda onde estavam sentados, Itadori não sabia o que fazer. Seu sentimento por Megumi é algo sério? Ou só é algo momentâneo. Será que o Fushiguro iria continuar sendo o mesmo com ele após saber o que sentia? Ou iria ficar com raiva, e deixar Yuji. Não! Isso não podia acontecer, mesmo levando um fora, Itadori ainda quer manter laços com o moreno, ele não se importa de serem só amigos. Megumi é muito importante.

Certo! Não irá se declarar! Não importa o que aconteça não pode deixar Megumi Fushiguro ir embora! Nem se-

— Eu gosto de você.

— Ein? – Yuji o olhou. Seu rosto estava um pouco corado mas ainda sim sua calma era transparente.

— Eu gosto de você Itadori. Mais do que amigos... – Itadori sabia muito bem que não era mentira, Megumi não mentia, mas talvez uma alucinação?

— Não quero que nossa amizade mude por isso – murmurou – espero que você esqueça que eu falei o mais rápido o possível, mas, não podia mais deixar isso preso.

— Fushiguro eu-

— Eu sei, eu sei! Eu sou burro né?! Se quiser não ser mais meu amigo eu entendo! Mas saiba que-

— Megumi! – o cortou – Eu gosto de você! Eu também gosto de você.

Os olhos esverdeados se arregalaram. Fushiguro demorou um pouco para processar, mas um sorriso pequeno e novo surgiu em seus lábios. Não se conteve e abraçou Itadori com força e carinho, o outro fez o mesmo.

— Eu tava preocupado idiota.

— Foi mal.

— Merda! Eu realmente gosto de você!