Era quase meio dia, meus pés batinham freneticamente ao chão, uma ansiedade incontrolável e eu queria ficar calmo, mas o único desfecho era milhares de tentativas falhas para me manter calmo. Ao ver você se aproximar minhas mãos começaram a soar, comecei a procurar outros lugares para olhar, até por que não queria que você notasse meu nervosismo. Não pude deixar de te receber com um sorriso suave e gentil, você afinal havia feito isso. Ao se sentar do meu lado um suspiro foi soltado por seus lábios, eu já sabia até aonde aquilo iria nos levar, mas mesmo assim persisti, tolice? Talvez, mas aprendi a tentar mesmo que isso resulte em corações partidos. Eu queria começar a falar, mas o nervosismo era tanto que nenhuma palavra se quer saia da minha boca, e só dos meus pensamentos viajarem entre as milhares de coisas que eu podia dizer meus olhos se enchiam de lágrimas. Tentei disfarçar a tristeza, coloquei um sorriso e olhei na sua direção, deixei que por uma última vez seu rosto me deixasse com uma sensação de conforto, me permiti por uma última vez me sentir totalmente entregue ao seu olhar, deixei com que por míseros 5 segundos meu cérebro acreditasse que eu ainda era seu. Eu pensei, pensei mesmo em levantar daquele banco e apenas ir embora, mas eu não podia, mesmo que parte de mim quisesse te odiar, isso não anularia o meu amor, então eu tomei coragem pra ficar, antes de eu soltar alguma palavra nossos momentos vieram como vastas memórias, cada parte do nosso pequeno infinito parecia viva, lembrei do primeiro dia, do primeiro beijo, do primeiro eu te amo, da primeira discussão e lembrei de quando você escolheu partir. Então olhei novamente pra você e com um nó na garganta sussurei:
-Oi.
