Zoro sempre foi sozinho. Desde o momento em que nasceu até quando deixou o dojo em que cresceu.
Ele não se lembra de sua mãe ou pai, e para ele não faz diferença. Se eles não se importaram de estar lá, ele também não perderia tempo perguntando ou pensando neles.
A primeira e única vez que ele perguntou a alguém sobre isso, a única coisa que ele recebeu foi uma senhora que ele não se lembrava muito o nome ou rosto lhe dizendo que sua mãe deveria ser apenas uma prostituta qualquer e seu pai mais um de seus clientes.
Na época, ele não entendeu, hoje ele entende, mas não se importa, nunca importou pra ele.
Uma de suas lembranças mais antigas é a primeira vez que viu seu mestre. Um homem calmo por fora, mas com muita força por dentro.
Quando o homem falava com ele, Zoro pensou que ele fosse apenas mais um homem qualquer de sua aldeia, um dos fracos, já que a idade logo lhe alcançaria.
Depois que o viu lutar com uma espada, Zoro soube que era o homem mais forte que ele conhecia. Zoro se viu sonhando. Querendo ser como aquele homem. Imperturbável por fora, mas forte por dentro.
Pouco tempo depois, ele entendeu que ser forte não seria suficiente, ele queria ser o melhor. Disso surgiu seu sonho, ser o melhor espadachim do mundo. Zoro pediu-lhe para que pudesse treinar. O homem, com toda gentileza de seu coração lhe deu um lugar em seu dojo.
Zoro se lembra de como no começo, ele tentou pegar todas as espadas que conseguia, nunca deu certo, e seu mestre explicou-lhe calmamente que deveria aprender primeiro a usar pelo menos uma. Ele se lembra de ser arrogante sobre isso, dizendo que poderia derrotar todos eles com aquelas espadas. Hoje, ele sente vergonha de ter dito isso, porque pouco tempo depois ele foi derrotado.
Com isso, ele entendeu a importância do treino e o preço da arrogância. Ele sabe, que se estivesse lutando de verdade, estaria morto. Ele entende que baseou a arrogância no ego, e percebe que só poderá ser arrogante quando tiver força para apoiar isso, quando for o melhor.
Com isso aprendido, ele treina, e treina e treina e treina. Ele treina até a exaustão. Suas únicas pausas são para necessidades básicas, mas apenas isso.
Ele treina e logo está mais forte.
Ele viu em vários momentos seus colegas treinarem nas cachoeiras para controlar e aprender a lidar com suas emoções. Ele não entendia, porque pra ele era simples, ele aceitava as coisas que sentia e sabia lidar com isso, ele era quem era, e sentia o que sentia. Ele gosta ou não gosta, este é Zoro. E não importa o que, Zoro sempre seria Zoro.
Ele não precisa lidar com a falta de pais, porque não se importa, ele já tem amigos e um mestre, ele não precisa de mais do que isso.
Ele sabe que é forte ou se não for apenas precisa treinar mais, o que não lhe deixa ser inseguro. Zoro não é inseguro. Insegurança nasce de você não saber quem é e o que quer, nasce de você não acreditar que pode ou vai ter o que quer.
Zoro não é assim, ele sabe que quer e vai ser o melhor espadachim do mundo. Ele sabe que é Zoro, um garoto que trabalha duro, que luta por si e que se faz merecer cada coisa que recebeu. Ele sabe que é Zoro que gosta de dormir, que gosta de treinar, que nunca vai deixar seu sonho para trás e que sempre vai lutar pelo que acredita. Ele não tem tempo para fraquezas, como insegurança.
Ele se lembra do dia que derrotou o último adulto que restava no dojo. Nesse dia, ele achou que podia apoiar arrogância em sua força, por isso, desafiou seu mestre para um duelo.
O orgulho e arrogância foram as razões para vários de seus aprendizados neste caso não foi diferente.
Acaba que o colocaram para lutar contra a filha de seu mestre, uma garota chamada Kuina. Ele achou que ela era fraca.
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De um começo digno
FanfictionUma leve instropecção sobre o Zoro. Pode ser lido como platônico ou romântico.