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Hyujin apagou. Uma lágrima salgada escorre pelo meu rosto e para no canto da minha boca, no momento, a tristeza é tanta que eu nem sei descrever o quão profundo está o vazio no meu coração

Cada vez que olho para aquele rosto pálido e lábios roxo por ter morrido aos poucos, eu lembro das vezes que estávamos juntos... Eu estava tão feliz. Agora eu nunca mais vou ouvir sua voz pelos corredores e nem sua insistência em me levar pra almoçar

Jungkook vem diante de mim com um copo de leite em temperatura ambiente, eu não tinha notado que ele tinha ido até cozinha estava perdida olhando para o corpo de Hyujin

- por que eu tenho que beber?

- vai te fazer bem. Por favor, beba

- eu não quero nada, Jungkook

- Min-he -o mesmo se abaixa a minha altura- eu só quero cuidar de você

Concordei em tomar mas minhas mãos estavam tremendo tanto que eu não conseguia segurar o copo, então ele me ajudou a beber. Dois minutos depois eu sinto um sono surreal, tudo gira e as coisas ficam em câmera lenta

Eu não acredito que...

Olho para o mesmo que me encarava sério, ele não esboçou nenhuma tipo de reação diante do meu mal estar, então está mais do que claro ele me dopou

- seu miserável...

Dia seguinte

Acordei com um susto depois do pesadelo que tive noite passada, ainda deitada, meu olhos olham ao redor reconhecendo que o lugar em que estou não é mais o porão e sim o quarto de Jungkook. Me sentei na cama com uma enxaqueca chata, percebo que na manga do casaco que foi colocado em meu corpo havia uma gota de sangue... Hyujin!

Desço as escadas correndo e vou até o porão mas não havia nada lá, é como se nunca tivesse acontecido.
Ouço Jungkook descer as escadas com as mãos nos bolsos, ele não diz uma palavra na minha presença, apenas suspira e me olha. Ele logo é recebido por mim com um tapa em seu rosto, ele nada faz, ele sabe que mereceu

- cadê? Cadê o corpo dele?

- ah... Eu dei um jeito junto com o Nam, não vou te contar os detalhes... Eu realmente não pude deixar ele vivo

- desgraçado! -grito enquanto socava seu peito- você não tem coração? Mata tudo que se move! Você é um monstro, UM MONSTRO!

Eu desmoronei, sinto minhas pernas ficando fracas não aguentei muito tempo até que meu joelho se choca com o chão. Jungkook estava me abraçando forte, eu me debatia mas era inútil, fiquei cansada e me rendi eu realmente estava precisando de um abraço não me importa de quem seja.

- me desculpa

- essa palavra já não tem mais nenhum efeito pra você

- ele mereceu... Ele se tornou uma ameaça para nós

- você não acredita em mim. Eu não confio mais em você

- o que? Do que está falando?

- que você não vai mudar e eu não posso continuar vivendo assim! Eu não sei nada sobre você, mas você sabe muito sobre mim, eu já entendi que eu eu como na sua mão. Mas por quê matar ele?

- eu não quero falar sobre isso agora

- por favor, eu preciso de pelo menos uma resposta. Você não acha que eu mereço?

Saí de seus braços e me sentei no chão, com a respiração pesada e nitidamente tenso ele abre a boca para me contar alguma coisa

História on

Quando eu tinha onze anos, meu pai levou para dentro de casa com ma prostituta chamada Lauren. Ela era estrangeira e tinha o cabelo loiro, roupas muito curtas e justas, um batom vermelho e maquiagem pesada. Meu pai disse que ela estava lá para me tornar um homem

Ele me fez tirar todas as minhas roupas e a moça também, ela fez oque queria comigo e depois meu pai me obrigou a transar com ela como um homem deveria fazer. Eu não tinha nenhuma experiência nisso eu era uma criança, então ele me empurrou, arriou suas calças e disse "vou te ensinar como se faz" e começou a transar com ela... Na minha frente. Eu chorava, pedia para ele parar mas ele não me ouvia e me ordenava ficar olhando para aprender como se faz, se eu não olhasse, ele parava, vinha até mim e socava o meu rosto

Ela voltou lá em casa umas duas vezes e eu nunca fazia certo, mas acho que no fundo ele gostava de trair a mamãe. Meu pai me mandou para uma escola religiosa, ele achava que eu era gay, mas lá... Os supervisores abusaram de mim em todos os sentidos e ainda disseram "não sei do que está reclamando, sei que você gosta".

Eu estava farto desse nojento me usando então eu decidi me defender, comecei a me debater até ele sair de mim e quando ele saiu, corri e peguei uma tesoura, enfiei na perna dele e corri para fora.

Saí sem minha calça mas eu não me importava, eu corri pra casa desesperado e chorando contando tudo por meu pai e tudo que ele fez foi me dar uma surra e chamar aquela vadia novamente. Ele ficava assistindo o filho dele ser forçado a algo que ele não queria

- pai, eu não quero fazer isso

- você é um homem, homens transam com vadias assim o tempo todo e não morrem

- mas eu não quero! Não sou homem como o senhor

O mesmo me deu um soco tão forte que quebrou meu nariz

- você é um bastardo!

A partir desse dia eu não admito ouvir esse nome, toda vez que eu falhava em algo ele me batia e me chamava de bastardo, cresci com medo, machucado... Com raiva

História off

- eu sinto muito

- minhas costas são marcadas por causa do chicote que ele usava para me bater, eu não conseguia me defender era um gigante contra um garoto magrelo de onze anos... Passei toda minha infância e adolescência assim

- e sua mãe?

- minha mãe? Ele a matou de decepção. Vivia chegando bêbado, drogado, fedendo a álcool e agredia ela, até que um dia ele a matou... no meu aniversário.

- não é culpa sua, Kook

- as vezes eu acho que sim. Se eu não fosse tão medroso talvez ela ainda estaria viva

- você não podia fazer nada... Você é a vítima aqui e não ele, tenho certeza que sua mãe entendeu você por nunca ter feito nada, você era uma criança

Noto uma lágrima brotando de seus olhos, ele rapidamente as seca mas não consegue manter a emoção e começa a chorar, o abracei trazendo consolo, ele chorava feito criança, talvez seja por carregar tamanha dor em seu peito durante anos e nunca ter posto pra fora. Não é atoa esse comportamento

Quando acabou de chorar, secou seu rosto e deu um sorriso

- obrigado por me ouvir

- sempre que precisar...

- eu não sou gay, ok?

- eu sei -solto pequenos risos- está tudo bem

Uma semana depois

As coisas andam meio silenciosas e eu tô amando isso. Jungkook não tem matado ninguém, ele apenas trabalha e resolve os problemas enquanto eu fico em paz aqui

Nem parece que estou sendo refém dele.

Estávamos em casa, estava terminando de fazer minha vitamina quando sinto alguém fazer cosquinhas atrás de mim, me viro vendo Jungkook rindo ele sabe que odeio cosquinhas.

- sabe que eu não gosto disso

- mas você sempre ri

- é, mas mesmo assim não gosto

Nossos olhares se aprofundaram, quando percebi eu estava encurralada no balcão e Jungkook estava muito perto de mim.
Coloco a mão contra seu peito e o afasto de mim, volto a fazer oque eu estava fazendo ignorando o clima que por segundos se formou

- você... Não me perdoou, né?

Eu deveria? Eu não sei não

Midnigth [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora