~ chapter one ~

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- Sim, tia, estou dentro do táxi.

- Tome cuidado e não esqueça de avisar ao seu tio quando você chegar

- Tudo bem, avisarei.

Assim encerro a ligação de quase meia hora. Cheguei em Seul não tem mais de uma hora, agora me encontro dentro do táxi indo para a casa de meus tios.

As vezes é difícil não conseguir enxergar. Não poder ver o rosto das pessoas que eu converso. Não poder me olhar no espelho para ver se minhas roupas estão boas o bastante, se estão rasgadas, se meu cabelo está em um bom comprimento. Desde que eu perdi tudo o que eu tinha, foi ficando cada vez mais difícil ser forte; ainda mais quando eu não tenho um amigo sequer no qual eu posso contar.

Abro a janela do carro e sinto a brisa suave e gélida no meu rosto. Ouço vários veículos e sons que não consigo identificar. Quando estou em Seul tenho sempre a sensação de que alguma novidade está por vim.

Minutos depois sinto o carro parando e sendo desligado.

- Chegamos ao seu destino senhor. – disse o taxista.

- Muito obrigado. – respondi.

Logo em seguida saí do carro pegando minha bengala sentindo uma mão em meu braço, era muita gentileza do taxista me ajudar á chegar até a porta da casa. Andamos até a entrada da casa e, então ouvi o barulho da campainha sendo acionada.

- Muito obrigado novamente. – respondi fazendo uma breve reverência em forma de agradecimento.

- Sem problemas senhor, tenha um bom dia. – respondeu indo embora.

Segundos depois a porta é aberta e imagino que seja meu tio, já que minha tia avisou-me que chegaria mais tarde hoje.

- Jimin! Que felicidade vê-lo aqui. – meu tio me abraçou apertado.

- Oi, tio. Também fico feliz em estar aqui. – digo me livrando de seu caloroso abraço.

- Vamos lá, entre por favor.

Assim fiz. Logo que entrei, percebi que a casa estava com aquele mesmo cheiro de sempre, era como lavanda.

- Me dê suas malas, vou levar lá para cima.  – então entreguei minha única mala de mão. – só essa? – perguntou em um tom confuso.

- Não tenho muitas roupas. – ouvi um “hm” vindo do meu tio antes de subirmos.

--

O resto da tarde foi bem tranquilo. Ajudei meu tio em algumas coisas no quintal enquanto conversávamos. Ele me contava diversas coisas sobre meus pais, coisas que nem eu sabia. Fiquei feliz por saber que meus pais viveram a vida muito bem. Eles eram boas pessoas.

Terminei meu banho e tentei achar meu celular, mas sem sucesso. Precisava dele para usar o aplicativo que me ajudava a saber qual roupa estava vestindo. Como não achei, resolvi colocar qualquer roupa da minha mala e descer para procura-lo.

Peguei o que parecia ser uma calça de moletom e uma regata. Logo depois que vesti, desci até a sala para, novamente tentar achar meu celular.

- Tio! – chamei pelo mais velho, porém sem respostas.

- Jimin? – escuto uma voz feminina atrás de mim. – Que saudades que eu senti do meu sobrinho. – senti os braços de minha tia me rodearem.

- Oh, tia. Não sabia que já havia chegado. – disse se afastando do abraço.

- Na verdade, cheguei agora.

- Fico feliz em poder vê-la depois de tanto tempo.

- Eu também, meu sobrinho. Está tudo bem?

- Está, sim. Eu só queria saber onde... – fui cortado pelo meu tio entrando eufórico no cômodo em que estávamos.

- Tenho uma ótima notícia. A empresa em que eu trabalho me mandou um convite de uma confraternização. Pelo visto não será nada muito privado, então acho que não tem problema em levar vocês. Afinal, será ótimo o Jimin conhecer meu lugar de trabalho.

 - Oh, isso é incrível! – Minha tia se animou com a ideia, mas eu, particularmente não curto festas nem lugares com muitas pessoas.

 
- Não sei se eu gostaria de ir.

- Vamos Jimin. Pode conhecer meu colegas de trabalho. – meu tio disse me dando uns tapinhas no ombro esquerdo.

- Uau, que divertido. – respondi irônico, mas sem muita animação.

Não queria deixá-los tristes, então preferi não rebater, ou continuar com a ideia de não ir nessa tal "confraternização".
 

Eu não sou o tipo de pessoa que gosta de ir para festas, ou para lugares com muita gente. Não que eu seja antisocial, mas eu realmente não me sinto confortável em lugares assim.
Também se deve muito à minha insegurança. Depois que eu perdi a visão, eu passei a me importar muito com o que os outros pensam de mim. Eu sempre fui inseguro, porém o fato de eu não ter mais a minha visão, me entristece e faz com que eu fique mais inseguro, e, principalmente me sinta pequeno em lugares com muita gente.


**

Olá! Confesso que fiquei com muito medo no início, medo de flopar, ou eu acabar desanimando igual aconteceu com minhas outras histórias. Porém, dessa vez eu sinto que será diferente, pois eu tive o apoio de muitas pessoas.
Quero agradecer à todos que me ajudaram e me apoiaram. Aos meus amigos. Minha professora de português que me ajudou muito em como melhorar minha escrita e deixar a história mais confortável para ler. E por último, mas não menos importante, a wondercosmic, que fez essa capa incrível para minha fanfic, muito obrigada!!

Enfim, é isso. Espero que gostem e que eu consiga atingir minhas metas esperadas para essa história.

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Your eyes tell - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora