Your eyes tell - Jikook

~ chapter three ~

Eu estava na janela de meu quarto quando de repente minha tia abre a porta.

— Querido, o jantar está na mesa, você vem?  

— Ah, claro. Estou indo. — assim que me virei para andar até a porta tropecei em algo que parecia ser um sapato. Logo senti meu corpo se chocar com o chão frio e uma dor intensa no meu pulso.

— JIMIN! — minha tia vem correndo em minha direção e se agacha para tentar me ajudar. — Meu Deus, você está bem?

— Não, acho que torci o pulso. — falei com dificuldades por conta das dores.

— Oh, deixe-me ver. — minha tia tentou pegar em meu pulso, mas assim que tentou levá-los até ela, a dor se intensificou. Por impulso, recolhi o pulso para mim.

— Teremos que ir ao médico.

— O que está acontecendo? — meu tio entra no quarto curioso.

— Jimin torceu o pulso, vamos ter que ir para o hospital. — Minha tia fala e em seguida se levanta — me ajude a levanta-lo.

Sem demorar muito meu tio veio até nós e me levantou com a ajuda de minha tia.

--

— Vai ficar engessado por quanto tempo? — perguntei para o imobilizador ortopédico que engessava meu braço.

— Mais ou menos duas semanas.

— Foi algo grave? — minha tia perguntou.

— Não muito, só precisa cuidar direitinho. — respondeu, e parou de mexer em meu pulso. — terminei.

— Graças a Deus, muito obrigada doutor. — minha tia agradeceu e veio até mim. 

— Muito obrigado. — agradeci.

Saímos da sala e voltamos para a recepção.

— Você está bem? — meu tio perguntou assim que chegou até nós dois.

— Sim, só vou precisar ficar com o gesso por um tempinho.

— podemos ir? — Minha tia perguntou.

— Podemos.

--

Assim que cheguei em casa, coloquei um plástico em minha mão engessada e fui tomar um banho. Passei mais de uma hora na banheira.
Assim que saí, me senti agoniado resolvi descer até a sala para ver se meu tio ou minha tia estavam lá. Fui cauteloso na escada para que eu não caísse novamente. Como não encontrei ninguém, decidi subi de volta.

Enquanto estou no corredor do segundo andar indo em direção ao meu quarto, ouço as vozes dos meus tios vindo na direção do quarto deles.

— O que você queria que eu fizesse, Marc? Que deixasse meu sobrinho com o pulso torcido só porque você se recusa a pagar o hospital?

— Não seja infantil, Soohyun! Você sabe que se eu tivesse dinheiro eu pagaria sem reclamar, mas eu não tenho o suficiente! Já olhou nossa geladeira? Nossa despensa? Nosso carro precisando de manutenção? Meu salário não cobre todas as nossas necessidades!

— Mas a saúde do meu sobrinho também é uma necessidade!

— Não estou dizendo que não é, mas não era algo que eu queria ter que gastar!

— Está dizendo que o MEU sobrinho é um peso?

— Não exatamente, Soohyun. Estou dizendo que é uma soma nas despesas. Não quero ser cruel, mas ele é um homem adulto, e por mais que ele tenha dificuldade de arranjar um emprego, ele não ajuda em nada aqui.

— Pare de falar merda! Você concordou em trazê-lo para cá mesmo sabendo de nossa condição financeira!

— Eu amo nosso sobrinho, mas deveríamos ter esperado mais. Ele vivia bem sozinho, então onde está o dinheiro que ele usava?

— VOCÊ É MALUCO, MARC? Você sabe que a herança que minha irmã e meu cunhado deixaram não foi muita coisa. Ele usou como deveria, mas uma hora acabaria.

— Não quero mais discutir com você! Tudo já aconteceu e não podemos voltar ao passado.

Senti meu olhos se encherem d'água a cada frase deles. Agradeço aos meus tios por terem me recebido de tão bom coração, mas eu não queria ser um peso para eles. Não queria dar mais gastos, e muito menos fazer com que ele brigassem. Eu odeio minha cegueira. Odeio não ter dinheiro para pagar uma cirurgia. Odeio o cara bêbado que bateu em nosso carro naquele dia, fazendo com que toda a minha família morresse diante de meus olhos.

Voltei para o quarto e me aconcheguei no lençol e no travesseiro, me permiti chorar um pouco até pegar no sono.