Cannon é um homem de poucos amigos, sua lista de favoritos está limitada a poucas pessoas. Seu coração então? Uma jogada difícil de ganhar, até mesmo para Camille Beckett e sua autoconfiança inabalável. Um relacionamento conturbado, vivido de autos...
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Observo cada volta dada pela Ananda no gelo, ela está treinando todo os dias horas a fio sozinha, a arena está completamente vazia e tirando a Roxie, o coreografo e eu, não tem mais ninguém aqui. Ela tem estado melhor, sua apresentação está quase completa e na minha opinião perfeita. Ananda ainda alterna um movimento aqui ou ali, dificulta um pouco porque acredita que pode melhorar e ninguém contesta, não depois do que aconteceu.
A música está tocando tão alto que quase não consigo ouvir o toque do meu celular, saio da arena para atender do lado de fora e o número no visor é desconhecido. Franzo o cenho atendendo de qualquer maneira, pode ser que seja importante principalmente porque no mesmo segundo que o celular para de chamar volta logo em seguida.
- Alô – Atendo desconfiado, poucas pessoas têm meu número de contato pessoal.
- Cannon! – A voz abafada do meu irmão ressoa no meu ouvido seguida de uma trilha de outras ao fundo.
- Giovanni? – Pergunto tentando separar a sua voz das demais – porque está me ligando de um número restrito? Que zoeira toda é essa?
- É o aeroporto, estou em St. Louis. – Responde um pouco mais alto.
Leva um segundo para entender e assimilar o que ele está me dizendo. Meu irmão está no Missouri, em St. Louis para ser mais exato.
- Está me dizendo que está aqui, aqui? – Pergunto só para confirmar, faz seis anos que não vejo o meu irmão. Isso desde que ele embarcou na ideia maluca e generosa da sua namorada em virar um médico do corpo da paz.
- Isso, aqui – Responde, agora consigo ouvi-lo melhor – Voaria direito para Seattle, mas quando liguei a mãe disse que você estava na Louisiana tirando umas férias então pensei porque não, passo aí e de quebra ainda consigo ver o Dylan.
- Uau – Resmungo atordoado, ainda não acredito nisso – Faz seis anos irmão...
- Eu sei, estou faminto e morto de saudades. Cara tem tanta coisa que quero te contar, onde você está agora? – Pergunta.
- Eu também tenho irmão, estou na fazenda com a família, bom uma parte dela – Respondo e o Giovanni ri. – Já falou com a Emory?
- Ainda não, vou fazer uma surpresa. Pedi que não contassem nada para ela e você também não vai – Ele diz rindo.
- É claro, consegue alugar um carro ou prefere que vá buscar vocês? – Pergunto nervoso.
- Já resolvi isso, só estou esperando liberar o carro – Responde e ouço seu nome sendo chamado – Estão me chamando, tenho que ir. Nos vemos daqui uma hora – Diz ele.
- Até – Respondo encerrando a chamada – Puta merda! – Resmungo incrédulo olhando para o aparelho sem conseguir acreditar que acabei de falar com o meu irmão e ele está vindo para cá. Dylan precisa saber disso.
