Capítulo único- Os anjos me escutarão.

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"Acho, acho que finalmente encontrei
Um jeito de me perdoar
Pelos erros que cometi no passado
Acho que esse é o primeiro passo, né?
Você concorda?..."

—-Ei, Fuyu...—-Kazutora o abraçava por trás, tentando reconforta-lo.

—-Quero ficar sozinho.—-Disse grosso, evitando o contato com o maior.

—-Se precisar vou estar no meu quarto, tá bom?—-Kazutora disse após acariciar os fios do loiro.

—-Baji-san...—-Chifuyu murmurou baixo, sua voz estava misturada com os gemidos chorosos e disfarçada pelas lágrimas.

Faziam exatos catorze anos da morte de Baji, a realidade que Takemichi havia criado não poderia ser desfeita. Keisuke estava morto.
Mesmo após a dezena de anos Chifuyu não conseguiu seguir em frente ou deixar de lado, assim que a tōman foi desfeita o loiro seguiu se culpando, mesmo que não tivesse sequer um pingo de culpa.

O luto tem várias fases e cada pessoa lida de uma forma, mas a verdade é que o menor não estava nem perto de superar. E como poderia simplesmente esquecer a morte de seu primeiro amor?

Era impossível.

Ali, naquela tarde nublada, Chifuyu queimava um incenso sobre o altar de Baji, que estava encharcado com suas lágrimas doloridas.

Era um futuro perfeito para todos da tōman, não haviam perdas além de Baji. Mitsuya estava casado com Yuzuha, eles possuíam uma agência de modelos e uma marca famosa, Hakkai era um dos modelos mais requisitados do Japão. Os irmãos Kawata abriram um restaurante de massas japonesas, Pah-chin casou-se e tornou-se herdeiro de uma fortuna. Draken formou uma linda família com Emma, que teve duas lindas filhas, extremamente parecidas com o pai. Takemichi e Hina se casaram, Kazutora saiu da prisão e foi recebido por Chifuyu, que lhe empregou em sua agropecuária. Mickey tornou-se sócio de draken, e juntos abriram uma loja de motos.

Era realmente um futuro perfeito para todos, exceto para Matsuno.

Assim que Kazutora foi solto Chifuyu foi buscá-lo e ofereceu trabalho, casa e comida, sem pedir nada em troca. O loiro o ajudava em suas crises, o ensinou a lidar com os animais e pouco apouco criaram uma boa convivência, até mais do que deveriam.

Hanemiya o respeitava mais do que a qualquer um, mas respeito não é a palavra exata pra definir o que ele sentia. O ex presidiário se apaixonou pelo jeito doce de Chifuyu, e nunca fez questão de esconder.

No dia anterior ele havia o pedido em namoro, e foi rejeitado duramente.

Chifuyu o odiava, o repudiava e a cima de tudo o invejava. Ele tinha inveja da consideração que Baji sentia por Kazutora.

Ajoelhado em seu quarto ele se desfazia em seu choro agarrando o último retrato de Baji. Era doloroso.

—-Baji-san... Eu não entendo.—-Ele murmurava para a foto, cuja mal podia ver devido as lágrimas.—-Por que você não está aqui? Eu... Queria que tivesse sido eu!

Chifuyu não estava bem fazia um bom tempo, a depressão, o pânico e ansiedade vinham o consumindo cada vez mais, mas seu sorriso doce e constante camuflava sua dor.

Quando as pessoas se acostumam com um sorriso, elas duvidam das lágrimas.

Ele se sentia sujo por ser amado por Kazutora, sentia estar traindo Baji. Chifuyu só o abrigou e acolheu pois acreditava ser a vontade do antigo capitão, e tudo que fosse a vontade do moreno ele faria de bom grado. O menor achava que com o tempo ele conseguiria suportar a dor de perde-lo.

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⏰ Última atualização: May 08, 2022 ⏰

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