Capítulo I

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    Alabama, Julho de 1998
    - Corram!
    O perigo era eminente. O coração de Alex batia com a velocidade de um trem bala, e ele ainda pensava sobre o que estava acontecendo. Na frente de seus olhos, um homem virou uma cobra de mais de 7 metros.
    Aconteceram coisas esquistas naqueles últimos dois meses, mas nada foi tão assustador quanto aquilo.
    Outra coisa curiosa era que aquele homem, por mais perverso que fosse, era completamente igual ao seu pai... Mas não. Não era possível.
    Ele estava morto. O seu corpo não foi encontrado, mas Alex já tinha se acostumado com a falta de presença paterna. Sua mãe não voltou a se relacionar com nenhum homem, e ele nem se lembraria da imagem de seu pai se não tivesse o retrato que guardou.
    O resto sua mãe ou quebrou ou levou ao lixão. Quando seu pai desapareceu ela quase surtou. Guardou tanta raiva que naquela casa não podia mais se falar o nome dele.
    - Você realmente acha que a gente não ia correr? - debochou Sabrina - Têm a droga de uma cobra gigante correndo atrás da gente!
    Max suspirou.
    - Ei, garota...
    - Sa-bri-na. Ainda não entendeu?
    - É que... Cobras não correm, rastejam! Está vendo patas ali?!
    - Eu vou dar um soco na cara desse muleque se ele não olhar o que ele ta falando!
    - Olha, se você pelo menos falasse algo inteligente...
    - Cala a boca! - disseram Alex e Sabrina, em coro.
     O que eles não perceberam é que eles haviam despistado a cobra. Depois de correr mais um pouco, descansaram.
    Então, rapidamente, Erika abriu o bico:
    - Sinceramente, vocês mal se conheceram e já estão falando juntos! São realmente um ótimo casal.
    - Ah, sua...!
    Esse foi o limite para Alex. Ele conseguiu aguentar sua irmã até ali, mas aquilo era o ponto final. O estresse tomou conta da sua mente e ele fez uma coisa errada.
    Foi até sua irmã e lhe deu uma banda, que fez ela cair aos prantos no chão.
    - Cara, você quer matar a sua irmã? - gritou Max - Se aquele bicho, humano, sei lá, voltar e pegar ela, o que você vai fazer?
    E ao terminar de dar essa baita lição de moral nele, correu para ajudar Erika, mas percebeu algo estranho:
    A serpente, que antes perseguia o grupo, apareceu novamente, mas estava parada, com sua cabeça estendida a muitos metros do chão.
    Daquele jeito, eles conseguiam analisar bem ela. Ela era um tipo de naja misturada com uma cascavel.
    Possuía uma dilatação no pescoço que guardava consigo um desenho, que era semelhante a um rosto mas um pouco (muito) mais macabro.
    Já em sua cauda, tinha um chocalho, que assim que ela balançava, os jovens sabiam que o que vinha não era coisa boa.
    E assim, a tensão só aumentava.
    Mas algo começou a mudar naquela cobra.
    Onde supostamente estaria a laringe do animal, uma cor avermelhada estava tomando conta. Era como se lá dentro estivesse pegando fogo, queimando em brasa.
    - E aí, cobrão? - disse Sabrina à serpente, ironicamente - Ta com dor de garganta, é? Quer um remedinho, uma água com sal, que tal?
    - Ga-Ga-Garota...!
    - Sabrina! Por acaso você tem Alzheimer?
    - Sabrina, garota, isso não faz diferença agora. - cortou-lhes Giovanni, arduamente - Fala logo o que você queria falar!
    - Eu conheço esse bicho. - disse ele.
    - O que??? - gritaram todos.
    - Não pessoalmente, mas sei quem ele é. - logo, o grupo suspirou, aliviado - Ele é Imoogi, uma criatura da mitologia coreana...
    - E o Quico? - retrucou Sabrina.
    - É que... Essa criatura... - gaguejou ele - Solta fogo!
    Então, uma brasa vermelha tão intensa quanto o por do sol saiu da boca de Imoogi.
    Logo Giovannni percebeu que o fogo iria atingir Erika, então, rapidamente, pulou e tirou-lhe da frente do animal, que só conseguiu queimar o chão.
    - O-Obrigada... - falou Erika, pálida.
    - Ao seu dispor. - respondeu Giovanni, rindo, para esconder o medo que estava sentindo - Mas acho que a gente tem que voltar a correr, ou quer virar churrasco?
    Então retornaram a "perseguição". Enquanto estavam correndo, Max ainda tentava se lembrar do que havia estudado sobre aquele monstro.
    E não é que conseguiu? Agora ele estava com a memoria fresca. Ele lembrava o que ou quem era aquilo, e o que ele fez...
    Ele lembrava bem. Muito bem.

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⏰ Última atualização: Jul 30, 2016 ⏰

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