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Kiyoomi acorda com uma tremenda dor de cabeça em uma cama que não tem a menor ideia de quem é o dono, e olhando ao redor, sente que alguém está o abraçando, se virando na cama pra ver quem é tem uma enorme surpresa, quando vê sua paixonite de ensino médio e vida adulta, seu alvo de trocação de farpas diárias: Miya Atsumu. Kiyoomi perde o ar por uns instantes e imagina como foi parar nessa situação.

Enquanto Kiyoomi analisava sua memória até onde se lembrava, algo sobre verdade ou desafio, e alguns flashs de alguém correndo na rua de cueca, Atsumu acorda.

-Bom dia Omi, como se sente? Não estava muito bem ontem.

-Como caralhos eu vim parar aqui?

-Bom, você tava dormindo no chão da casa do Meian, eu tentei levar você pra sua casa mas você não acordou, te trouxe pra minha então. Simples assim.

-Por que estamos na mesma cama? E por que está me abraçando?

-Em minha defesa foi você que pediu. Tá com fome?

Kiyoomi odiava seu eu da noite passada, em sã consciência ele jamais teria feito tudo isso, mas já que estamos no fundo do poço vamos aproveitar.

Antes que pudesse responder que sim, estava com uma puta fome por não ter ingerido nada além de álcool noite passada, seu estômago falou mais alto, seu rosto ficou completamente corado.

Atsumu soltou uma risada, e logo depois acrescentou:

-Espera aqui, eu já volto.

Ele se levanta da cama e sai em direção a cozinha e prepara um café da manhã bem reforçado, apesar de já ser quase hora do almoço. Quinze minutos depois ele volta ao quarto com uma bandeja, com suco de laranja, ovos mexidos e algumas frutas. Os olhos de Sakusa brilham.

-Obrigado mesmo, por tudo.

-Acho que não tem nada que eu não faria por você-Atsumu solta sem pensar, assim que ouve o que diz ele sai do quarto marcando mil e começa a arrumar a própria comida pra ver se arruma um pouco de vergonha na cara, deixando pra trás um Kiyoomi paralisado.

Sakusa termina de comer, e caminha pra onde sua intuição diz ser a cozinha. Chegando ao local, ele vê Atsumu entrando em um corredor, e voltando bem rápido .

-Coloquei suas roupas pra lavar, aqui está seu celular, carteira e chaves.

-Obrigado mais uma vez.

-Não precisa agradecer, de verdade- diz Miya com um sorriso doce no rosto.

Sakusa desvia o olhar da visão dos céus pra não corar tão facilmente, tipo, como uma única pessoa te causa tantas coisas que você enche a cara, entra num jogo de verdade ou desafio, e vai parar na casa dela sem querer, meio que querendo muito?

Com o celular em mãos ele desbloqueia a tela, e uma enchurrada de notificações do grupo do time invade a tela. E porque caralhos tinha um pack de fotos do Bokuto de cabelo rosa no grupo?

Ele começa a ler as mensagens e quase tem um treco, o que eram só flashs em sua memória vão voltando, os meninos que por algum milagre se lembram, vão comentando cada desafio, inclusive o grande desafio proposto por Sakusa. Agora ele se lembra exatamente de desafiar Atsumu a beijá-lo. Ele definitivamente mudaria de nome e compraria passagem só de ida para a Groelândia.

-Hm, Atsumu, você por algum acaso se lembra dos desafios de ontem? .

-Cada um deles.

-Pois é, eu também.

Por um instante tudo parecia estático, até uma notificação chegar, mais uma mensagem no grupo. Era uma matéria, que tinha um título bastante interessante:

"Rumores são verdadeiros? SakuAtsu é real?" e uma foto de capa da matéria com Miya carregando Sakusa nas costas na entrada do prédio.

-Puta. que. pariu.-foi a única coisa que conseguiu dizer enquanto mostrava a matéria para Atsumu.

-Acredita que uma repórter me perguntou ontem sobre isso?

-Pra mim também, eu achei que era uma piada.

-Eu quase fiquei ofendido com esse comentário Omi-kun, mas é, não é piada, parece que temos muitos fãs como casal-disse Atsumu descendo a matéria até a parte dos comentários, com no mínimo 200 comentários, sendo alguns deles:

"EU PRECISO QUE ELES CONFIRMEM LOGO ISSO, TÔ FICANDO SEM IDEIA PRA FANFIC"

"eles parecem muito fofos juntos, espero que seja verdade!"

"eles tem mais química que o meu cabelo!"

"eles podiam parar de fingir que se odeiam sendo que todo mundo sabe que eles se pegam"

-Isso é interessante- disse Miya dando um sorriso malicioso para o dono do celular.

Sakusa rapidamente guarda seu celular e encara Atsumu com um olhar mortal, que ele não consegue sustentar por muito tempo, porque o alarme do celular toca, daqui uma hora teria a última reunião do time antes das férias.

-Eu preciso ir, te vejo na reunião, e mais uma vez obrigado.-diz Kiyoomi um tanto sem jeito, com vontade de ficar um pouco sozinho pra processar literalmente cada detalhe.

-Hm, claro Omi-Omi, te vejo lá...

Atsumu realmente queria que ele ficasse, mas os dois precisavam ir para a reunião em breve. Enfim, prioridades. Assim que Sakusa passa pela porta, ele digita o número de seu gêmeo o mais rápido possível.
Assim que sai do apartamento de Atsumu, Sakusa anda o mais rápido possível enquanto liga para o seu primo para pedir conselhos, e como sempre, Motoya atende bem rápido.

-Toya eu nem te conto....- e ele contou, absolutamente tudo, e não só Motoya ouviu como o uber também prestava atenção em cada detalhe no trajeto até a casa de Sakusa.

Após processar esse podcast ao vivo que acabou de ouvir, Motoya toma a palavra:

-Kiyo, você já é bem grandinho, vocês obviamente se gostam, toma vergonha na cara e chama ele pra sair e conversem claramente, e enfia essa sua vergonha na puta que pariu.

É, parece que depois de alguns anos aguentando cada gay panic de Kiyoomi, ele se cansou. Sakusa sabia que ele estava certo, e pelo menos tentaria. Um dia. Algum momento.
Ao mesmo, tempo em algum lugar essas mesmas palavras se repetiam, a ironia do destino é realmente uma divina comédia.

Dentro de uma hora estavam se encarando, sem ouvir uma palavra dos seus responsáveis, e ignoravam completamente o ambiente ao redor, se não, teriam notado o time inteiro olhando eles com rostos maliciosos.
Ao fim da reunião, o time se juntou novamente em um barzinho, não muito movimentado, dois andares com varanda, um ambiente amadeirado, como uma adega, iluminação indireta e algumas plantas decorativas.

Antes de entrar Atsumu sentiu uma mão o segurando. Ao se virar viu Kiyoomi.

-Eu preciso te falar muitas coisas, peço que me ouça falar tudo e só depois você diz algo, pode ser?

Colocando seu olhar mais convencido no rosto ele aceitou.

Seguiram ambos ao segundo andar, deixando o time inteiro para trás, não como se eles se importassem com isso.
Se escoraram no apoio da varanda, olhando o movimento da rua, e após alguns segundos de silêncio, Sakusa começou a falar.

-Eu gosto de você. Há muito tempo. Eu não gosto de me sentir vulnerável por isso me forçava a parecer te odiar, e eu me arrependo disso, de verdade, e também, minha mente ansiosa só me fazia pensar que era impossível alguém tão incrível como você gostar de mim.- declarou Kiyoomi evitando fazer contato visual.

Atsumu estava em um misto de emoções, um pouco de choque, alegria, uma ansiedade boa, borboletas no estômago e tudo que se tem direito. Ele não conseguia dizer nada, então agiu.

Pegou na mão de Sakusa e com a outra virou seu rosto delicadamente para que o olhasse, fechou seus olhos e se aproximou dele, finalmente o beijando, em um encaixe perfeito. Tudo o que não se conseguiu dizer através de palavras se fez ouvir agora. Após se separarem, Atsumu falou baixinho em seu ouvido:

-Quer ir em um encontro comigo?

-Eu quero.-respondeu-o igualmente baixo.

SakuAtsu-RumoresOnde histórias criam vida. Descubra agora