Autoria : André Fonseca
Edição e correção: Cristiano Barros
Havia um senhor que se chamava Pedro, ele era um comediante das quatro rodas por causa de ser um palhaço de circo. Ele tinha o apelido de “Pedro - o feliz”.
Ele conseguia fazer rir até as pessoas mais aborrecidas, mais tristes e infelizes. Quando ele atuava todos riam, riam e riam.
Mas agora ele tinha recebido 5 propostas de sítios diferentes incluindo o melhor circo português, de Vítor Hugo Cardinal. Ele ficou entusiasmadíssimo com a proposta de tal pessoa.
Mas ele queria ficar com sua família. Ele tinha uma filha de 15 anos, a Rita. Ela era muito simpática, e como o pai muito divertida. Ela nunca perdia um espetáculo do pai, dizia que o pai era o seu ídolo, pois conseguia fazer qualquer pessoa rir.
Ele pediu ao Sr. Vítor Hugo Cardinal se poderia levar a sua família.
-Não, não podes, pois é muita gente num espetáculo. Já viste um espetáculo com mais de 25 atuações? Nem em 24 horas saiamos daqui! – respondeu o Sr. Vítor.
Infelizmente Pedro, o palhaço, não pôde seguir seu sonho de conseguir chegar ao topo, tinha a sua família em primeiro lugar. Ele ficou um pouco triste, pois sua filha disse para ele seguir seu sonho, mas agora mudava de ideias e dizia para não ir, pois a vida dele é perto da sua família.
Pedro disse que ia fazer mais 1 ano de atuações e ia-se reformar, pois ficou triste com a atitude da sua filha.
Quando ele estava no último espetáculo da sua carreira, Rita ficou tão chateada que ate saiu do espetáculo a correr e a chorar, não queria que o pai se reforma-se. Pela ida do caminho, dois homens com muito mau aspeto, chamaram-na para ver se ela se queria “divertir”. Aquela “diversão” chamava-se droga.
Ela sentiu-se tão arrependida do que fez e voltou para casa, quer dizer tentou… pois ao atravessar a estrada, com tanto lanço que um carro que vinha numa rua que tinha como limite de movimento 50Kmh, foi projetada e ficou em coma.
Pedro estava no seu espetáculo, sem saber de nada, a divertir-se extremamente e a fazer o público rir que de repente veio um parente seu, nomeadamente seu irmão, lhe dizer que sua filha estava no hospital em estado crítico, ele ficou triste mas como no espetáculo diz" O espetáculo tem que continuar…The Show Must Go On”, ele continuou, mas não conseguiu. Sabendo que sua filha estava às portas da morte, o que mais queria naquele momento, era poder beijá-la, abraçá-la, fazer com que ela se erguesse de alegria.Ele continuou mas, uma lagrima escorria-lhe pela sua cara colorida e borratava suas pinturas. Eis que Pedro pediu ao público desculpa, retirou-se e foi a correr para o hospital. Viu sua filha agora em estado vegetativo. Ele chorava compulsivamente, pois sua filha poderia morrer.
E foi isso que aconteceu. Infelizmente, 1 dia depois, sua filha foi dada como morta. Pedro, com a dor que sentia em saber que sua filha tão nova, tinha morrido, jurou perante corpo presente nunca mais fazer espetáculos, pois a causa da sua morte foi por causa de não aguentar ver seu pai a abdicar de uma carreira de 5 estrelas, por causa da sua família.Pedro caminhou até sua casa, mas sempre passara por um rio, e foi aí que chorando pegou nas suas pinturas, nos seus fatos, e em tudo o que tinha de seu trabalho, e atirou para o rio, mas não acertou, ficou numa beira cheia de areia, e as ondas provisórias do rio, iam batendo no saco enorme, onde Pedro tinha suas pinturas, seus fatos, onde tinha passado a maior parte do seu sucesso, a sua carreira.
No enterro aconteceu algo caricato, depois de porem a pequena Rita na sepultura, seu pai despedindo-se, agarrou num molho de terra chorando atirou e passou-lhe vários momentos da sua vida, mas este foi o que lhe marcou: quando sua ex-mulher fugiu e deixou sua filha e com ela uma carta e algum dinheiro, dizendo que se ia embora para tentar uma vida melhor e que não podia neste momento de carreira ter uma filha. “Deixo-te algumas moedas para as fraldas e para o leite, e para tudo o que precisares”, era o que dizia a carta que dificultou a vida a Pedro, pois criar uma filha sozinho, não era nada fácil. Também passou-lhe outro pensamento especial : quando sua filha com apenas um dentinho na sua boca brilhante de cor vermelho vivo, proferiu a sua primeira palavra “pai”, que foi um dos momentos mais especiais da vida de Pedro, ou talvez o mais especial.
Quando se despediram todos e caminharam até à entrada, começou a ouvir-se batidas de dentro do caixão.
-ABRAM!ABRAM!ABRAM! A MINHA FILHA ESTÁ VIVA!- disse Pedro, com um ar muito folgante.
Saltando para o buraco fundo, abriu o caixão com todas as suas forças, chorando compulsivamente, mas… teve uma surpresa! O caixão estava todo arranhado por dentro, e sua filha de cor pálida, olhos lacrimejantes agarrou seu pai e choraram juntos durante algum tempo. O palhaço Pedro voltou para sua casa, com Rita, mas havia um senão… a sua ex-companheira também que queria ficar com a sua filha Rita.
-Ganhei muito dinheiro e agora podemos ser uma família outra vez.- disse Liliana, mãe de Rita.
-Depois de tudo que fizeste, abandonaste tua filha e agora queres voltar? Abandonas a tua filha por causa de milhões e depois voltas como se nada tivesse acontecido. Prometo que nunca na tua vida vais ver tocar, ou até cheirar a MINHA filha. – dizia Pedro, muito nervoso com o aparecimento da sua ex-mulher.
-Se abandonei a MINHA filha por causa de dinheiro, foi para lhe dar um futuro melhor, que tu nunca poderás dar vestido de palhaço.
- Se fosses mulherzinha suficiente, não abandonavas a tua filha e deixavas a tua carreira, era o que eu ia fazer se nada disto tivesse acontecido! – dizia Pedro, já muito irritado com a atitude da sua ex-companheira.
Liliana chorou de arrependimento, pois sabia que nunca devia ter feito aquilo. E Rita estava lá no meio, ainda um pouco fraca a olhar para eles os dois, e a pensar que seria tão fácil se o seu pai perdoasse a sua mãe, mas também sabia que era difícil de perdoar um erro daqueles.
Passado um ano, Liliana voltou a casa de Pedro e tentou conversar com ele, Pedro como estava com as ideias mais frescas depois de um ano, aceitou o “debate”. Resolveram seus desaguisados, e voltaram, mas desta vez como amigos. Aceitaram viver os três juntos, mas em camas separadas. Mas depois, a aproximação foi tal, que voltaram como marido e mulher, casaram pela segunda vez e Rita tornava-se agora uma mulher, com casa própria e com um namorado. A história trágica de uma família, volta a estar marcada, mas desta vez com um final feliz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando o palhaço chorou
SpiritualA clown's history that saw his life very bad when his daughter is given as dead!