É sempre assim, do ócio viro sócio dos meus entornos rodeados de ratos amaldiçoados que podem ser encontrados camuflados por entre meados da meia noite por entre a fresta que dá passagem para o coração daquele rapaz meio sem noção que por muitas vezes acaba por parecer meio bobão, mas que no final só não sabe dizer não, exceto quando para recusar coisas que lhe trariam alguma boa emoção porque quando se trata de reconhecer valor em si próprio o mesmo causa a maior rebelião que, por vezes, chega até a espantar os pobre ratinhos que, trêmulos, fogem temporariamente em busca de outro ninho enquanto o rapaz continua a agir igual um garotinho graças a sua incapacidade de ser bonzinho consigo mesmo e aceitar que, às vezes, há outros que lhe querem bem por mais que isso seja difícil de entrar no seu cérebro que, nessas horas, parece até bem pequenininho e por isso acaba por parecer uma criança com aparência de um rapazinho, mas independente disso os ratos pouco a pouco retornam para o lar tão aconchegante que chega a ser estonteante para criaturas nem um pouco exuberantes. No fim do dia tudo o que sobra é apenas a vivência de ser mais do que apenas um rapaz, a vivência de ser um rapaz arrependido que para tudo tenta buscar um sentido por mais que saiba que no final de tudo só acaba deixando as coisas meio de lado e resolve deitar em posição fetal para abraçar a si mesmo por um breve período para compensar o fato de sequer um abraço saber aceitar mesmo que vindo de alguém querido porque, afinal de contas, ele é mais do que um rapaz, é um moço arrependido. No final do dia o que sobra é a insatisfação consigo que carrega no peito doído que por vezes até o faz parecer meio possuído por um tal de espírito maligno que muitos costumam chamar de nomes nada benditos. Porque no final das contas o que lhe importa de verdade nem precisa fazer real sentido, desde que ele dê voltas e se confunda o suficiente para ficar um pouco perdido para acreditar nos absurdos que o mesmo costuma dizer para consigo. Afinal, sempre há mais do que um único sentido para aquilo que se sente, exceto quando ele mente e inventa que tá tudo bem em ser do jeito que é mesmo sem saber qual é o sentido das mentiras que conta para si mesmo que o corroem pouco a pouco como se a própria morte sussurrasse em seu ouvido. No final do dia as lágrimas derramadas não são o suficiente para o fazer chorar de verdade, o que sobra é só a frustração de não saber mais de onde veio e para onde vai, ou sequer saber por que ele veio sem olhar para trás. Basta ser um pouco inconsequente e seguir em frente mesmo que magoado e sem prumo, deixar que a vida lhe bata tanto até que uma hora ele se aprume, mesmo que um pouco torto e quebradiço, porque isso com certeza seria melhor do que simplesmente ter juízo de admitir que está perdido e que não sabe mais pedir ajuda. Talvez o ego lhe devore depois de alguns dias antes que se afogue no deserto da multidão repleta de rostos amigáveis.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lobotomizado
PoetryUm pouco dos sentimentos de um rapaz que conseguem escapar de vez em quando em forma de escrita.