Enemies to... Enemies

002|Reunião

Olho para trás apertando o cano de minha arma; eram dois homens velhos e de cabeça branca, por suas mochilas e postura relaxada sei que são viajantes, e ambos não tem ideia de onde estão e quão perigoso aqui é.

—Vai aonde com tanta pressa?

— Vamos conversar.

— Não estou a fim — Aponto a arma para eles, ambos se entreolham e dão risada — Sei que os dois tem cara de palhaço, confesso que estou me segurando para não rir mas preciso ir para casa. Então se forem inteligentes vão me deixar ir embora eu não mato vocês.

— Está achando que é quem garota? — O homem dá um passo à frente; ouço Nevra grasnar mas levanto a mão indicando para ele não fazer nada.

Eu mesma quero acabar com esses.

— Escuta aqui é bom você... — Sua fala é interrompida por duas balas, uma na testa de cada um.

Solto um suspiro guardando minha arma e ajeitando a sacola onde estava os chocolates.

— Viu essa Nevra? — Pergunto para a águia que pousou na minha frente — Esse povo é engraçado.

Começo a sentir a sensação de estar sendo observada; Nevra percebe e volta a voar olhando tudo no local.

E só aí percebo que havia dado um tiro em 2 homens no lugar mais perigoso da cidade e ainda continuava parada no lugar. Volto a andar com o passo acelerado, e só relaxo os músculos quando a sensação some e estou quase no território das águias.

Nevra começa a voar calmamente junto a mais 3 águias que cuidavam da floresta.

— Oi — Faço carinho nas 3 águias que param na minha frente.

Paro na frente das enormes rochas da montanha e suspiro.

— Nevra, leva a sacola lá pra cima — Digo ajeitando as alças da sacola para Nevra pegar; o mesmo pega e grasna voando para cima da montanha — Tchau — Aceno para as outras águias que voltam para cima das árvores.

Escalo a montanha fazendo uma careta para cada câmera que eu sabia que estavam escondidas; quando estou no topo encontro Nevra me olhando como se dissesse: "demorou hein".

— Desculpe se não tenho asas — Murmuro indo para a caverna.

Antes de entrar ouço vários uivos; olho para cima, onde ficava a montanha mais alta, que consequentemente era a montanha dos Lobos. Suspiro profundamente entrando e posicionando o rosto na frente da câmera.

— Bem vinda, Lizzy Clifford — A voz robótica diz logo após da parede de pedra sumir dando lugar para um elevador — Qual andar?

— Onde está Thomas? — Pergunto ao Nevra entrar e as portas se fecharem.

— No escritório, terá uma reunião em 10 minutos sobre amanhã — O robô diz.

— Me leve para o escritório.

Digamos que não só os ricos têm um sistema de tecnologia avançado.

O elevador pára no último andar; nossa base ficava dentro da montanha, por isso nunca havíamos sido atacados ao não ser fora do nosso território. Já que nem as raposas sabiam nossa verdadeira localização.

— Chegamos.

Saio do elevador e bato na porta do escritório de meu pai. Depois de alguns minutos o mesmo diz para eu entrar.

— Licença — Abro a porta e ele se levanta para me abraçar — Oi pai.

— Filha! Eu fiquei preocupado, se você não mandasse Nevra eu e sua mãe tinhamos surtado — Ele me olha como se procurasse ferimentos — Está tudo bem?

— Sim.

— De verdade?

— De verdade — Seguro suas mão que tremiam.

Entendo sua preocupação; Thomas já tinha perdido sua filha biológica para uma tempestade, não sei se ele aguentaria perder a de consideração.

— Aqui seu chocolate — Entrego a sacola em suas mãos, ele sorri grande — Duas barras são minhas.

— Obrigado — Pega duas barras e me entrega duas.

— A reunião de hoje vai ser por causa de amanhã, né?

— Sim — Suspira — Nós e os Lobos da Montanha iremos nos encontrar no lago entre as duas montanhas. Consegue cuidar de todas as águias? — Pergunta fazendo carinho em Nevra que repousa em sua mesa.

— Consigo — Assinto — Menos Berenice e Tommy, eles estão ariscos por causa dos ovos.

— Ótimo, obrigado filha — Beija minha testa — Te vejo no refeitório à noite; vai ver sua mãe porque ela estava surtando. Levei até um soco na barriga.

— Certo — Dou risada — Boa reunião.

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