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Oikawa era um autêntico fã do céu, para ele, as estrelas que se intercalavam em constelações pequenas, e aquela imensidão que se variava em determinados tons de azul era fabuloso para sua visão, ainda mais depois que descobriu aquela cor tão fascinante.
A porta da sacada entreaberta deixava o vento frio entrar e se espalhar pelo quarto escuro, as cortinas num tom claro de ciano, de um um tecido, aparentemente fino e leve, se mexiam quase que em um padrão incerto. Oikawa também gostava daquela cor, talvez até agora fosse sua cor preferida.
A luz da lua era a única iluminação presente naquela madrugada, e seus finos flashes que dançavam de acordo com a movimentação da cortina esvoaçante, não era incômodo, era uma sensação gostosa na verdade quando o vento gelado batia contra a pele quente e pouco suada de Tooru, lhe causando arrepios e levantando os poucos pelos expostos de seu corpo.
Os dias de verão traziam um encômodo ao moreno durante o dia, era abafado, o clima tórrido lhe causava náuseas e em suas palavras - Se sentia um sorvete caído sobre o asfalto quente - certamente não era o maior fã daquela estação.
Com exceção das noites, era estranhamente agradável, deixava a porta de correr que dava à sua varanda com uma fresta aberta, e as pequenas rajadas de vento sopravam diretamente em si, não impedia de se acordar durante a madrugada, mostrando que as doses de cafeína que consumia quando voltava da faculdade, estariam fazendo um efeito que se tardou um pouco "Devia parar com esses copos de café depois das 8".
Via um pequeno feche de luz batendo contra uma muda de flor que estava sobre a cômoda branca vintage, lírios brancos, sorriu ao lembrar que de manhã acordaria cedo para planta-la em uma vaso bonito, digno da beleza daquela flor encantadora, era sua preferida, e havia ganhado ela de Hajime, tal qual se tornava mais especial ainda.
Hajime sempre lhe traziam flores, não buquês gigantes de rosas vermelhas estupidamente caros de filmes de romance clichê, era sempre algum vasinho de alguma flor ou planta que Hajime achava bonita, algo que sabia que Tooru iria gostar.
E ele realmente amava, cada pequena muda de violetas ou folhagens diferentes faziam Tooru sorrir tão alegremente.
As formas de carinho que Hajime demonstrava seu amor a Tooru podiam ser as mais simples, todas tocavam o coração mole de Oikawa.
Oikawa se sentava no colchão macio e observava o noivo dormindo pacificamente ao seu lado direito, observava sua expressão serena e relaxada e pensava quão bonito Hajime podia ser apenas de olhos descansados, nem parecia o homem com a rosto fechado, e, quase o tempo todo cenho franzido. Pensava que ele continuava o mesmo desde criança, não por seu rosto duro, mas como o próprio Iwa-chan, aquele mesmo Iwa-chan que lhe ensinava a jogar vôlei e ria do desastre que era Oikawa, mas não apenas isso, o Iwa-chan que ajudava e apoiava seu melhor amigo, que segurava sua mão quando estava com medo, quando dizia que iria ficar tudo bem, e ele realmente fazia tudo ficar bem, o Iwa-chan que era o único que sabia como era o chamado Tooru, era muito diferente de quando estava com alheios na quadra de vôlei, Oikawa era quem tirava tudo de melhor dos jogadores, quem os fazia serem melhores, lhes dava uma confiança que dificilmente podia ser abalada, suas jogadas eram indescritíveis, o efeito que Oikawa causava ao seu redor por onde quer que passasse era inspirador e perspicaz, naquele espaço, Oikawa era invencível, Oikawa era livre.
Mas Oikawa tinha seus fantasmas, fora de tudo aquilo que lhe fazia bem, as inseguranças e a sensação de incapacidade tomavam conta de sua mente traiçoeira, um sentimento nublado invadia seu coração e ele tinha certeza de que não fazia tudo o que estava em seu alcance, desde lá, no seu antigo time do Aoba Johsai, para ele perder significava falhar, e falhar era um ponto final para todo o resto, perdeu seu último jogo no ensino médio, e não pode ficar com o coração mais partido que estava, com a sensação de que poderia ter feito mais, poderia ter se esforçado mais, ter dado muito mais de si, achava que não foi o suficiente nem em quadra, tentava soltar palavras de conforto e motivação para os colegas de time, mas talvez aquelas palavras eram mais para si do que para eles, e Hajime, sabia disso, ninguém ali percebia além dele, o olhar de Tooru, não era triste, era vazio, e para aquele Tooru, isso era pior, e a preocupação tomava conta de sua cabeça, Oikawa era infantil e idiota, era irritante e não perdia tempo em causar o salto de uma veia na testa de Iwaizume, mas Oikawa também era Oikawa, era quem amava profundamente mais do que tudo no mundo, Oikawa era sua pessoa especial, era sua pessoa favorita, Iwaizume foi quem ensinou a Tooru que não devia colocar pontos finais em tudo, perder, ganhar, tudo era uma vírgula, sempre teria o depois dela.
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you and I
RomanceTooru agradecia nas noites de verão em claro pelo quão feliz era tendo Hajime ao seu lado. Ou Oikawa queria deixar de ver o mundo em tons vazios de cinza, contanto que a causa seja estar com seu Iwa-chan. IwaOi AU Soulmates