A guy who can't do anything without alcohol

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Kim Mingyu odiava terminos de relacionamentos, mas estava mais do que acostumado com eles. 

Estava tão frustrado com tudo que nem mesmo sentia o gosto da bebida amarga que tomava rapidamente, gole após gole, enquanto observava o grande movimento daquele bar chique – o primeiro que encontrou depois de sair do apartamento de Lee Chan, logo após o segundo ter dito que tudo estava acabado de vez. No fundo, Mingyu já sabia que aquilo uma hora aconteceria. Não era como se ele fosse capaz de manter as pessoas por muito tempo em sua vida.

— Por gentileza, poderia trazer outra garrafa? – pediu ao bartender, que prontamente o atendeu. Não sabia quanto já tinha tomado até então e algo doía em seu peito. Faltava alguma coisa, e Mingyu sabia que aquela coisa não era seu ex namorado. 

Embora Lee Chan fosse uma pessoa adorável quando se esforçava e Mingyu gostasse disso, sabia que aquela relação só tinha durado tanto tempo por puro costume, porque parecia que nenhum dos dois queria perder o que tinha. E se Chan possuía a coragem necessária para dar um basta no que Mingyu sequer se esforçava para manter, então estava bem assim. 

Soltou um riso nasal. Se sentia mal, mas ao mesmo tempo achava graça de tudo. Quando foi que tinha se tornado tão covarde? Já havia estado na mesma situação outras vezes e mesmo assim não foi o necessário para que aprendesse a tentar lutar para manter quem amava em sua vida. Era tão frustrante que só sentia vontade de rir. 

Felizmente, não era só aquilo que o incomodava a ponto de precisar arrumar uma desculpa para beber. Já fazia meses que Mingyu não encontrava um emprego desde que tinha pedido demissão do antigo depois de um surto de nervos. É claro que também já sabia que acabaria assim como todos os seus outros empregos. Com vinte e nove anos, Mingyu já havia trabalhado em cerca de onze lugares diferentes, mas nunca se manteve muito estável em nenhum deles – exceto quando trabalhou numa empresa de moda, essa que faliu e teve que fechar depois de mandar todos os seus empregados embora. Parecia que não eram apenas relacionamentos que Mingyu era incapaz de manter em sua vida.

Agora estava ali, solteiro, desempregado e fodido; e sequer era no bom sentido.

Sem que percebesse, já tinha quase secado mais aquela garrafa. Não sabia nem a quantas horas já estava ali e sua visão estava turva o suficiente para que não conseguisse enxergar as mil mensagens que Minghao deixava – completamente desesperado – no seu celular. E enquanto tentava, inutilmente, desbloquear o aparelho, viu uma silhueta borrada parar bem ao seu lado do balcão.

— Boa noite. Eu gostaria de um uísque. – o estranho pediu. 

A voz saiu grossa. Mingyu não gostou nada do som, mas ignorou aquilo rapidamente, não tinha nada a ver com ele. Ficou apenas encarando suas garrafas vazias. 

— Você está sozinho aqui? – disse outra vez.

Mingyu percebeu a pergunta, deu uma olhada para ele e piscou várias vezes enquanto olhava para os lados procurando com quem ele poderia estar falando, mas quando olhou para frente e viu que toda a postura alheia estava voltada para si, percebeu que era consigo mesmo que o homem falava. Suspirou.

— Não. – mentiu. Não era como se quisesse falar com alguém no momento e, mesmo que quisesse, estava tão alterado que não conseguiria. — Um amigo veio junto.

— Um amigo? – ele sorriu, erguendo as sobrancelhas e chegando mais perto do Kim. — No entanto, não vejo ninguém aqui. 

— Ele foi ao banheiro. Logo está de volta. – mentiu de novo, as frases saindo todas emboladas. Desejava aos anjos e santos que aquilo somente fizesse o homem desistir e saísse dali.

— Certo. – o homem riu, tornando a olhar para frente. Segurou o copo de uísque que acabara de ser deixado ali firme entre os dedos. — Você não é daqui, não é? 

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⏰ Última atualização: May 10, 2022 ⏰

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