O sol brilhava por entre as cortinas do meu dormitório fazendo com que pequenos (mas chatos) reflexos atingiam o meu rosto como pequenas adagas afiadas me fazendo piscar e semicerrar os olhos para tentar diminuir o desconforto.
Olhei para o relógio que fica ao lado da minha cama e ainda estava cedo. Eram apenas 8h, e depois de ficar a noite toda acordada eu me recusava a acordar tão cedo, principalmente em um sábado.
Fui obrigada a acordar cedo a maior parte da semana para participar das minhas aulas, e passei muitas madrugadas acordada por causa das provas, então hoje eu merecia esse luxo.
Puxo o cobertor até a altura dos ombros novamente e me viro para o lado, onde os pequenos flashes de luz do sol não conseguiam me alcançar.
Fecho os meus olhos lentamente e tento mentalizar qualquer coisa que poderia me fazer dormir mais rápido.
Vasculhei em minha memória por algum lugar bonito e que pudesse me ajudar a relaxar, então comecei a imaginar um bosque vasto e florido, com a grama meio alta, mas não chegava no meio dos meus tornozelos, um caminho de pedrinhas que dava em uma árvore vistosa perto de uma pequena montanha e em volta tinha uma grande variedade de tulípas, pequenas margaridas, alguns lírios brancos e vários girassóis. Eles eram lindos, e fluíam em conjunto por entre as outras árvores e arbustos. Isso sem contar nas rosas que eram de um vermelho tão vivo que me lembravam a cor do sangue, e elas ficavam ao lado de um pequeno lago.
Na verdade o bosque não era apenas um fruto da minha imaginação, ele era real, e ainda me lembro de ir lá com a minha mãe durante a minha infância, nós sempre fazíamos vários piqueniques lá. Muitas vezes levávamos pão com manteiga de amendoim e geleia, e fazíamos suco de laranja porque eu achava que o gosto do "suco natural" que a gente fazia era bem melhor do que a do suco de saquinho que comprávamos no supermercado.
Era tão bom, e por um momento posso jurar que sinto o cheiro do pão e das flores, do vento que batia no meu rosto e bagunçava o meu cabelo... Só que isso já faz um tempo e nem sei se as flores ainda estão lá ou se ele ainda existe.
- Já está acordada? - alguém fala, e logo em seguida vejo uma cabeça loira passando pela porta. Atena!
Ela estava elegante, como sempre, em seu conjunto preto da Channel que destacavam os seus cabelos loiros sedosos que iam até a altura de sua cintura lhe dando um ar de "patricinha mimada", e isso ficava mais evidente com os seus olhos azuis que eram tão claros que quase pareciam brancos e o seu rosto de feições finas mas provocantes.
- Pensei que você tivesse me dito que "nada iria te fazer acordar cedo hoje".
- É, eu sei. - levanto um de meus braços e aponto para as cortinas entreabertas. - Mas o sol quis me dar um "bom dia".
- Sim, eu sei, eu que deixei elas assim - ela diz em um tom brincalhão e me dá um leve sorriso.
- Sem graça! - bufo e lhe dou um pequeno sorriso.
- Ok, você pode me julgar o quanto quiser, mas eu precisava pensar em um jeito de fazer você acordar "sozinha".
- Muito obrigada! - digo um pouco mal humorada. - Mas eu iria acordar de qualquer maneira, só que mais tarde.
- Mesmo assim, já está na hora da senhorita acordar. - ela veio até mim e puxou as minhas cobertas não me dando outra opção a não ser me levantar.
- Ah não Atena, me deixa aqui só mais um pouquinho, não são nem dez horas ainda. Prometo que daqui a pouco eu levanto! -falo puxando a coberta de volta.
- Vamos Maillie , levanta dessa cama, temos um longo dia hoje! - ela fala enquanto me chacoalha para me fazer levantar.
- Sim eu sei, e planejo dormir a maior parte dele.-digo, empurrando ela para que se afaste de mim e me deixe dormir.
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Love That Kills
Teen FictionMaillie, uma jovem curiosa e determinada que está estudando perícia criminal, equilibra seus dias entre faculdade e seu novo emprego na biblioteca local. Mas sua rotina sofre uma reviravolta quando um conhecido é encontrado morto em um aparente suic...