Parte 2

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Melina permaneceu vários minutos sentada refletindo sobre o que aconteceu, então decidiu levantar-se e ir para casa, mas havia uma inquietação dentro dela, que sensação foi aquela? Porque Albafica quis beijá-la e evitou? Será que seu Elo de Carmesim era tão perigoso assim ou era apenas Albifica que preferia manter-se isolado? Voltou para casa confusa, sua avó notou sua aparente inquietação:

- Está tudo bem, querida?

- Oi vovó está sim, Ahh... salvei esses gatinhos, será que podemos ficar com eles?

- Pode sim, querida! - Dona Sofia observou sua neta sair alegre com os gatos, mas sabia que havia algo errado com ela, antes de ir ao santuário sua neta estava feliz e ao retornar manteve-se quieta, algo que não era comum já que Melina era uma garota ativa e extrovertida, ela daria um jeito de descobrir o que acontecera.

Deitada em sua cama Melina pensava sobre o quase beijo com Albafica. No santuário o pisciano também estava pensativo, Manigold observou que ele andava de um lado para o outro pelo coliseu:

- Algo te perturba cabeça de peixe?

- Está tudo bem, Manigold.

- Não parece. Você está agitado.

Estou bem.

- Isso tem a ver com aquela moça que toca flauta? A pergunta de Manigold fez Albifica parar e lembrar-se da mulher, novamente seu coração começou a bater rápido e tentou desconversar:

- Não sei o que está supondo, o que sinto em relação a ela é apreciação por sua música. - Respondeu sério pensando que convenceria o canceriano, porém Manigold sabia que seu amigo estava estranho, não insistiu, descobriria por conta própria:

- Concordo, a música dela é linda mesmo, não é a toa que a própria Atena e o Grande mestre a chamaram. Quer ir comigo ao vilarejo? O treinamento dos novatos está me deixando cansado, quero ir beber um pouco para relaxar.

- Você sabe que não é lugar para mim, já não basta ter ido ao festival. - Respondeu indiferente.

- Você sempre chato. Ok, fique aí andando feito uma barata tonta pelo coliseu, vou me divertir peixe.

Albafica detestava as figuras de linguagem que Manigold usava para compará-lo, entretanto sabia que de nada adiantava retrucar com ele, era da sua personalidade falar demais. Voltou até a casa que protegia indo até os fundos onde ficava os cômodos que chamava de casa, tirou sua armadura, preparou algo para comer e foi para seu quarto. Deitado em sua cama, outra vez relembrou aquela cena e se perguntou "porque tentou fazer aquilo?" Pensou durante bons minutos, mas não encontrou nada que justificasse, ou melhor, disse a si mesmo que não havia nada que justificasse sua atitude, era melhor evitar ir aquele riacho pois, se sentia confuso.

[...]

No dia seguinte Melina tentou evitar pensar sobre o que aconteceu sobre o dia anterior, mas estava ansiosa para reencontrar Albafica, o que falaria a ele? Como reagiria? Pensou bem e decidiu que agiria como se nada tivesse acontecido afinal não foi culpa dela aquela situação e nem tinha o que ou, porque se culpar. Sua avó notou que estava estranha aquela manhã, mais introspectiva e parecia ansiosa, resolveu perguntar o que ela tinha:

- Está tudo bem, querida?

- Está sim vovó. - Respondeu indiferente

- Está quieta desde ontem quando voltou do Santuário.

- Não é nada vovó, só pensando sobre a vida dos cavaleiros, como deve ser difícil já que dedicam a vida a deusa Atena.

- Eles fazem isso porque amam Atena e a nós, já que protegem as pessoas desse mundo, é um grande ato de amor e compaixão. - Sua neta apenas concordou com a cabeça e foi trabalhar. Naquele dia Albafica não foi ao vilarejo, o que estranhou, também não sentiu sua presença no riacho, aquilo a deixou chateada e pensando se acontecera algo com o cavaleiro de peixes.

Apenas uma noite - Imagine Albafica - CDZ - The Lost CanvasOnde histórias criam vida. Descubra agora