1

3.3K 129 30
                                    

*Voltamos com uma nova história, do pouco que pude ler e dos comentários das pessoas, é boa. Aparentemente toda a história é do ponto de vista da Gabriela, por isso não será necessário colocar "POV" Espero que gostem.*


Entro na Sala de Interrogatório e fecho a porta suavemente atrás de mim, sorrindo gentilmente para o garoto magro de cabelos escuros que se aconchega no lado oposto de uma mesa de metal surrada no centro da sala.

- Oi - digo calmamente. - Eu sou Rita. Sou policial. Posso falar um pouco com você? -

O garoto assente hesitantemente, parecendo frágil e pálido contra as paredes sombrias e cinzentas da sala, e o ursinho de pelúcia preto apertado firmemente contra o peito apenas incrementa a cena de partir o coração. Seus enormes olhos castanhos me observam atentamente enquanto atravesso a sala e me abaixo lentamente ao lado de sua cadeira.

- Qual é o seu nome? - Pergunto.

- S... Samuel - ele sussurra.

- Samuel, eu gostaria de dar uma olhada no seu rosto, ok? - Estendo a mão para tocar o pequeno corte em seu queixo, e ele se afasta, enterrando o rosto no pelo do urso de pelúcia. - Está tudo bem - digo suavemente. - Eu não vou te machucar, prometo. Você pode me olhar, querido? Por favor? -

Lentamente, ele ergue o queixo e vira-se para olhar para mim, revelando a descoloração inchada de roxo e preto no lado esquerdo do rosto.

Paro meu corpo por alguns momentos, encarando o machucado e, em seguida, empurro gentilmente uma mecha de cabelo da testa do garoto.

- Quem fez isso com você, Samuel? - Mantenho a voz calma, permitindo apenas uma pitada de raiva reprimida para colorir o tom. - Quem machucou você? -

- Eu... eu caí - o menino murmura e abaixa a cabeça, escondendo o rosto novamente no brinquedo de pelúcia.

Estendo a mão e agarro seus ombros com força, virando seu corpo inteiro para me encarar.

- Quem fez isto? - Falo com raiva, aproximando meu rosto dele. - Quem? -

Algo que reconheço como medo verdadeiro cintila nos olhos do garoto e imediatamente afrouxo meu aperto, xingando a mim mesma em aborrecimento.

- Corta! - A voz cruza o cenário silencioso como um tiro de pistola, e posso sentir os pequenos ombros sob minhas mãos pularem em reação. Suspiro e deixo minhas mãos caírem nas minhas coxas enquanto o barulho e a conversa irrompem no cenário ao meu redor. A câmera à minha direita recua e me levanto.

- Merda. -

O garoto ri e limpa o nariz escorrendo, deixando um rastro brilhante de muco no lábio superior.

Adorável.

- Beka? - Chamo uma dos assistentes. - Pode trazer um lenço de papel ou algo assim aqui? - Sou a favor do realismo na televisão, mas não há como eu abraçar esse garoto com todo aquele ranho, independentemente do que o script exija.

Enquanto Beka, uma morena alta com um top apertado verde-limão, se apressa e começa a observar com o garoto, eu me viro ao som de passos se aproximando, mudando meu rosto para uma deferência educada que não sinto.

- O que há de errado, Adam? Pensei que estava indo bem. -

Isso é uma mentira grande e gorda. Deixei a falta de sono, uma semana muito longa e uma dor de cabeça cruel me derrotar e, como resultado, minha atuação foi muito agressiva e quase matei o garoto de susto. Eu sei, mas não vou admitir isso para um idiota como Kreizeck.

Adam Kreizeck é baixo, desagradável e suado. Eu não gostei dele à primeira vista, e tornou-se óbvio durante a última semana de filmagens que o sentimento definitivamente é mútuo.

The Role Of Herself - Sheibi (Adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora