Crush

Piloto.

Lena focus.

A garota rolava de um lado pro outro na cama, estava extremamente nervosa pensando se era ou não capaz de tirar algo da sua cabeça impressionante o suficiente pra lhe fazer entrar na faculdade dos seus sonhos. O desafio parecia simples e ironicamente vago mas claramente era uma pegadinha.

"Sempre desconfie de coisas fáceis demais.", pensou. Já tinha lido aquilo diversas vezes.

"Ao seu critério de escolha, mostre seu momento mais feliz", era o que dizia na tela. Lena não era vazia o suficiente pra não ter momentos felizes, na verdade ela até mesmo tinha uns bem marcados na sua mente. Mas eles eram felizes o suficiente pra CalArts, suficiente pra se destacar entre as várias pessoas que iriam "competir" com ela ? Lena não fazia ideia.

Ja tinha feito vários desenhos, pensando nos momentos que achava que eram felizes o suficiente, os seus preferidos eram;

¹° A primeira vez que sentiu que alguem entendia ela: Duas pirralhas em um parquinho com sorrisos exagerados, e a conversa era única; top 5 professoras mais gatas do fundamental. Lena começou a conversa e Andrea não lhe olhou esquisito como todas as outras meninas, na verdade ela citou até mesmo a diretora. Essa parte foi esquisita até mesmo pra Lena.

²° O dia em que se assumiu pra sua mãe: Não que a Luthor tivesse medo de se assumir pra mãe já que sempre soube que seria apoiada, mas foi importante pra pequena Luthor ver a mãe citar outras lésbicas do bairro pra lhe fazer se sentir acolhida.

³° O dia em que seu irmão foi embora: Ok essa sequer precisava de uma explicação. Se alguém perguntasse Lena apenas diria que não gostava de carecas.

Era complicado colocar a chance de entrar pra uma das maiores universidades e mais competitivas do país nas mãos de um desenho, ou melhor, nas dela. Quando seu futuro depende de você é um pouco assustador.

-"Lena."- Sra Luthor gritou do corredor.

Lena esperou a mãe entrar pela porta já aberta e rolou os olhos.

— Por que você vem sempre gritando? No dia que precisar de mim de verdade eu vou pensar que nada aconteceu.

-"Isso se chama precaução, imagina sua querida mãe entrar aqui e pegar você assistindo pornografia lésbica? Você saberia o que fazer nessa situação Lena? Porque eu não sei"

Lena baixou a cabeça e apontou pra porta mostrando que era óbvio que ela não faria aquilo de porta aberta.

- E pra sua informação, eu só assisti pornografia algumas poucas vezes. Você sabia que a indústria pornografica é extremamente abusiva e tóxica com as mulheres ?

-"Ainda bem que eu só assisto com homem"

"Rao", Lena pensou levando a mão até o ponto de pulso em seu pescoço pra checar se ainda estava viva depois de ouvir aquilo.

Lillian riu vendo o quanto a filha poderia ser exagerada e se sentou do lado da garota olhando pra tela do notebook.

- "Ainda da tempo de desistir e fazer bioquímica."

- Mãe, não fode.

Lena falou no impulso sem pensar. Estava andando tempo demais com Brainy. Baixou a cabeça pronta pra um discurso que levaria o resto da sua manhã.

-"Onde eu errei como mãe? Você ta usando maconha Lena? É por isso que a cabeça do seu irmão ta desse tamanho nesse desenho ? Vamos me diga onde tá a maconha..."

Aquilo iria demorar.

[...]

-"Ola senhorzinho, Lena disse que você é o maconheiro. - Lillian disse assim que abriu a porta pro garoto.