Será que um dia ele me amará com a mesma intensidade que eu o amo? Com a mesma paixão? Ser amada é a única coisa que peço ao universo.
Fico em sua frente segurando a sua marmita, mesmo depois de duas semanas ele as jogando no lixo ou dizendo que estavam horríveis. Mesmo assim, continuo fazendo-as, dando o meu melhor a cada dia. Sou uma tremenda idiota.
Rindou: "Eu já não disse que não quero a sua comida? Você é idiota ou o quê? Quer que eu quebre seus braços para ver se você para de fazer essa porcaria para mim?"
"Eu só queria fazer algo para você."
Rindou: "Eu não quero nada de você."
"Por que você tem que ser tão cruel comigo? Eu só quero cuidar de você. Nem estou pegando no seu pé, só estou preparando seu almoço."
Nessas duas semanas, eu só queria poder ficar mais próxima dele. Pensei em começar a fazer as marmitas para ele, mas tudo o que recebia eram gritos e humilhações. É isso que dá gostar de um dos homens mais arrogantes da escola. Por que não me apaixonei pelo Chifuyu ou Mitsuya? Acho que sofreria menos.
Rindou: "Quantas vezes vou ter que falar para você? Eu não quero olhar para sua cara, e não quero sua porcaria de comida."
"Certo."
Mesmo que me esforce ou faça qualquer coisa por ele, ele não vai querer ao menos virar meu amigo.
Tentei ao máximo esquecer Rindou. Sempre que ele estava no corredor, eu não saía da sala até ele ir embora. Um dia, fiquei até as 19h esperando ele sair da escola.
Mas acho que a sorte não estava do meu lado. Havia boatos na escola de que eu e Rindou estávamos namorando sério. Sinceramente, não fiquei feliz nem triste, fiquei com medo de Rindou. Nem quero saber o que ele fará comigo quando souber disso. Provavelmente vou perder um braço, uma perna, um olho. Só de imaginar, me dá vontade de chorar.
Clara: "(Seu nome), corre, Rindou está te procurando, ele vai acabar com você."
Eu estava comendo, mas acabo engasgando.
"Você está falando sério?"
Clara: "Vamos, eu tenho que esconder você em algum lugar."
Ela me puxa pelos corredores da escola, e então vejo Rindou chutando todas as portas das salas e gritando meu nome. Estou tão ferrada, e nem é culpa minha.
Clara: "Fique aqui, vou tentar acalmar ele."
"Ok."
Ela me esconde na sala do clube de música onde eu tocava. Me escondo atrás do piano enorme.
A porta se abre com um chute estrondoso. Lá estava ele, com suas expressões mais assustadoras possíveis.
Rindou: "É melhor você sair de trás desse piano antes que eu o esmague."
