você me chamou pra dançar aquele dia, mas eu nunca sei rodar.
eu nunca soube muito bem como rodar. patrocínio da minha labirintite.
também nunca soube como finalizar ciclos.
seus rodopios ao meu redor, eram a maior receita do meu desastre.
ou seriam os meus ao seu redor?
mesmo com minha labirintite, minha dificuldade para finalizar ciclos
eu lhe arrudiei', rodopiei e lhe fiz um pouco de mim por pouco tempo.
pois, com você minha tontura não importava.
pois, com você minhas estantes de ciclos não findados não importava.
nada importava.
mas, em algum momento, passou a importar.
passou a se fazer presente; a incomodar.
começou a doer.
começou a ser eu. e mais eu e menos você.
o pouco de mim se tornou nada.
e o que tinha ia embora no mesmo dia.
porque, para mim, isso tudo se passou como um só sei dançar com você
passou pelas melhores partes da velha infância
fez seu cantinho, seu momento em idiota
e me parece que tem tudo para terminar na sua estante.
pois eu só sabia dançar com você, meu riso era sempre feliz contigo
e justamente por isso gostei mais de você do que você gostou de mim.
e você sempre 'tá sempre indo e vindo, coisa que não está tudo bem;
não tenho armaduras para você.
mas, como já diria pitty: eu estava aqui o tempo todo, só você não viu.
eu nunca gostei muito de estantes, sabe? não ficaria bem na sua.
desculpa.