Sangue e Cinzas

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Drácula

*

Eles ainda estavam rindo amargo. Rindo de mim.

Meu coração disparava tão rápido que dava vontade de vomitar. Fiquei imóvel. Me permanece intacto, sem expressar reação.

_ Me entreguem o meu irmão, me certificarei que o meu irmão não será mais um problema.

Sinto um pedaço de carne voar na minha cara, sinto cheiro dela cozida junto com o sangue na minha cara.

_ Como se eu fosse dar ouvidos à vós! Eu não lhe darei o seu irmão. Já que amanhã ele será informado.

Aperto os punhos.

Tirei o lenço de ceda de dentro da minha capa e limpo o meu rosto sujo.

_ Isso não será necessário, ele não lhe será mais seu problema quando eu voltei para a minha casa.

_ Não será mais problema? Ouviram o que ele lhe vós disseres? Não será mais um problema?

Todos gargalharam como se fosse uma piada, o que eu não vi graça nenhuma.

_ Vamos fazer um trato, se vós queres que eu lhe solte o seu irmão. Vai ter que abrir a sua bunda para mim como vós fazia antes.

Todos riram agudo amargo.

Sinto um nó na garganta.

"Isso és piada?"

Ele era um louco. Ele não mudou nada desde que eu era humano.

_ Vai soltar o meu irmão?

Ele ergue a sobrancelha surpreso no que disse, como se eu me importasse com isso, eu preciso levantar o meu irmão fora daqui e ir embora logo.

_ Sim. Como os velhos tempos.

Sinto nada. Apenas nada. Minha humildade se partiu. Se o sexo for único jeito.

Ele gargalha alto como um grunhido agudo chacoalhou o salão derrubando os pratos cheio de comida junto com as bebidas. Seus fiéis aliados permaneceram intactos.

_ Como se eu fosse meter nessa sua bunda, não curto comer vampiros, com essa cara de peixe morto não vai ter clima. Pegue seu irmão e saia logo daqui. Ver essa cara de merda está me fazendo perder a fome.

Senti fúria, pela primeira vez senti irá depois de tantos anos. As presas se formaram na minha boca.

Arremesso uma mesa redonda contra o alfa que segura no exato momento do impacto.

Ele não fez nada, apenas ficou imóvel me encarando com um sorriso de arrogância.

Saí do castelo e Mor me seguiu quieto.

Encontrei Tamilin que estava sangrando, seu rosto estava pálido e feridas ainda fresca. O seu corpo nu coberto de sangue, preso no tronco com cordas com as mãos amarradas para trás. Coloco as mãos no bolso da minha calça.

_ Vós sempre entra em problemas, até quando era humano, eu tinha que te tirar delas, não sei se és sorte ou azar que lhe salvo sempre e não te deixo morrer.

Estalo a minha língua, o chofer se aproxima e lhe me dá uma daga de prata. Viro meu corpo para trás do tronco a onde suas mãos estão juntas e amarradas. Me Inclino e corto as cordas. Ele se levanta, massageando os pulsos.

_ Obrigado irmão.

"Como posso ter salvado? Não sinto nada."

Não quero sentir. Esse desejo de proteger. Só somos nós dois, todos viraram as costas para nós. Como se importassem.

Me viro de costas e coloquei as mãos nas bolsas da minha calça. Seus cabelos loiros comprimidos grudava na pele soada e sangue, os ombros largos, o tronco musculosos. Os braços longos, o abdômen trincado.

Tiro a minha capa e às jogo para ele, que segura com as mãos.

_ Vamos logo, vós estás à cheirar a cachorro molhado, eu odeio esse cheiro.

Nós entramos na carruagem.
Tipo um colar dentro de um baú, o colocar tinha um frasco cheio de sangue e lhe entrego.

_ Beba. Tamilin. Vós estás à precisar disso.

_ Obrigado.

Ele abriu a tampa e levou aos lábios. Diferente dos outros ele continuou com a mesma cor de olhos quando éramos humano, seus olhos são tão verdes como se eu visse duas pedras de esmeraldas. Combina com a cor de seus cabelos loiros, as orelhas pontudas. Ele cobri o corpo nu com a capa.

_ Irmão. Porquê vós estás com cheiro de humano?

_ Vós contas, ou lhes contos?

Olho para Mor.

Tamilin bebeu todo o sangue no frasco. Em volta de seus olhos aparecem veias avermelhados e uma cor sombria, as presas na sua boca suja de sangue.

_ Estou mantendo um humano dentro do castelo.

_ Porquê, o quê tu vai ganhar com isso?

Reviro os olhos para o outro lado e volto para os seus olhos verdes.

_ Não és óbvio? Sangue. A única coisa que lhes me oferece e nada demais. Vamos logo com isso, estou exausto, quero ir embora.

A carruagem começa à se mover.
Via através da cortina na pequena janela as estrelas. Como eu odeio esse lugar. Espero que esse ser a última vez venho aqui.

O Noivo Do Drácula Onde histórias criam vida. Descubra agora