Capítulo 6 - 💙 Ele queria? 💙

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Pov.Stiles:

Subo as escadas de casa apressado, o porque não sei exatamente, mas parece que me encontro um pouco acelerado hoje. Tanto pela raiva de Peter tanto por outros motivos talvez. Tô com raiva do Derek ter me deixado plantado naquela hora e ter me respondido seco e curto.

Reviro os olhos enquanto entro no meu quarto. Jogo a mochila em algum lugar do mesmo e me jogo na cama. De barriga para baixo e com a cara enfiada no travesseiro. Bufo e grito alguma coisa que nem eu mesmo consigo identificar.

As vezes eu só queria poder sumir. Como agora.

Essa cama é tão macia. Parece a coisa mais atraente que já vi na vida....

Como eu queria poder ficar aqui para sempre. Com meus músculos relaxando a cada minuto que passo aqui em cima.

Só que claro que uma coisa incrível como essa não pode ser aproveitada por muito tempo sem interrupções. Escuto um barulho na janela.

Reviro os olhos com o pensamento de ser algum pássaro que bateu ou algo sobrenatural que eu com certeza não vou querer saber e nem vou querer me meter. Mas se eu não fizer, quem vai?

Me levanto e me aproximo devagar, sem fazer nenhum tipo de barulho com os pés. O silêncio é quebrado, pois piso em um patinho de brinquedo. Aqueles de criança, sabe? Arregalo os olhos e levo minha mão a boca.

Fudeu.

Me encolho todinho, como se isso fosse adiantar alguma coisa, e espero que alguma coisa empurre a cortina com força e avance em mim com toda sua ameaça.

O som do tecido passando do lado direito para o esquerdo, pelas rodinhas do teto, rapidamente me assustam.

Ao ver o moreno de olhos verdes meu medo some e minha ira sobe à cabeça.

— DEREK!- grito alto. Para ele sentir mesmo. Cruzo os braços e começo a balançar a perna freneticamente. Como nos desenhos animados.

— ai meu Deus!- ele exclama pondo as mãos nos ouvidos. Reviro os olhos e o encaro com as sobrancelhas franzidas para baixo. Não posso acreditar que ele literalmente invadiu a minha casa. E ainda por cima COMIGO dentro!

— você por acaso ficou maluco? O que está fazendo aqui? Porque invadiu minha casa? Porque não fez isso pela porta? Porque está na minha janela? Porque simplesmente não tocou a campainha? Qual o seu problema?- começo a falar freneticamente, mexendo as mãos e os braços. Ele me olha com seriedade e pouca paciência. Como se minha perguntas não fossem nada para o mesmo.

— já terminou?- questiona quando eu paro de falar.

— não, não terminei! Eu quero saber do porque você invadiu a minha casa!- falo alto, só que mais baixo do que a primeira vez. Meu coração acelera a cada olhar torto que o de olhos verdes me dá.

— o que você queria que eu fizesse?- pergunta se sentando na poltrona ao lado da minha estante de livros.

— sei lá... apertasse a campainha como uma pessoa normal faz?- respondo irônico e ele coça a sobrancelha. O mesmo bufa e pega o papel que estava em cima de um livro que por incrível que pareça é o roteiro da peça.

— então eu vou ser a Lydia...- sussurra passando de uma folha para outra. Lendo rapidamente.

Até parece que ele vai decorar alguma coisa assim.

Me sento em minha cama com os ombros caídos. Olhar fixo no chão. Um silêncio meio desconfortável se instaura no quarto e sinto uma vontade imensa de quebra-ló. É assim faço.

— o que- ele me interrompe.

— shh.-

Me calo rapidamente. Ele perece bem concentrado em sua "análise" do roteiro. Me jogo na cama deitado e no mesmo instante escuto um "terminei".

— duvido!- exclamo de pé.

— se ajeite.- fala quase em um sussurro. Queria saber o porque dele estar tão assim hoje. Sei lá. Ele sempre está sério e sempre responde com ignorância. Mas hoje parece diferente. Parece que ele está triste, ou então, como se não estivesse com vontade de fazer nada. Vai ver é só ressaca de alguma coisa...

Respiro fundo e me coloco de frente a ele. Bagunço os cabelos e faço toda aquela coisa que tem de fazer na peça. Quando termino ele coloca um ursino para representar Scott, imagino. Na mesma hora começo a rir.

— você é genial Derek!- ponho as mãos na cintura e me recomponho. Encaro o urso e prendo o riso.

— eu vou entrar.- avisa.

— ah... aí está ela!- digo minha fala apontando para Derek. Tenho um pouco de dúvida se chamo o mesmo de ele ou de ela. Porque na peça vai ser realmente a Lydia, não?

— o que? O que aconteceu?- seu olhar fica igual a personagem que imaginei na cabeça.

— esse cara, que você chama de amigo, nos traiu!- aponto para o urso que era para ser o Scott.

E assim se segue uma tarde inteira de ensaio para peça. Admito que não errei muito. Na verdade fui muito melhor do que achei que poderia ser. Derek me ajudou bastante nas falas em que errei. Como ele fez isso? Eu não sei. Vai ver ele só se acostumou com o trabalho dele, se é assim que se pode dizer.

Eu não consegui desviar minha curiosidade do que poderia ter acontecido para ele estar assim e deixei transparecer a dúvida, mas ele nem se importou. Ou vai ver não percebeu e se percebeu ignorou.

Mas... isso não importa. Eu nem gosto dele, não tem porque me importar, não é?

***

Me aproximo devagar. Ao mesmo tempo com receio e ansioso. Minhas mãos estão suando e tremendo. Tenho certeza que se alguém pedisse para outro alguém dizer se estou interpretando o personagem, com certeza ele diria que eu estrava me saindo muito bem. Pois as reações que eu tendo são muito boas. Na maior parte, porque são REAIS. Eu não tô atuando.

Ah... acho que vou entrar em pânico. Ele não vai realmente me beijar, vai? Isso aqui era para ser só um ensaio e eu nem acredito que vou ter de beijar a Lydia na peça. Ai meu Deus!

Okay! Talvez eu devesse parar e dizer que já estamos indo longe demais e que não preciso treinar nenhum beijo, não. Mas parece que meu corpo não me responde, ele simplesmente não para. Ele continua. Não me obedece.

Ah qual é?

Já tô vendo ele parando e começando a rir da minha cara achando que eu estava achando que ele irá me beijar. Ok... eu só preciso parar, não é tão difícil, é?

— você sabe que...- ele começa e engulo em seco. Ainda está interpretando a porra do personagem? Eu não sei... pior que eu não faço ideia, porque eu só decorei as minhas falas, não a dos outros. Ah... o que eu vou fazer?

— eu gosto de você né?- sua voz sai roca. Pisco devagar e pesadamente. Ok. Talvez eu devesse parar, até porque eu não sei do que ele está falando. E estou a 1 paço dele, literalmente. E paro.

— Derek- ele me interrompe colocando o dedo nos meus lábios e se aproximando ainda mais.

— você não vai querer começar tudo novamente, vai? - dessa vez sei que está falando da cena.

— não, mas isso não é neces- interrompido, novamente.

— shh.- sussurra e a cena continua com sua fala. É sério. Até quando isso vai continuar? Até ele perceber que vai ter de me beijar?

— Derek, você sabe que vai ter de-

— te beijar, eu sei. Agora fala a sua parte.- responde seco e meu estômago embrulha. Então, ele quer isso? Ele sabe disso? Então porque? Ele simplesmente vai me beijar porque está no roteiro? Ele nem é o personagem que vai participar da peça. O que eu faço? Ele não quer parar isso e eu consigo perceber.

Só que se eu parasse ou então começasse a rir ele também pararia, não?

— Derek é sério.- saio completamente do personagem e me sento na cama.

Ele revira os olhos.

Ele queria me beijar?.

A peça de teatro 🎭 ( STEREK ) Onde histórias criam vida. Descubra agora