Um Encontro por Acaso

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Faltavam poucos dias para o Natal, era uma época linda na opinião de Heloísa e sempre imaginou que seria mais linda ainda se sua filha não tivesse sido arrancada de seus braços. Ela gostava de imaginar todos os presentes deixados na árvore de Natal pelo Papai Noel e que seria uma grande festa quando a menina visse, imaginava os vestidos que com certeza iria costurar para sua menina um a um em todas as épocas especiais do ano como essa.

Naquele dia, Heloísa havia acordado pensativa e estava triste em seu quarto, afinal estava chegando mais uma época festiva sem seu bebê que agora já estaria uma moça.

Então decidiu que iria sair de casa, passear, espairecer, talvez pegar um dos cavalo da fazenda e sair pela região, poderia ir até a Vila Operária, ao armazém de dona Fátima e comprar algumas linhas que estavam faltando em seu material ou apenas galopar até o píer da fazenda.

Ela quase nunca sai de casa, era uma pessoa reservada e se dedicava muito as suas costuras e a família. Ela dizia que tinha tudo que precisava ali na fazenda, ela gostava de lá.

Ainda era cedo, então a mãe de Clarinha levantou de sua cama, vestiu um de seus mais belos vestidos, pegou um chapéu, passou sua água de colônia e calçou suas botas e foi rumo a Vila.

Ao passar pela sala, ouviu Manuela perguntar.

— Bom dia, vai sair dona Heloísa?

— Bom dia Manuela, vou sim e talvez eu vá demorar.

— Todo mundo parece que resolveu sair cedo hoje, e se dona Violeta perguntar?

— Quem saiu antes de mim?

— Leônidas, disse que voltava antes do Doutor Matias acordar, falou que tinha que fazer um trabalho importante na vila hoje, agora não sei que trabalho é esse, deve ser pra alguém importante porque eu nunca vi ele tão animado. Eu falo mesmo comigo não tem lorota.

— Ah, deve ser então. - Manuela deixou Heloísa pensativa ao dizer isso. — E se dona Violeta perguntar, diga a ela apenas  que eu sai ora bolas, sou maior e vacinada, será que não posso nem ao menos sair pra onde eu quiser agora?

Saiu batendo a porta atrás de si.

Chegando nos estábulos pediu que Ozório preparasse o Ventania, seu cavalo, ele então foi e logo lá estava ele, era um imponente animal de pelagem preta, estava com uma cela em couro e as rédeas combinando, estava lindo.

— Que lindo, obrigada seu Ozório. - Rindo para o empregado em agradecimento.

Então Heloísa sai galopando.

(...)

Meia hora depois, ela chega a Vila, constatando como havia crescido, estava tudo em perfeita ordem, as crianças brincavam, as mãe faziam seus afazeres e a as lojinhas todas abertas.

Ainda em cima do Ventania, ela partiu rumo ao armazém e todos pararam pra admira-la, não era muito comum vê-la por ali e muito menos a cavalo, além de ser uma boa pessoa, a costureira era também uma bela mulher, ajudava a todos.

Passando pela pracinha, Heloísa notou a presença de algumas crianças em uma fila, curiosa ela resolver ver o que estava acontecendo ali.

Se aproximando lentamente ainda encima do Ventania, viu Leônidas e o seu cavalo brincando com algumas crianças, deixando que subissem de duas em duas encima do animal, para passear. Era lindo de se ver o sorriso delas, e mais lindo ainda ver a dedicação e a habilidade dele de arrancar aqueles sorriso.

Ela riu com sua atitude e resolveu dar um oi a ele.

O rapaz estava tão entretido com a criançada, que só notou a presença dela quando já estava bem próxima a eles.

Um Encontro por Acaso - One ShotOnde histórias criam vida. Descubra agora