Kitten's Soulmate

Um gatinho resistente

Olá, meus amores! Retornei com minha neném e espero que gostem do segundo capítulo de Kitten's Soulmate

Boa leitura!

Medo era o que Jeongguk sentiu naquele momento de mais cedo.

Ver um urso enorme se levantando quando você aparece depois de ter ficado bons minutos divagando como um louco; era terrível. Além disso tudo, o tal híbrido ainda levou a mão para lhe tocar e foi inevitável não se afastar.

Veja bem, Jeongguk era um gatinho pacífico, pequeno e desconfiado. Ao ver um imenso urso querer lhe tocar, o coração disparou no peito e ele desejava correr para o mais longe possível. Mesmo assim, somente se afastou, vendo uma carranca e ombros caídos do cliente perante seu ato. E depois do que ele disse, seu medo cresceu exponencialmente, tanto que não conseguiu voltar para terminar de atender os três híbridos perigosos ali. Um urso e dois leopardos juntos, todos muito raros e perigosos. Aquele, com toda a certeza, não seria um grupo que Jeon se meteria; pelo contrário, ficaria bem longe, o mais longe possível.

Embora o medo se sobrepujou qualquer outro sentimento naquela tarde de sexta-feira, Jeongguk não poderia evitar que seu coração acelerar com algo a mais, os batimentos pareciam muito velozes no peito, o sangue correndo quente nas veias e artérias, o cheiro de brisa do mar entrando em suas vias respiratórias.

Era resolutamente difícil de acreditar que depois de ver o quanto aquele grandão parecia cabisbaixo, um menininho grande demais com aquela expressão amuada, Jeongguk passou a observá-lo melhor. Ele era alto demais, forte demais, os cabelos chamativos em um tom berrante de azul. Por um momento, o Jeon pensou que era um criminoso embora não gostasse de fazer julgamentos antes de conhecer — a quem queria enganar? Todos sabiam que o Jeon julgava as pessoas por baixo da carinha inocente —, mas essa ideia foi embora quando o cliente sorriu grande com algo que os outros dois disseram.

Jeongguk formou um bico nos lábios pequenos quando o híbrido de urso se levantou, esbarrando na mesa e quase derrubando tudo. Foi engraçado quando ele ficou vermelho e tentou segurar a mesa, mas os outros dois já tinham salvado o móvel.

— Você parece que gostou dele. — Jimin, seu colega de trabalho, sussurrou enquanto passava.

— Ele parece legal. — disse baixinho, as bochechas vermelhas.

— Não foi o que pareceu quando você correu dele mais cedo. — acusou, os olhos pequenos atentos ao loirinho, debochando claramente.

— Não enche, Jimin hyung. — o Jeon resmungou, voltando ao trabalho.

Jimin riu alto com a reação do gatinho; Jeongguk era novo ali naquele estabelecimento e Park era o mais próximo dele. Confessava que era difícil conseguir fazer amigos por sua personalidade tímida, então, o mais velho ter vindo falar contigo primeiro havia sido um alívio.

Além disso, pouca era a atenção que dava aos colegas naquela tarde. Pelo menos, não quando o azulado com orelhas fofas ocupava um andar inteirinho em sua cabeça. Não conseguia deixar de sentir medo, mas também não era capaz parar de pensar nas coisas que sentia ao vê-lo. Foi praticamente inevitável deixar seus olhos longe do híbrido, acompanhando a saída dele para fora do local alguns minutos depois.

Com o passar do tempo, Jeongguk seguiu com suas tarefas, atendendo e levando pedidos, limpando e organizando mesas. Ao final, o Jeon se sentia exausto. Ainda bem que era fim de semana e ele poderia ficar em casa descansando.

O Jeon andava distraído até esbarrar em alguém. Tomou um susto quando seu corpo foi ao chão e um grito esganiçado, seguido de um miado alto, foi emitido de sua boca.

— Você está bem? — Jeongguk se surpreendeu quando uma mão grande foi estendida para si, a pele dourada refletia a luz da lua.

Com cautela, olhou para cima, observando aqueles olhos azuis com cabelos mais azuis ainda, esvoaçantes no rosto bonito; figura completamente diferente de mais cedo.

— Você me derrubou — acusou, retirando a mão de outrem, se levantando e limpando a poeira inexistente, mesmo que tenha caído no calçada suja.

O gatinho resmungou com a mão na bunda, esfregando o lugar na tentativa de aliviar a dor; um biquinho fofo nos lábios pequenos. Taehyung estendeu a mão para ajudar, mas assim como tentou, ele a retirou de cena rapidamente quando percebeu o que estava prestes a fazer: tocar o felino sem permissão, ainda mais em um local tão íntimo quanto a bunda dele.

Portanto, a mão outrora direcionada a um local proibido, fora até a nuca do próprio urso, que afagou os cabelos, assoviando baixinho, como quem não quer nada. Logo após, o Kim olhou de canto de olho para o mais baixo, parando de assobiar, colocando as mãos nos bolsos quando viu a careta nada feliz do gatinho.

— Desculpe — pediu, ainda na pose de desinteresse, mas tremendo por dentro. As palpitações pareciam querer dançar samba no corpo do Kim. E ele deixou isso bem evidente ao dizer: — E-eu queria saber se você queria sair comigo?

O gatinho se surpreendeu com o convite. Confessava que esperava qualquer outra coisa vinda do cliente, embora sabia bem da importância do que sentiu mais cedo ao atendê-lo. Mesmo assim, a resposta veio certa a um desconhecido, não importa quem ele seja.

— Não. — disse simplesmente e saiu andando, largando um Kim boquiaberto com sua atitude.

— Como assim não? — estranhou o urso, indo atrás do loirinho.

— Ué? Não posso mais não querer sair com alguém? — observou sobre o ombro, a testa franzida.

— Pode sim, claro — respondeu sem jeito. — Mas, assim, sem nem pensar antes? — perguntou com um fio de esperança.

Jungkook parou abruptamente na calçada, e agora fora a vez de Taehyung tropeçar no corpo esbelto, se estatalando no chão. Jungkook tentou segurar a vontade de rir, mas não conseguiu, gargalhando alto ao ver que aquele urso era tão estabanado. Um fofo, diria.

— Você é engraçado, mas minha resposta ainda é não — o híbrido sorriu mais um pouco, saindo definitivamente de cena, deixando um Taehyung caído e com uma carinha tristonha no rosto.

Bem, a vida nunca era fácil para ninguém, muito menos para Taehyung e seu desastre e tamanho enormes.