𝘁𝗵𝗲 𝘄𝗲𝗱𝗱𝗶𝗻𝗴

06 - brigas

—— Oi, Any —— Robert diz sem graça —— , está frio, quer entrar?

Assenti entrando na casa e deixando minha bolsa na mesa.

—— Está tudo bem?

—— Até o momento, sim. Quero resolver as coisas.

Me sentei no sofá e suspirei fundo.

—— Onde está ficando desde que fugiu?

—— Você fala como se eu fosse uma presidiária que fugiu da prisão.

—— Eu te fiz uma pergunta.

—— Estou na casa de um amigo.

Conhecendo há pouco tempo ou não, eu considerava Josh um amigo. Um belo amigo por sinal.

—— Você não tem amigos.

—— E você não tem mais noiva e muito menos namorada. —— digo.

Ele fica em silêncio por um tempo e depois se levantou. Passou a andar de um lado para o outro, tentando achar um bom argumento.

—— O que você disse?

—— Isso que você ouviu. Quero terminar. Ficar longe de você, uma coisa que eu sempre quis.

Ele pega um vaso e joga no chão, com raiva. Eu comecei a ficar assustada.

—— Não se estresse, por favor.

—— NÃO SE ESTRESSE? É ISSO QUE VOCÊ DIZ, AMOR?

—— EU NÃO SOU MAIS SEU AMOR, PORRA!

Estávamos discutindo. Novamente.

Robert jogava as coisas no chão. Alguns cacos de vidro ficaram na minha perna. Aquilo dói.

—— VOCÊ FOGE DO CASAMENTO E QUER TERMINAR?

—— CLARO QUE EU FUGI, VOCÊ JÁ PERCEBEU O JEITO QUE ME TRATA?

—— EU TE TRATO COMO QUALQUER UM LHE TRATARIA!

Neguei com a cabeça.

—— Não, Robert. Quem me ama de verdade, iria me tratar com uma deusa, e não como um lixo!

Ficou em silêncio novamente.

—— Como eu disse, eu quero terminar.

—— NÓS NÃO VAMOS TERMINAR, ANY!

—— NÓS VAMOS!

Ele me pegou pelo braço e me jogou contra a parede. Me jogou no chão, me fez bater as costas na mesa de vidro da sala.

Eu perdi a conta de quantas vezes isso já aconteceu.

—— Vai querer terminar? —— pergunta.

Me levanto do chão com dor e tento me recompor.

—— Sim, quero terminar e estou nem aí para o que você pensa.

Peguei a bolsa e fui até a porta.

—— Se abrir essa porta, você não entra mais aqui.

—— É a intenção.

Saio da casa e vejo que estava chovendo. Estava escuro e chovendo.

Eu estava com dor, estava escuro e estava chovendo. Que maravilha.

Ando pelas ruas até chegar na casa do Josh, eu parava algumas vezes para tentar lembrar o caminho. Quando chego, bati na porta.

—— Desculpa, eu sou uma idiota.

Não consegui conter as lágrimas.

Josh me encara sem saber o que fazer. Ele observa meus machucados no rosto, os cacos de vidro na minha perna e em meus braços.

—— O que aconteceu? —— perguntou assim que fechou a porta.

—— Ele me bateu.

—— Eu falei para você não ir lá.

—— Eu sou uma idiota. Me desculpe.

—— Ei, ei, ei... você não é idiota. —— me abraçou —— Vem, vou tirar esses cacos de vidro do seu rosto.