Lírios

505 73 2
                                    

Passada uma noite turbulenta, recheada por lembranças do péssimo dia, assim como a ideia do que o próximo dia traria... A Kara levantou de manhã, muito cansada, sem fome e sem vontade alguma de ir para o trabalho.

-Como foi a noite?-pergunta Eliza, ao Kara entrar na cozinha, praticamente pronta para sair

-Péssima.-responde Kara, sentando no banco

-Quando você comer, as coisas vão melhorar um pouquinho.-disse Eliza, colocando café para Kara

-Eu estou sem fome.

-Você sempre está com fome, filha.

-Tem a primeira vez para tudo.-murmura Kara, pegando a orelha da xícara

-Você não devia estar tão preocupada em encontrar a tal de Andrea.

-Como não?Ela sabe sobre mim... Sabe do que a Lena fez comigo... E ainda pode estar disposta a fazer da minha vida um inferno!

-Não sofra por antecipação.

-Por que tudo tinha que ficar tão ruim, de repente?!-murmura Kara, entre um suspiro triste e cansado

-Lembre que você tem, o total poder de sair, deste momento ruim.

-Eu não sei como.-retruca Kara, olhando para Eliza, com um olhar perdido

-Quando você conseguir colocar a sua cabeça no lugar, essa sensação vai passar.-afirma Eliza, se aproximando da Kara

-A Lena voltou a falar com você?-pergunta Kara, não tendo certeza do que queria ouvir

-Ainda não.-responde Eliza, ao parar do lado da Kara e abraçar os seus ombros com carinho

-Também ainda é cedo...-hesita Kara, ao lembrar que o trabalho oficial da Lena, não era fazer drinks noite adentro

-Por que você não a manda uma mensagem?

-Eu não quero falar com ela.-responde Kara, depois de tomar um gole de café

-Mas quer saber sobre ela.-aponta Eliza, com leve sorriso

-Não, eu só fiquei curiosa... Curiosa para saber, se ela iria continuar, se comunicando com você.

-A Lena me fez uma promessa.-lembra Eliza

-Não esqueça que ela é uma mentirosa.

-Eu não irei esquecer que ela te ama.-retruca Eliza, depois de deixar um beijo na testa da Kara e seguir para o fogão

Os olhos da Kara acabaram se prendendo no buquê de lírios brancos, que estava dentro de um vaso, em cima do balcão.

-Costumavam ser amarelas.-murmura Kara

-Cada cor tem um significado.-avisa Eliza, colocando mais café em sua xícara

-Mas isso não interessa.-disse Kara, se levantando

-Não saia sem comer alguma coisa.-pede Eliza, ao Kara tomar o resto do seu café

Encontro NoturnoOnde histórias criam vida. Descubra agora