Capítulo 11

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CAPITULO 11
 
YOONGI
 
Resolvi dar mais uma volta pela cidade antes de voltar pra casa. Fui até o rio Han e parei o carro lá, precisava respirar um pouco e arejar a cabeça. Desci do carro e sentia o ar gelado batendo no meu rosto, apesar de estar bem frio, aquilo me relaxava, então fiquei ali sozinho com meus pensamentos.
Quando estava em Daegu, sempre me meti em muitas brigas, mas a maioria delas completamente sem sentido. Hoje foi a primeira vez que briguei desde aquela época, mas me sentia diferente, não me sentia mal nem culpado. Eu não consegui me segurar depois de ver os olhos assustados de Olivia olhando pra ele. Eu sei que deixei a raiva tomar conta e não devia ter agido assim, mas não me arrependo. Espero que ele tenha entendido o recado e não se aproxime mais.
Eu nunca fui de me meter no assunto dos outros, mas com ela é diferente. Tenho vontade de cuidar dela e me preocupo, a ponto de perder o sono. Depois de terminar com a Lee, eu nunca mais tinha deixado ninguém se aproximar, mas com Olivia foi natural. É até engraçado, pra falar a verdade. Apesar de que eu realmente não pretendo namorar nem nada, nem fico pensando nisso apesar de achar que as vezes ela me olha diferente, mas é mais como se ela fosse uma irmã mais nova. Eu acho.
 
POV Oli
Acordei tarde no sábado, era o dia que Soo-min ia dormir lá em casa e a gente ia conversar. Eu queria contar pra ela que tinha ido no show e tudo mais, mas depois de toda a confusão com Tae-oh, achei melhor deixar quieto. Eram mais ou menos 4h da tarde quando ela me mandou uma mensagem.
 
“ Oi Oli, aconteceu um imprevisto e não vou poder ir aí hoje. A gente combina outro dia. Beijos”
 
Achei estranha a mensagem dela, ela era sempre a mais animada quando a gente combinava uma noite de pijama e fofocas, mas resolvi não perguntar o que era. Pra falar bem a verdade, eu queria ficar sozinha naquele dia.
Meu celular vibrou de novo, e o peguei achando que era outra mensagem de Soo-min, mas era de Yoongi.
 
“Oi Oli! Tudo bem? Queria conversar com você sobre a música... eu dei mais uma mexida nela, e como ontem não conseguimos ver, queria perguntar se você quer ir no estúdio amanhã. Me avisa.”
 
Estúdio no domingo? Achei estranho, mas ok, eu estava de folga mesmo...
 
“Oi Yoon! Pode ser amanhã sim, me manda a localização que te encontro lá. Qual horário?”
 
“Eu te pego aí as 15h.”
 
“Combinado. Até amanhã!”
 
Eu fiquei empolgada com aquelas mensagens, estava curiosa pra ver o que ele tinha feito.
Meu sábado foi bem tranquilo, acabei ficando em casa com a família mesmo e agradeci que Tae-oh não deu sinal de vida, pelo menos eu tive um pouco de paz.
 
...
 
Antes das 3 horas eu já estava pronta, sentada no meu quarto em frente a janela, vi o carro de Yoon se aproximando, peguei minha bolsa e desci as escadas.
Assim que ouvi a buzina, abri a porta. Ele baixou o vidro do carro e deu um sorriso fofo. Saí saltitando até o carro, eu estava animada.
- Que bom te ver feliz. – ele disse me olhando enquanto eu entrava no carro.
- Estou animada com a música, vamos logo! – ele riu e arrancou o carro.
- Espero que você goste, fiz algumas modificações, mas fique a vontade pra dizer tudo tá bom? – ele disse sem tirar os olhos da estrada.
- Certo! – concordei, já ligando o rádio do carro sem nem perguntar. – O que vamos ouvir hoje?
- Ah, está na mesma lista daquele dia, mas tem uma música do Namjoon que eu gosto muito. Procura aí, RM – Seoul.
- RM? É o nome artístico dele? O que quer dizer?
- É, no início o nome dele era Rap Monster, mas ao longos dos anos o significado foi mudando. Hoje ele usa só RM mesmo.
- Ah, que legal! Também quero um nome artístico. – brinquei.
- Vamos pensar nisso logo logo. – Ele disse sério me fazendo arregalar os olhos em surpresa.
- Como assim!?
- Ué, quando lançarmos a música você vai ter que ter um nome artístico, quer dizer, não que você seja obrigada a isso, mas eu acho legal.
- Hum, entendi. Vou precisar da sua ajuda pra isso!
- Pode deixar. Vamos pensar nisso juntos.
 
Levamos mais ou menos 30 minutos até o estúdio.  Ele parecia tão empolgado quanto eu com aquela música, mas eu ainda me sentia ansiosa pensando que teria que cantá-la.
Entramos e ele já se sentou na mesa de som, eu sentei no sofá que ficava atrás dele e logo ouvi os primeiros acordes da música.

 
Passamos a tarde toda lá, ele me explicando o que tinha pensado e eu expondo as minhas ideias. Eu nunca me senti tão feliz! Era um mundo completamente novo e que eu nunca pensei que conseguiria me encaixar, mas parece que realmente estava acontecendo. Eu nunca tinha composto nada com ninguém, sempre sozinha, então na maioria das vezes minhas letras ficavam inacabadas, e o mais engraçado era que com ele, as letras fluíam muito! Eu nem estava acreditando. Além disso, ele fazia a melodia no piano e violão, e eu ficava olhando que nem boba enquanto ele tocava os acordes.
 
- Você deve estar com fome né? – ele perguntou enquanto dedilhava o violão.
- Ah, um pouco. Mas posso esperar a gente terminar aqui.
- Vamos pedir alguma coisa? Eles entregam aqui!
- Tá, pode ser.
Ele rapidamente pegou o celular e me mostrou algumas opções, escolhemos sanduíches, por ser mais rápido.
...
- Agora você entra ali na cabine e coloca os fones, vamos testar a sua voz ok?
- Ah Yoon... eu tenho vergonha! Não dá pra deixar pra outro dia? – supliquei.
- Não senhorita, pode ir! É só um teste, fica tranquila.
Obedeci e entrei na sala, fazendo o que ele dizia. Nas primeiras vezes minha voz mal saiu, de tão envergonhada que eu estava. Mas aos poucos fui me soltando, olhava pra ele que sorria igual bobo e fechava os olhos, ouvindo a minha voz. Aquilo me deu borboletas no estômago que eu não estava esperando.
 
- Acho que temos que ir, já passa das 10! – falei enquanto olhava o relógio.
- Nossa eu nem me dei conta. Isso sempre acontece comigo! – ele disse rindo baixo. – Vou  só gravar aqui e já vamos ok? Pode vir pra cá. – ele me chamou fazendo gesto com a mão.
 
Eu saí da sala e voltei a me sentar no sofá, olhando com atenção como ele mexia com facilidade naquela mesa, que me deixava tonta só de olhar o tanto de botões que tinha. Ele me olhava e ria.
- O que foi!? – indaguei.
- Nada... – ele diz segurando o riso.
- Fala Yoon! – falei me levantando.
- É que você parece uma criança pequena me olhando assim com tanta atenção e curiosidade.
- Eu sou curiosa mesmo, qual o problema?!
- Problema nenhum, é bonitinho! - Claro que fiquei vermelha, eu não sabia ouvir essas coisas e agir como se não fosse nada. Voltei a me sentar no sofá e fiquei quieta. – Não fica brava! – ele disse virando a cadeira pra mim e se aproximando. – Foi um elogio.
- Eu não estou brava, estou com vergonha! - Falei fazendo bico e olhando pro lado oposto, cruzando os braços.
- Você fica ainda mais bonitinha assim. – ele disse se virando de volta pra mesa, me deixando roxa de vergonha. – Terminei aqui, podemos ir.
 
Entramos no carro dele e fomos em direção a minha casa.  Quando ele estacionou o carro, desceu e abriu a porta do carona pra mim, o que eu achei estranho. Fiquei meio sem jeito, então ele me abraçou e disse baixo:
- Obrigado por hoje pequena, meu domingo foi ótimo graças a você. – me deu um beijo na bochecha e se afastou. Eu claro que fiquei sem reação. O que ele estava fazendo????
 
 
Pov Yoongi
 
Passar aquela tarde com a Oli me fez perceber alguma coisas... além de gostar muito da presença dela (o que eu já sabia), percebi que tínhamos afinidade também nos gostos pessoais e de como encarávamos a música.
Embora ela estivesse bem tímida quando cantou, a voz dela era linda e só precisava ficar mais segura pra ficar perfeita. Eu tinha certeza que nossa música seria bem aceita e isso também me empolgava. Ter a parceria dela tinha chegado em um momento perfeito, aonde eu queria fazer algo diferente com a minha música também.
Quando me despedi dela há poucas horas atrás, pela primeira vez eu não travei o que eu senti vontade de fazer, então a abracei e agradeci pela tarde. Não sei como ela encarou isso, mas eu me sentia bem.

Alguns dias se passaram e nós não nos falamos, o que me levou a pensar que talvez ela tivesse ficado chateada com algo que eu fiz ou falei naquele domingo, então resolvi mandar uma mensagem pra ela.
 
“Oi Oli! Como você está? Quer ir tomar um café comigo no sábado a tarde?”
 
Fiquei com o celular na mão esperando uma resposta, mas um tempo se passou e nada... 

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